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quinta-feira, 30 de março de 2017

Stem cell Icarus


Landscape with the Fall of Icarus, attributed to Pieter Brueghel the Elder    
What happened to the disgraced Italian surgeon who dazzled the world with artificial tracheas built up with stem cells, Paolo Macchiarini? Despite all the hype, several of his patients eventually died; others are still seriously ill. The ensuing debacle dragged Sweden’s Karolinska Institute into the mire and Swedish police are investigating whether he should be charged with involuntary manslaughter.
At the moment Macchiarini is the head of a research team in bioengineering and regenerative medicine at the University of Kazan, in Tatarstan, about 800 kilometers east of Moscow. But Russian authorities do not allow him to do clinical work. Instead he is confined to doing research on baboons.
Unfortunately, the story of the Italian Icarus is the story of many research projects with stem cells –noisily rising and rising and rising and then silently falling out of sight. Very few stem cell therapies have reached stage IV of clinical trials.
As journalist Michael Brooks points out in the BMJ, stem cell research is a field plagued by unrealistic expectations. One study showed that 70% of newspaper articles about stem cell research have stated that clinical applications are “just around the corner,” “in the near future,” or “within 5 to 10 years or sooner.” 
“This is not simply a problem of media hype,” writes Brooks. “In a surprisingly large number of cases, the source of these unrealistic expectations can be traced back to the scientists themselves.”
Another source of false hope is the very success of some treatments. In clinics all over the world, doctors are using unproven techniques to treat patients – and sometime they appear to work. But despite “grandiose” claims, these successes are not documented properly and could even be spontaneous remissions. There need to be rigorous clinical trials.
A major figure in the growth of the stem cell field, Alan Trounson of the Hudson Institute in Victoria, Australia, who used to head the California Institute for Regenerative Medicine, told Brooks that “Fame and fortune is seductive and stem cells is one of those areas which can provide this.” Close supervision is needed to keep researchers on the straight and narrow.
Finally, one cause of the stem cell hype is simply pride. The Karolinska succumbed to this temptation. According to its internal investigation, protecting its reputation led to “a risk of inadequacies and shortcomings not coming to light.”
Perhaps, says Brooks, “The Macchiarini affair might have a silver lining for stem cell research as a whole. He quotes a man who should know, Alan Trounson: “I believe the field will move on with a little more care—we certainly need to.”







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quinta-feira, 2 de março de 2017

Stem cells 1: ‘Be patient,” says Nobel laureate Shinya Yamanaka


Shinya Yamanaka / New York Times    

Japanese researcher Shinya Yamanaka won the Nobel Prize in Medicine in 2012 for discovering that mature cells can revert to stem cells. These “induced pluripotent stem cells” can, theoretically, become any cell in the body. This was greeted not only as an immense technical breakthrough, but an ethical one, as scientists’ interest in embryonic stem cells for potential cures swiftly declined after his ground-breaking research.

In an interview with the New York Times, he has answered some questions about the future of stem cell research.
For a layman, the surprising thing about Dr Yamanaka’s view of the field is his scepticism about “personalised medicine”. It was once confidently predicted that a person’s iPS cells could be used to create whatever cells are needed to cure him. Not so, he says. Even iPS cells are potentially cancer-causing and have to be tested carefully. Instead of using iPS cells developed from each patient, he envisages using 10 thoroughly safety-tested stem cell lines -- which could treat all patients in Japan (or 20 in the US).
Here are some excerpts from the interview:
Was the promise of stem cells overstated?     
In some ways, yes, it is overstated. For example, target diseases for cell therapy are limited. There are about 10: Parkinson’s, retinal and corneal diseases, heart and liver failure, diabetes and only a few more — spinal cord injury, joint disorders and some blood disorders. But maybe that’s all.
The number of human diseases is enormous. I don’t know how many. We can help just a small portion of patients by stem cell therapy.
Why so few?   
We have more than 200 types of cells in our body. But the diseases I described are caused by loss of function of just one type of cell. Parkinson’s disease is caused by failure of very specialized brain cells that produce dopamineHeart failure is caused by loss of function of cardiac heart cell.
So, that’s the key. We can make that one type of cell from stem cells in a large amount, and by transplanting those cells, we should be able to rescue the patient. But many other diseases are caused by multiple types of cell failures, and we cannot treat them with stem cell therapy.
What are your biggest concerns about the future of stem cell treatments?
I think the science has moved too far ahead of talk of ethical issues. When we succeeded in making iPS cells, we thought, wow, we can now overcome ethical issues of using embryos to make stem cell lines.
But soon after, we realized we are making new ethical issues. We can make a human kidney or human pancreas in pigs if human iPS cells are injected into the embryo. But how much can we do those things?
It is very controversial. These treatments may help thousands of people. So getting an ethical consensus is extremely important.






















