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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Filha dopou pai para interná-lo

fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/01/se-nao-fosse-forca-ele-ia-morrer-na-rua-diz-filha-que-dopou-para-internar.html

21/01/2013 19h32 - Atualizado em 22/01/2013 12h08

"Se não fosse à força, ele ia morrer na rua', diz filha que dopou para internar

Vendedor de 62 anos é internado involuntariamente no 1º dia de programa.
Decisões sobre internações contra a vontade sairão em um dia, espera juiz.

Tahiane StocheroDo G1, em São Paulo
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Eram cerca de 8h desta segunda-feira (21) quando o vendedor aposentado Reinaldo, de 62 anos, chegou à casa da filha para o café da manhã. Ana Paula, de 33 anos, havia chamado o pai, que é morador de rua e usuário de crack há mais de dois anos, para ir a sua casa porque desejava levá-lo ao médico.

Reinaldo dizia sentir dores no corpo, problema de audição, não comia bem, sumia por meses sem deixar pistas.

Preocupada com a situação alarmante do pai e com diversos furtos que ele fez em sua casa e na dos irmãos, planejou uma "armadilha": o café seria a isca para dopá-lo e levá-lo à força até a sede do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod), no Centro de São Paulo, onde o governo estadual iniciaria um programa de internação compulsória de dependentes químicos.

Antes do café, Reinaldo queria tomar caldo de cana. E foi onde Ana Paula colocou dois comprimidos de um forte calmante. A caminho do Cratod, ele dormiu no banco de trás do carro, deixando cair um cachimbo que levava no bolso, para a surpresa da família.
Quando vi a notícia sobre o programa de internação, conversei com minha família e tomei a iniciativa. Se eu não trouxesse ele à força, ele não ia querer e ia morrer na rua"
Ana Paula, autônoma
Reinaldo foi o primeiro paciente a ser internado na Cratod nesta segunda-feira, quando teve início o programa de internação compulsória em que, após avaliação clínica feita por médicos e psiquiatras, uma equipe jurídica formada por um promotor, um defensor público, um integrante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e um juiz analisam os casos em que há necessidade de internação à força.
A capital paulista não registrou pedidos de internação compulsória nesta segunda-feira - o caso de Reinaldo é considerado involuntário. Internação voluntária ocorre quando o paciente aceita ser internado. Internação involuntária é quando o pedido é feito por familiares. A internação compulsória é determinada pela Justiça.

Ana Paula chegou à clínica por volta das 13h e, quatro horas depois, os médicos decidiram que seu pai tem que fazer tratamento. Mas, como o plantão jurídico já tinha acabado (o atendimento é das 9h às 13h), ela terá que voltar nesta terça-feira (22) para conversar com o juiz que vai atuar no caso.
“Quando vi a notícia do programa de internação sem a vontade da pessoa que o governo estava criando, resolvi que era hora de fazer alguma coisa. Somos uma família de quatro irmãos, conversamos e, como todos estavam de acordo, eu tomei a iniciativa. Se eu não trouxesse ele à força para cá para ser internado, ele ia morrer na rua”, conta Ana Paula, que é autônoma e possui um comércio de roupas no Jardim da Laranjeira, na Zona Leste de São Paulo.
crack internação (Foto: Tahiane Stochero/G1)Ana Paula e a mãe deixaram o Cratod com o documento de
internação do vendedor aposentado Reinaldo
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
Após decidir que era hora de fazer algo, a filha foi localizar o pai nas ruas e o convencer a ir à sua casa na data marcada.
“Meu pai é morador de rua. Desde que começou a usar crack, some de casa, passa dias vagando pela região do Aricanduva, mendigando, comendo mal, sem se cuidar. Ele diz que não consegue parar quieto nunca, que ouve barulhos, que tem que ficar vagando", explica a autônoma.
crack internação (Foto: Tahiane Stochero/G1)Documento atesta internação involuntária de
aposentado de 62 anos (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"Não sabemos mais como lidar com isso porque outras vezes que tentamos tratamento em hospitais, ele saía, fugia. Precisamos de um lugar onde haja segurança, que ele possa ficar sem riscos de fugir ou acontecer algo”, diz Ana Paula, que foi ao centro de tratamento acompanhada da mãe, Telma.

Com quatro filhos e oito netos, Reinaldo chegou a roubar os próprios filhos para ter dinheiro para comprar crack, diz a filha. “Dávamos dinheiro para ele, mas mesmo assim sumiu dinheiro de casa, ele pegava roupas e mercadorias minhas para vender e sustentar o vício. Ele roubou a própria família. E é meu pai, eu me preocupo. Se ele está na rua, não sei onde está, se está bem, se está vivo. Eu não consigo dormir à noite por não saber como está meu pai”, afirma Ana Paula.

