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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Gêmeos de 'sessentona' completam 1 ano e apagam velinha em Santos

Fonte: www.g1.globo.com

24/10/2013 07h24 - Atualizado em 24/10/2013 07h26

Gêmeos de 'sessentona' completam 1 ano e apagam velinha em Santos

Sofia e Roberto curtiram com bastante alegria o primeiro aniversário.
Antonia Asti foi mãe aos 61 anos no dia 23 em outubro de 2012.

Mariane Rossi
Do G1 Santos

Família reunida no aniversário de um ano dos gêmeos (Foto: Mariane Rossi/G1)Família reunida no aniversário de um ano dos gêmeos (Foto: Mariane Rossi/G1)
Há um ano, Antônia Letícia Asti realizou o grande sonho de ser mãe. Aos 61 anos, ela deu luz aos gêmeos Roberto e Sofia, que ficaram conhecidos internacionalmente. Mais crescidos, hoje eles esbanjam saúde e alegria. Os gêmeos comemoraram o primeiro ano de vida, nesta quarta-feira (23), ao lado dos pais, que não se cansam de olhar e curtir os pequenos.

Ao lado do marido José César Asti, de 55 anos, a mãe Antonia Letícia é só felicidade. Ela esperou muito para ter seus filhos e, depois que eles nasceram, precisaram ficar internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo Natal do hospital São Lucas, em Santos. Os bebês precisavam ganhar peso, já que nasceram de 31 semanas. Depois que eles receberam alta médica, a família não parou de comemorar. Os pais fizeram festinhas para a família no dia 23 de cada mês para lembrar o nascimento dos filhos.

Agora, para comemorar o primeiro ano completo das crianças, eles montaram uma festa que será apenas no fim de semana, mas não deixaram passar em branco um dia tão importante para eles. “Há um ano, eu estava fazendo o exame de ultrassom. Depois fui direto para o hospital”, lembra. Sofia e Roberto nasceram de uma cesárea, às 22h30, na maternidade do Hospital São Lucas. Após um ano, eles estão bem agarrados a mãe e ao pai e, mesmo sendo gêmeos, são bem diferentes no gênio e já mostram a sua personalidade no dia a dia.
Sofia e Roberto, com 1 ano (Foto: Mariane Rossi/G1)
Sofia e Roberto, com 1 ano
(Foto: Mariane Rossi/G1)
Sofia foi a primeira a sair do hospital, no dia 20 de dezembro. Hoje, ela já nem parece aquela a bebê tão pequena que tinha apenas 900 gramas. Sofia é sorridente e brinca com qualquer um. Segundo a mãe, ela dorme a noite toda, não costuma dar muito trabalho, mas dá trabalho quando precisa comer sopa.

Já Roberto, foi o segundo o último a chegar a casa. Ele sofreu uma hemorragia e teve que ficar internado mais tempo para se tratar. Depois de dois meses e quatro dias ele recebeu alta médica, em 27 de dezembro, e a família pôde passar o primeiro ano novo reunida. Agora, Roberto já está maior que Sofia e os primeiros dentinhos já apareceram.  Curioso, ele não para um só minuto. O pai conta que tem que prendê-lo no carrinho. “Esse aqui já teve três experiências, caiu três vezes. Uma da cama, uma do berço e uma do carrinho. Aí a gente sai correndo para o hospital para ver se aconteceu alguma coisa”, conta. A mãe diz que ele é o mais levado dos dois e já está começando a ficar em pé com a ajuda dos pais.

Os bebês são o xodó da família e até das pessoas que passam por eles na rua. Mas, quem fica com o trabalho duro são os pais. José costuma sair cedo para trabalhar e Antonia fica com os bebês até a hora em que ele retorna para casa. “Eu já peguei o jeito. Coloco um para tomar banho enquanto o outro fica no carrinho. Para dar comida, é uma colherada para cada um. Enquanto ela está mastigando, o Betinho já comeu duas colheradas”, conta ela.

A mãe também adora brincar com as crianças, principalmente, no quarto, onde ela pode ter o controle dos dois. Os gêmeos também adoram sair e sempre que possível, a família vai passear pelas ruas do bairro Campo Grande. “A gente procura ir a lugares mais pertos com ele, onde não tem muito movimento. Agora vai vir o verão e nós vamos levar eles na praia, colocar o pezinho na água”, diz o pai das crianças.
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Gêmeos e o bolo para comemorar o primeiro ano de vida (Foto: Mariane Rossi/G1)Gêmeos e o bolo para comemorar o primeiro ano de vida (Foto: Mariane Rossi/G1)
O trabalho está um pouco maior, isso eles não tem nenhuma dúvida. Mas, o prazer de tê-los por perto, bem de saúde e sempre sorridentes, compensa o esforço de cada dia. “Muita gente falou que a gente era louco, que não íamos conseguir, não teríamos paciência. Olha aí, um aninho já”, afirma o pai. Já a felicidade da mãe, de 62 anos, não tem fim. Ela diz que nunca perdeu a calma para cuidar dos filhos e que não existe coisa melhor que ser mãe. “Logo cedo a gente já cantou parabéns para eles. É muito bom. Ser mãe é tudo de bom”, finaliza,
Antonia e Sofia, José e Roberto, no aniversário das crianças (Foto: Mariane)
Antonia e Sofia, José e Roberto, no aniversário das
crianças (Foto: Mariane)
Conheça o caso
Antônia Letícia, de 61 anos, moradora de Santos, no litoral de São Paulo, deu à luz um casal de gêmeos na noite do dia 23 de outubro. Ela e o marido, de 55 anos, tentavam ter filhos havia mais de 20 anos, sem sucesso, mas após quatro tentativas de inseminação artificial.