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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Coração de bebê de 4 meses recebe células-tronco em cirurgia inovadora


Coração de bebê de 4 meses recebe células-tronco em cirurgia

 inovadora

Técnica busca compensar metade do órgão que não bombeia sangue ao organismo. 
Criança está hospitalizada desde o nascimento.
Josué, de 4 meses, tem um problema congênito no coração. (Foto: Patrick Semansky/AP)
Josué, de 4 meses, tem um problema congênito no coração. (Foto: Patrick Semansky/AP)
Josué Salinas, de 4 meses, passou por uma cirurgia na última terça-feira (20), focada em reparar um defeito congênito em seu coração. O bebê nasceu com metade do órgão em tamanho muito reduzido e foi a segunda criança dos Estados Unidos a receber um tratamento inovador com células-tronco. As informações são da agência de notícias Associated Press.
O objetivo é injetar estas células na parte saudável do coração, de modo que ela tenha maior capacidade de bombeamento do sangue e compense a outra metade, comprometida pelo problema de nascimento.
A técnica faz parte de um estudo em fase inicial, que comparará 30 bebês para analisar se a estratégia é segura e eficaz. “Pensamos que o coração jovem possa responder melhor ao tratamento”, afirma Sunjay Kaushal, chefe de cirurgia cardíaca no Centro Médico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Ele lidera a pesquisa juntamente a pesquisadores da Universidade de Miami.
Os pais de Josué ainda não sabem se as injeções experimentais farão diferença, mas recorreram à técnica porque, desde o nascimento, o bebê ainda não tinha ido para a casa.
A cardiologista pediátrica Kristin Burns, do National Institute of Health, afirma que cerca de 65% dos bebês com a doença de Josué – síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo – sobrevivem por até 5 anos e muitos atingem a vida adulta. “Crianças morrem um necessitam de um transplante cardíaco porque o ventrículo direito se desgasta com a carga de trabalho maior”, afirma.











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domingo, 20 de novembro de 2016

Células-tronco criadas em laboratório regeneram corações de macacos

France Presse
10/10/2016 21h21 - Atualizado em 11/10/2016 08h32

Células-tronco criadas em laboratório regeneram corações de macacos

Pesquisa fez testes em primatas com células-tronco a partir da pele. 
Estudo foi publicado na revista científica 'Nature'.