“Se fosse pela vontade dele, ele não viria. Ele diz que prefere viver e morrer assim, nas ruas”, relembra a filha. Segundo a família, o ex-vendedor começou a usar outros tipos de drogas há mais de 10 anos, mas quando se separou da mulher e conheceu o crack nas ruas, as coisas começaram a piorar.
“Nossa separação foi porque ele já usava drogas e foi consumindo nossa família. Ele foi se perdendo de tudo, se desligando de tudo. Nem os netos o faziam animar mais. Desde que entrou no crack, perdeu a consciência da situação, não responde mais por ele”, diz a ex-mulher Telma.
A família deixou o Cratod por volta das 16h, após Reinaldo acordar, almoçar e conversar com os médicos. Uma psiquiatra apontou que ele precisa de tratamento contra o crack e Ana Paula foi informada que deve voltar nesta terça-feira para que um magistrado analise o caso.

“Nos falaram que não há vagas para este tipo de internação, contra a vontade, e que um juiz deve apontar qual instituição deve receber o meu pai”, afirmou ela. “Ele vai passar esta noite aqui, medicado, para ficar calmo, até que decidam o que vai ser feito”, diz desapontada a filha, que esperava um destino para o pai ainda nesta segunda-feira.

“Não sabia do horário de funcionamento. Amanhã estaremos de volta”, diz.
Como trabalharemos aqui juntos, espero que as decisões sobre internação compulsória saiam em um dia. Ministério Público, OAB e defensoria poderão se manifestar após um médico fazer a avaliação clínica"
Samuel Karasin, juiz
Decisão sobre internação em um dia
Segundo o juiz Samuel Karasin, que irá decidir sobre a compulsoriedade do tratamento de dependentes de crack no Cratod, cada caso será analisado separadamente após o usuário ser ouvido e os médicos atestarem que realmente é preciso uma internação, pois há risco de vida para o dependente.

Quando a internação é involuntária (a pedido da família e com recomendação médica), o juiz nem sempre é chamado a participar. O magistrado interfere, em especial, quando há menores de idade envolvidos ou há necessidade de uma vaga com urgência que não é disponibilizada no serviço público.

“Ainda não vi o caso do senhor que veio dopado pela família, mas os médicos irão apontar o seu diagnóstico e todas as partes, Ministério Público, OAB, terão a oportunidade de se manifestar. Se é um processo de interdição, de forma compulsória, um processo é aberto. Mas aqui, como estaremos todos trabalhando juntos, espero que as decisões sejam rápidas e tudo não demore mais que um dia”, diz o magistrado.

O plantão judiciário para internações compulsórias no Cratod tem período preliminar de atuação de seis meses, diz o juiz.

“Acho que a maioria dos casos analisados será de internação involuntária, as internações compulsórias são exceções, quando realmente será necessário tomarmos uma atitude e a família não for localizada. O juiz aqui terá um papel maior para garantir uma vaga para quem quiser se internar. E se não houver vaga no sistema público, eu penso que o Estado terá a obrigação de arcar com os custos de uma internação em clínicas privadas”, disse o juiz Iassim Issa, da Vara da Infância e da Juventude.
crack internação (Foto: Tahiane Stochero/G1)Pais procuraram Cratod no Centro de São Paulo para receber
informações sobre como poderiam internar os filhos
dependentes de crack (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Pais à procura de esperança
O primeiro dia de atendimento na Cratod com plantão judiciário foi marcado pelo choro de mães e pais desesperados à procura de esperança para o futuro de seus filhos dependentes de crack.

Um casal de Itaim Paulista, na Zona Leste da capital, foi o primeiro a chegar. Trouxe a filha de 16 anos, usuária de crack, cocaína e álcool, para ser internada. Nas costas da menina, uma mochila escolar com roupas dentro. Os pais queriam que ela saísse direto do Cratod para a clínica ainda nesta segunda-feira.

“Eu recebi o casal logo que as portas se abriram. Eles estavam desesperados. Me disseram: ‘doutor, por favor, faz algo pela minha filha’. A jovem estava resistente à internação, mas conversando com os médicos acabou aceitando. Ela entendeu que precisa de tratamento”, diz o desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.