Sofia e Roberto nasceram às 22h30 na maternidade do Hospital São Lucas. Os bebês nasceram de cesárea pesando cerca de 900 gramas cada um. A mãe precisou ficar na UTI durante 24 horas para estabilizar a pressão e depois foi encaminhada para o quarto. O parto precisou ser adiantado por causa de uma hipertensão severa da mãe, e acabou acontecendo com apenas 31 semanas. Antônia Letícia Asti passou por uma estimulação da glândula mamária para conseguir produzir o leite.

Na época, o ginecologista Orlando de Castro Neto explicou que conhecia Antônia desde 1992, quando ela procurou ajuda para engravidar pela primeira vez. Nesses 20 anos, segundo ele, foram três tentativas de fertilização e uma tentativa de adoção frustradas. A quarta tentativa de fertilização só foi um sucesso por causa de uma intervenção do médico. "Criamos um endométrio favorável e fizemos uma inseminação com dois embriões. Graças a Deus, dessa vez deu certo. Se há 10 anos não tivemos sucesso em nenhuma das três tentativas, nessa, na primeira tentativa, deu certo. Por ser uma gestação gemelar de um menino e uma menina, foi super gratificante”, afirma Orlando. Segundo o médico, a idade não atrapalhou o processo. “A idade não pesou em nada. A única condição é ter útero. Hoje em dia, por meio de medicamentos, você consegue fazer o processo. Até o sexto mês ela não deu nenhum trabalho, tinha uma hipertensão leve que foi controlada, mas ela me deu muito menos trabalho do que grávidas bem mais jovens”, relata Neto.




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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

2 comentários:

  1. O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou, em maio deste ano, uma resolução que define novas regras para a reprodução assistida no Brasil.
    Na vigência do novo texto, que em que pese não ter caráter de lei, direciona a atuação de médicos de todo o país, mulheres com mais de 50 anos não poderão se submeter a técnicas de fertilização in vitro. A entidade defende que, após essa idade, aumentam os riscos às gestantes e bebês, com maior incidência de casos de hipertensão, diabete e partos prematuros.
    Com isso, histórias semelhantes a de Antônia Letícia, podem não ter o mesmo final feliz.
    A resolução é vista com ressalvas por muitos profissionais, fixar a idade de 50 anos deveria ser apenas uma recomendação a fim de permitir que a medicina, possa individualizar os casos e não restringir taxativamente o exercício da autonomia privada no cerne da filiação.
    A limitação por faixa etária representa um retrocesso no âmbito dos direitos humanos, pois pressupõe a incapacidade de mulheres acima de 50 anos, de desenvolverem o exercício da maternidade e não considera propriamente o estado clínico destas mulheres. Na prática, uma mulher de 28 anos, por exemplo, diabética, pode fazer a fertilização in vitro, mas uma de 51, sem qualquer doença, não poderá
    O texto enseja novas discussões e argumentações fundamentadas na realidade social atual.
    O IBGE em pesquisa divulgada ainda em 2013, revela que mulheres terão filhos cada vez mais tarde no Brasil e não cabe ao direito, tão pouco ao CFM, criar óbice à essa nova realidade, mas tão somente ampará-la e garantir que o planejamento familiar seja exercido livremente, como roga o texto constitucional, na medida de sua possibilidade.

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  2. 6. A nova Resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) nº. 2013 de 2013 trouxe diversas novidades sobre o tem “Reprodução Humana Assistida”. Entre elas, determinou que mulheres com mais de 50 anos não podem ser submetidas a técnicas de reprodução assistida. O Conselho justificou a medida devido aos riscos à saúde da gestante mais velha, além da ocorrência de nascimentos prematuros e bebês com baixo peso. Contudo, esse ponto vem sendo muito discutido, pois não parece coerente que se generalize que toda saúde da mulher acima de 50 anos possui uma saúde debilitada que a impede de submeter a esse procedimento. O exemplo trazido por essa notícia é apenas um dos casos que foram realizados com mulheres acima dos 50 anos e que deram certo, sem contar aquelas gestações que resultaram do método tradicional de reprodução, onde a gestante já estava com mais de 50 anos e também tiveram êxito. Segundo essa Resolução cabe a mulher acima dos 50 anos provar que se encontra em bom estado de saúde para adquirir o direito de realizar a reprodução humana assistida. Contudo, esses avanços não poderiam se comportar como segregadores de direitos fundamentais , limitando por exemplo a autonomia privada das mulheres acima de 50 anos. Sendo assim, uma vez que o médico conclui que uma mulher tem condições de se submeter a esse procedimento ele deveria acontecer sem que para isso a mesma tenha que requere-lo ao CMF. Essa limitação de idade limita também o direito ao planejamento familiar dessas mulheres.

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