Da AFP

Macaco da espécie 'Macaca fascicularis', mesma usada no estudo que modificou genes de macacos para reproduzir sintomas similares aos do autismo (Foto: André Ueberbach/Creative Commons)Pesquisa foi realizada com macacos da espécie 'Macaca fascicularis' (Foto: André Ueberbach/Creative Commons)
Em um passo à frente rumo à regeneração de órgãos, células-tronco desenvolvidas a partir de células da pele de macacos revitalizaram corações doentes de cinco animais, anunciaram cientistas nesta segunda-feira (10).
O experimento representa um avanço na direção da meta de se estabelecer uma fonte ampla e indiscutível de células revitalizadas para serem transplantadas em vítimas de ataques cardíacos, escreveram pesquisadores em um estudo publicado na revista científica "Nature".
Isto evitaria a necessidade de coletar células-tronco de embriões ou dos próprios transplantados.
A equipe de cientistas utilizou as denominadas células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs).
Elas são desenvolvidas ao se estimular células maduras, já especializadas - como as da pele - a voltarem ao estado neutro, juvenil, a partir do qual podem dar origem a qualquer outro tipo de célula humana.
Antes do surgimento da técnica iPSC, as células-tronco pluripotentes eram coletadas de embriões humanos, que são destruídos no processo - uma prática controversa.
Há uma terceira categoria de células-tronco, que podem ser diretamente coletadas de seres humanos. Estas células-tronco "adultas" são encontradas dentro de certos órgãos, inclusive o coração, e existem para recompor células danificadas.
Células-tronco adultas do coração já foram usadas em nível experimental para tratar vítimas de ataques cardíacos. E o tratamento com células-tronco embrionárias demonstrou ser promissor no tratamento da insuficiência cardíaca severa.
Mas a equipe de cientistas japoneses afirmaram que seu estudo foi o primeiro a utilizar células iPSCs para consertar um dano cardíaco.
As células humanas iPSCs são há tempos consideradas uma fonte promissora de células para reparar o coração.
Mas desenvolvê-las a partir das próprias células do paciente era "demorado, trabalhoso e custoso", enquanto as células cardíacas desenvolvidas a partir das células de outra pessoa podiam ser rejeitadas pelo sistema imunológico do receptor, escreveram os pesquisadores.
Nas experiências com macacos, os estudiosos selecionaram uma molécula em uma célula do sistema imunológico que combinou tanto com o doador quanto com os receptores de forma a impedir que o sistema de defesa do corpo identificasse e reagisse às células "invasoras".
Os macacos também receberam drogas imunossupressoras brandas e foram monitorados por 12 semanas.
As células melhoraram a função cardíaca, embora tenham sido observados irregularidades nos batimentos (arritmia), destacaram os pesquisadores. Mas, o importante é que as novas células não foram rejeitadas.
"Ainda temos alguns obstáculos, incluindo o risco de formação de tumores, arritmias, o custo, etc", enumerou, em declarações à AFP, o coautor do estudo, Yuji Shiba, da Universidade Shinshu, do Japão.
Mas ele disse estar confiante de que as células cardíacas iPSC serão testadas em humanos "em alguns anos".
Especialistas que não participaram do estudo consideraram-no um avanço, mas advertiram que há um longo caminho a percorrer.
"Eu não acredito que o tratamento com células-tronco para insuficiência cardíaca vá se tornar realidade em muitos anos", avaliou o cardiologista Tim Chico, da Universidade de Sheffield.



















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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Have embryonic stem cells hit the wall?




“Will Embryonic Stem Cells Ever Cure Anything?” is a sceptical headline which you would expect to read in a conservative journal like the National Review or the Weekly Standard. However, it is a bit surprising to find it in the MIT Technology Review, in a profile of Douglas Melton, a Harvard stem cell scientist.
… no field of biotechnology has promised more and delivered less in the way of treatments than embryonic stem cells. Only a handful of human studies has ever been carried out, without significant results. The cells, culled from IVF embryos, are capable of developing into any other tissue type in the body, and therefore promise an unlimited supply of replacement tissue. Sounds simple, but it hasn’t been.
Melton’s specialty is diabetes. Because this is a complex and widespread disease, governments and companies are willing to spend huge amounts of money to find a cure. They will continue to fund embryonic stem cell research – but whether it succeeds is still unknown. 







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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Mulher recebe 1º transplante de pele fabricada com as próprias células

Agencia EFE
12/07/2016 09h59 - Atualizado em 12/07/2016 09h59

Mulher recebe 1º transplante de pele fabricada com as próprias células

Jovem com 70% do corpo queimado foi submetida à técnica na Espanha.
Trata-se de primeiro transplante do tipo em grandes queimaduras.

Da EFE

Uma jovem com 70% do corpo queimado foi submetida com sucesso na Espanha ao primeiro transplante no mundo de pele humana fabricada com suas próprias células, uma técnica pioneira que combina engenharia de tecidos e nanoestruturas para dar mais elasticidade e permitir tratar a pele.
Esta mulher, de 29 anos, que sofreu queimaduras por todo o corpo em abril, se tornou a primeira pessoa a receber o inovador transplante, que evita rejeições, reduz as possibilidades de infecção e aumenta a recuperação do paciente.
Trata-se também do primeiro transplante internacional a utilizar um modelo de pele fabricada a partir das células do próprio paciente e agarose, uma substância química obtida de algas marinhas que melhora a elasticidade da pele artificial, aumenta sua espessura para permitir a manipulação e atende os padrões europeus de fabricação de remédios.
Especialistas da Universidade de Granada e dos hospitais da mesma cidade e Sevilha, no sul da Espanha, possibilitaram esta operação, que supera outros tipos de pele artificial que não se adaptavam à legislação europeia, além disso, melhoram os resultados clínicos do paciente.
Técnica envolveu 80 pesquisadores
A equipe de 80 pesquisadores que possibilitou o transplante ressaltou que uma das características desta nova pele humana consiste em suas propriedades de deformação, que permitem tanto o manejo cirúrgico como a adaptação às necessidades do paciente.