“Nós estamos na expectativa que o tratamento dê certo, pois já tentamos de tudo. Minha filha some, acho até que ela está fazendo programas sexuais para ter dinheiro para comprar a droga. Eu é que não dou dinheiro para isso, não”, diz o pai da adolescente, um porteiro que pediu para não ser identificado. “Ela precisa ficar pelo menos um ano trancafiada, presa, sem poder sair para rua para poder ficar limpa das drogas”, acrescenta o pai. “Aos poucos ela está entendendo que precisa se tratar”.

A garota consentiu com o tratamento e será internada voluntariamente mas, como é adolescente, a Justiça irá acompanhar o caso.
crack internação (Foto: Tahiane Stochero/G1)Pai que busca internação involuntária para o filho mostra
marcas de briga após jovem querer dinheiro para o crack
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
Internações e agressões
O segundo a chegar no Cratod em busca de uma internação involuntária para o filho de 35 anos foi o mecânico Arlindo (ele preferiu não divulgar o sobrenome), de 52 anos, que teve que faltar ao trabalho em busca de ajuda.

No domingo, ele e o filho entraram em luta corporal após uma nova crise do jovem, que queria dinheiro para comprar crack. O irmão mais velho deu R$ 20 para que o caçula fosse “para a rua” se acalmar.

“Achei uma arma de brinquedo em casa, que ele usa para cometer assaltos e ter dinheiro para o crack. Eu não queria devolver e escondi. Aí ele começou a me agredir, porque queria de volta. Chamei a PM e não sabia o que fazer, mas os policiais falaram que não podiam fazer nada”, conta Arlindo, mostrando as marcas das agressões.
Pai, nos amamos, mas não vai ser você que vai impedir eu de comprar crack ou evitar de eu ir para a cadeia ou até de morrer"
Homem de 35 anos em SMS para o pai
“Estou aqui para falar com um juiz, um advogado, para ver se posso internar contra a vontade o meu filho. Ele já passou por 12 internações, sempre disse que ia porque queria, mas ficava poucas semanas e fugia. Eu tinha R$ 90 mil na conta que gastei pagando estes tratamentos que não deram em nada. Ele vendeu um carro, me roubou, para ter dinheiro para o crack. Isso nunca tem fim. Sempre que ele vai para a clínica, foge e volta a usar”, relembra o mecânico, que é separado e mora na Zona Norte de São Paulo.

Arlindo mostrou à reportagem do G1 mensagens de texto de celular que o filho havia lhe escrito, pedindo a arma de brinquedo de volta. Em um dos textos, o filho dizia: “Pai, me entregue o brinquedo, que não é meu e quem me emprestou sabe onde eu moro. Devolva logo para evitar outra daquelas brigas de lutinha. Nos amamos, mas não vai ser você que vai impedir eu de comprar crack de novo, ou evitar eu de ir para cadeia ou até de morrer”, mostrou o pai, desesperado.

Um juiz iria analisar o caso de Arlindo e avaliar a possibilidade de uma ambulância com um médico ir à casa do mecânico para saber o quadro clínico do jovem. “Eu sei que ele não vai deixar ninguém tocar nele e nem quer ser internado. Eu não sei mais o que fazer”, desabafou. Arlindo deixou o Cratod às 16h e, como não sabia aonde estava seu filho, não foi possível tentar uma internação à força na segunda-feira.

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

SP fará internação involuntária de dependente de crack


fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,sp-fara-internacao-involuntaria-de-dependente-de-crack,980196,0.htm

SP fará internação involuntária de dependente de crack

03 de janeiro de 2013 | 14h 45
BRUNO BOGHOSSIAN - Agência Estado
O governo de São Paulo passará a fazer internações involuntárias de dependentes de crack no Estado, ou seja, sem a necessidade do consentimento do usuário da droga. A ação deve começar daqui a dez dias, com foco na região da cracolândia do centro da capital paulista. Um grupo de juízes, promotores e advogados poderá determinar a internação dos dependentes, a partir da orientação de uma equipe médica, mesmo que os usuários recusem o tratamento.
Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o objetivo da medida é proporcionar o tratamento dos casos mais graves de dependência química. Os usuários de crack serão levados por parentes ou agentes de saúde e assistência social do governo para o Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), que fica na região da cracolândia do centro de São Paulo.
"É um trabalho de internação involuntária, para casos mais graves, que comprometem a vida e a saúde das pessoas. Já vai ter no Cratod o juiz, o promotor e o advogado. Então acho que estamos avançando (no combate ao crack)", disse Alckmin, na manhã desta quinta-feira, após a inauguração do Bom Prato da região de Perus, no noroeste da capital paulista.
A ação será detalhada na próxima semana pela Secretaria de Justiça, pela Secretaria de Desenvolvimento Social e pela Secretaria de Saúde do Estado. A Justiça paulista, o Ministério Público do Estado e a comissão antidrogas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) participarão do programa. O governo estuda se a internação involuntária valerá somente para adultos ou também para menores de idade.
Alckmin fez nesta quinta-feira um balanço da operação de combate ao consumo de crack na cracolândia do centro de São Paulo, que completa um ano. O governador disse que as ações do governo e da Prefeitura da capital internaram mais de mil pessoas e prenderam traficantes de drogas que atuavam na região.
"A gente tem consciência do problema. Não vai resolver rápido. É uma tarefa permanente, mas já diminuiu muito. É uma tarefa permanente, que vamos continuar", afirmou. "Infelizmente, nós temos hoje dependentes químicos no Brasil inteiro, nas capitais, nas grandes cidades e até nas cidades médias. Não podemos nos omitir. Sempre dissemos que não vamos desistir."