Esse foi primeiro transplante do mundo com essas características em grandes queimaduras, já que existem outras técnicas nos Estados Unidos que utilizam pele artificial, mas que se adequam a pequenas áreas queimadas e não são fabricadas com as células do paciente, por isso gera rejeições e aumenta as chances de infecção.
No transplante, a equipe utilizou duas lâminas de pele da jovem de quatro centímetros quadrados cada para fabricar 5,9 mil centímetros que, em duas intervenções, foram implantados em seu corpo.
O médico Miguel Alaminos destacou que este transplante representa um marco após uma década de trabalho de engenharia de tecidos para criar o biomaterial com estrutura similar à pele, graças ao qual a paciente poderá receber a alta médica em aproximadamente um mês ao apresentar uma boa evolução.
A nova técnica permite gerar pele com mais resistência à manipulação e às mudanças de postura, com mais elasticidade e que evita infecções e perda de líquido.
Até o momento, as grandes queimaduras recebiam pele de doações de mortos, transplantes temporários com maiores riscos tanto de rejeição como de infecções, por isso que a nova técnica facilita a recuperação e reduz as taxas de mortandade.
Está em andamento a fabricação de pele para um segundo paciente com mais de 70% da superfície corporal queimada, que será submetido a uma cirurgia nas próximas semanas.
Queimaduras (Foto: Arte/G1)



















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quinta-feira, 7 de abril de 2016

Cientistas criam novo tipo de célula-tronco com apenas meio genoma

17/03/2016 05h00 - Atualizado em 17/03/2016 05h00

Cientistas criam novo tipo de célula-tronco com apenas meio genoma

Técnica poderia levar ao avanço da pesquisa sobre edição genética.
Células-tronco geradas podem virar muitos outros tipos de célula.

Da Reuters
 Célula haploide com 23 cromossomos (esq.) e célula diploide com 46 cromossomos (dir.) (Foto: Gloryn Chia/Columbia University Medical Center)Célula haploide com 23 cromossomos (esq.) e célula diploide com 46 cromossomos (dir.) (Foto: Gloryn Chia/Columbia University Medical Center)
Cientistas geraram pela primeira vez um tipo de célula-tronco embrionária que carrega uma única cópia do genoma humano, e não as costumeiras duas, um desdobramento que poderia levar ao avanço da pesquisa sobre edição genética, rastreio genético e medicina regenerativa.
Derivada do óvulo feminino, as células-tronco geradas pelos cientistas são as primeiras células humanas conhecidas capazes de divisão celular com apenas uma cópia do genoma da célula do progenitor, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (16) no periódico "Nature".
Espera-se que a descoberta reduza a complexidade para se identificar anormalidades genéticas, o que poderia levar a uma melhor compreensão de muitas doenças, afirmaram os pesquisadores.
Células humanas são consideradas diploides porque elas herdam dois conjuntos de cromossomos, 23 da mãe e 23 do pai. As células reprodutivas do óvulo e do esperma são conhecidas como haploides pois elas contém um único conjunto de cromossomos. Elas não podem se dividir para gerar mais óvulos e esperma.
"O que é fundamentalmente novo é que nós temos células que podem se dividir e se renovar com um único genoma. Isso é simplesmente sem precedentes”, declarou Dieter Egli, do Centro Médico da Universidade de Columbia em Nova York, autor do estudo junto com Nissim Benvenisty, da Universidade de Jerusalém.
Os pesquisadores, incluindo cientistas da Fundação de Células-Tronco de Nova York, identificaram células-tronco haploides capazes de se transformar em muitos outros tipos de célula, como células nervosas, do coração e pancreáticas, mantendo ao mesmo tempo um único conjunto de cromossomos.



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terça-feira, 5 de abril de 2016

Células-tronco devolvem movimentos a pacientes com esclerose sistêmica

15/03/2016 07h00 - Atualizado em 15/03/2016 07h56

Células-tronco devolvem movimentos a pacientes com esclerose sistêmica

Transplantes realizados pela USP em Ribeirão Preto beneficiaram 74 doentes.
Pesquisa busca tratamento mais eficaz para doença reumática autoimune.