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Programa de combate ao crack prevê internação involuntária de usuários


07/12/2011 14h23- Atualizado em 08/12/2011 13h26

Programa de combate ao crack prevê internação involuntária de usuários

Segundo ministro da Saúde, internação será decidida por equipe médica.
Ações de combate ao crack terão investimento de R$ 4 bilhões.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

O programa do governo federal contra o crack, lançando nesta quarta-feira (7) pela presidente Dilma Rousseff, prevê a internação involuntária de usuários. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, serão criados 308 “Consultórios de Rua”, com médicos, psicólogos e enfermeiros, que farão busca ativa de dependentes e avaliarão se a internação pode ser voluntária (com o aval do usuário) ou involuntária (contra a vontade do paciente).
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, no país há três tipos de internação: a voluntária, com consentimento do paciente; a involuntária, no caso de menores de idade ou pacientes em crise; e a compulsória, quando a Justiça determina a internação. No caso de internação involuntária, o hospital deve comunicar o Ministério Público estadual em até 72 horas.
Padilha explicou que a Organização Mundial da Saúde e o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevêem a internação involuntária. “A própria lei autoriza esse tipo de internação por medida de proteção à vida. Os Consultórios de Rua farão uma avaliação sobre o risco à vida da liberação do dependente químico”, afirmou.
Atualmente a internação involuntária é realizada, mas não como política pública de combate às drogas, disse o ministro. De acordo com o ministro da Saúde, 20% das mortes de usuários de crack são em decorrência de “situações de violência.”
(observação: inicialmente, esta reportagem utilizou o termo internação compulsória como sinônimo de internação involuntária. A informação foi corrigida)
O programa
O conjunto de ações integradas para o combate ao crack anunciadas por Dilma terá orçamento de R$ 4 bilhões do governo federal. Com o lema “Crack, é possível vencer”, o programa possui três eixos: cuidado, autoridade e prevenção.
O primeiro é voltado ao tratamento dos usuários, com a ampliação e qualificação da rede de atenção e criação de uma rede de atendimento especializada chamada “Conte com a gente”.
O programa prevê enfermarias especializadas em dependência química no Sistema Único de Saúde (SUS), com investimento de R$ 670,6 milhões. A previsão é de que sejam criados 2.462 leitos destinados ao tratamento de usuários de drogas.
“As pessoas usam tráfico às vezes para evitar a exclusão ou como forma de inclusão, para trabalhar mais, como na zona rural. Por isso, temos que ter atendimentos diferentes, individualizados. É preciso reconstruir um projeto de vida e um sentido da vida para essas pessoas”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O governo federal fará parcerias com entidades privadas voltadas à recuperação de dependentes químicos. As entidades que serão beneficiadas com financiamento público serão escolhidas através de seleção pública de projetos.
Em meio a uma série de denúncias de irregularidades em convênios com Organizações Não Governamentais (ONGs), principalmente nos Ministérios do Esporte e do Trabalho, Padilha enfatizou que o governo vai, segundo ele, “separar o joio do trigo” na seleção das entidades.
Atendimento no SUS
O ministro Alexandre Padilha afirmou ainda que, entre 2003 e 2011, passou de 25 mil para 250 mil a média mensal de atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) a usuários de álcool e drogas em todo país.
O número de atendimento dos Centros de Atenção Psicossociais (Caps), segundo assessoria do ministério da Saúde, passou de 25 mil - média mensal de atendimentos no ano - em 2003 para 250 mil atendimentos mensais em 2011, considerando dados até outubro deste ano.
Para o ministro, o país vive uma epidemia de crack, o qual classificou como “ferida social”. “Temos que reconhecer que estamos sim tecnicamente diante de uma epidemia de crack em nosso país”.
Capacitação
Como parte do programa lançado por Dilma, o Ministério da Saúde vai habilitar para o atendimento específico a usuários de drogas 350 auxiliares de enfermagem, 11 mil profissionais de saúde, 100 mil alunos de graduação na área de saúde, 15 mil gestores e profissionais das Comunidades Terapêuticas.
As vagas de residência em psiquiatria nos hospitais públicos aumentarão em 82% e serão criadas 304 novas vagas especificamente para residência multifuncional em saúde mental. Além disso, serão habilitados 1.650 profissionais para atuarem como teleconsultores.
Autoridade
No eixo “autoridade”, o objetivo é intensificar as ações de inteligência e investigação para identificar e prender traficantes de drogas, assim como desarticular organizações criminosas que atuam no comércio de substâncias ilícitas.
Para isso, o programa prevê maior integração das ações de inteligência da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais. De acordo com o Palácio do Planalto, será realizado policiamento ostensivo nos pontos de uso de drogas em cidades de todo o país, além de projetos de revitalização desses locais.
"Não se combate o crime organizado sem ações de inteligência, estaremos integrando informações para que possamos desenvolver nossas atividades", afirmou o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, também presente no evento.
Segundo Cardozo, primeiro será feito um serviço de levantamento de dados para definir número de usuários e o funcionamento do consumo em locais de concentração do comércio de crack. A partir disso, agentes de saúde e policiais atuarão no local para orientar os usuários. Em seguida, haverá ocupação dos locais de consumo por policiais capacitados.
“Haverá policiamento ostensivo no local. Os policiais serão capacitados e treinados para enfrentar situações", disse Cardozo. O ministro afirmou ainda que serão ampliadas as operações em conjunto dos Ministérios da Saúde e Defesa para o combate ao crime organizado e tráfico de drogas nas fronteiras do Brasil com países vizinhos.
Prevenção
No eixo “prevenção”, o programa prevê ações que visam levar informações a escolas e comunidades com a finalidade de evitar o surgimento de novos usuários. A previsão do governo é capacitar, em quatro anos, 210 mil educadores através do Programa de Prevenção do Uso de Drogas na Escola, e 3,3 mil policiais militares do Programa Educacional de Resistência às Drogas.
O objetivo é que os profissionais e policiais atuem na prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas públicas. Serão beneficiados 2,8 milhões de alunos por ano.
Outra ação do governo é facilitar o acesso por telefone a informações sobre drogas. O atendimento telefônico VivaVoz, que auxilia e orienta usuários e familiares de dependentes, passará de 0800 para o número de três dígitos 132.

Psiquiatria
O Ministério da Saúde também planeja aumentar em 82% até 2014 o número de vagas ofertadas para a residência médica em psiquiatria. A medida tem como objetivo garantir a ampliação do atendimento aos dependentes químicos.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Ordem judicial determina internação involuntária de usuário de entorpecentes



29/08/2011 - 10h12
Ordem judicial determina internação involuntária de usuário de entorpecentes
Redação 24 Horas News

Após esgotadas as tentativas de tratamentos, a mãe de um usuário de entorpecentes procurou ajuda na Defensoria Pública de Alta Floresta (812 km de Cuiabá), a fim de que seu filho fosse internado em clínica de reabilitação contra sua vontade. A petição inicial, elaborada pelo Defensor Público Paulo Roberto Marquezini, sustentou, em síntese, que no atual estágio de drogadição não mais era possível ao dependente manifestar livremente sua vontade, ao menos no que se refere à escolha entre submeter-se ou não a tratamento.

Marquezini ainda explicitou que a questão é de saúde pública - dever do Estado - e que o rapaz apresentava risco a si mesmo, à sua família e à sociedade, em razão do comprometimento de seu juízo normal. Todas as alegações estavam baseadas em laudo médico e fatos devidamente comprovados.
Ao apreciar o pedido de tutela antecipada, o Juízo da Terceira Vara Cível da Comarca de Alta Floresta acolheu integralmente o pedido para determinar que o Estado de Mato Grosso providencie a imediata internação involuntária do dependente em clínica especializada, sob pena de multa diária de R$ 15 mil por descumprimento.
“A medida é extrema, aplicável apenas aos casos mais graves, e não deve ser banalizada, uma vez que envolve o direito à liberdade do dependente químico. Há necessidade de ponderar os valores constitucionais envolvidos, o que só pode ser realizado caso a caso”, explicou Paulo Marquezini.

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