Gabriela CastilhoDo G1 Ribeirão e Franca
"Antes do transplante, eu acordava de manhã e parecia que tinha passado um trator em cima de mim. Hoje eu estou ótima", diz Pâmela (Foto: Gabriela Castilho/ G1)Pâmela Bruna Moreira realizou transplante de medula no HC em Ribeirão Preto (Foto: Gabriela Castilho/ G1)
Há dois anos, a secretária Pâmela Bruna Moreira, de 29 anos, precisou aprender a conviver com crises constantes de falta de ar, manchas pelo corpo e muitas dores. Os sintomas da esclerose sistêmica, doença reumática que compromete os movimentos, prejudicava a realização de tarefas simples, como abotoar a camisa ou amarrar o cadarço do tênis.
Sem esperança de cura, Pâmela se viu obrigada a deixar o trabalho e sofria ao perceber a paralisação gradativa das mãos. Em julho do ano passado, porém, a secretária foi submetida a um transplante de medula óssea, durante uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP).
Seis meses após procedimento, a jovem conta que voltou a ter uma vida praticamente normal. "Um mês depois, começou a voltar a pigmentação da pele, porque algumas partes ficaram brancas, como vitiligo. As dores também sumiram. Antes, eu acordava pela manhã e parecia que um trator tinha passado por cima de mim. Hoje, eu estou ótima", diz.
Assim como Pâmela, outros 73 pacientes com esclerose sistêmica também passaram pelo transplante de células-tronco no HC-RP e já observam melhoras nos sintomas, como a recuperação da força muscular e respiratória. O procedimento é mais um passo na busca da cura para a doença.
"Para os pacientes, as opções de tratamento convencionais são restritas, não funcionam bem. Então, temos investigado o transplante de medula óssea como uma forma de tratamento mais agressiva e mais eficaz, e tem funcionado", afirma a reumatologista Maria Carolina Rodrigues, orientadora do estudo.
Pâmela foi diagnosticada com esclerose sistêmica há dois e passou por transplante autólogo de medula óssea (Foto: Gabriela Castilho/ G1)Pâmela diz que deixou de sentir dores após transplante de células-tronco (Foto: Gabriela Castilho/ G1)
A pesquisadora explica que, diferente da esclerose múltipla, que é uma doença neurológica, a sistêmica é autoimune e se caracteriza pela produção excessiva de tecidos fibrosos, o que compromete o movimento dos dedos, das mãos e, em grau avançado, pode prejudicar o funcionamento de órgãos como coração e pulmão.
Atualmente, o tratamento da doença associa medicamentos com sessões de quimioterapia. Premiada pela Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, a pesquisa da USP propõe reverter o quadro clínico em pacientes que sofrem com esclerose sistêmica em aguda, ou seja, que tenham respiração e frequência cardíaca comprometidas.
"É um tratamento que começou a ser investigado há dez anos, mas o transplante ainda é experimental. Escolher qual é o melhor paciente para transplantar, saber o quanto ele melhora, são coisas que a gente vem aprendendo ao longo desses anos. Então, existe uma perspectiva de que vire um tratamento convencional", afirma Maria Carolina.
As pesquisadoras Maria Carolina e Karla, respectivamente, avaliam paciente diagnosticada com esclerose sistêmica (Foto: Gabriela Castilho/ G1)As pesquisadoras Maria Carolina Rodrigues e Karla Pereira no HC em Ribeirão (Foto: Gabriela Castilho/ G1)
O tratamento
A reumatologista explica que o objetivo do transplante é "zerar e reiniciar" o funcionamento do sistema imunológico para que ele pare de agredir as células do organismo. Primeiro, são colhidas as células-tronco da medula do próprio paciente. Em seguida, ele é submetido a sessões agressivas de quimioterapia e, logo depois, as células são reintroduzidas na medula.
Maria Carolina diz que esse tratamento já é realizado em alguns tipos de câncer, como linfomas, e doenças autoimunes, como o diabetes tipo 1. A reumatologista explica que, embora ofereça riscos, o transplante tem apresentado melhores resultados em relação à doença.
"É um tratamento de risco, mas é proporcional a sua eficácia. O paciente recebe doses altas de quimioterapia, a resistência dele cai a zero durante um período e precisa de internação por cerca de 20 dias para recuperação", explica.
A fisioterapeuta e autora do estudo, Karla Pereira examina paciente diagnosticada com esclerose sistêmica (Foto: Gabriela Castilho/ G1)A fisioterapeuta Karla Pereira acompanha pacientes antes e após o transplante (Foto: Gabriela Castilho/ G1)
O estudo é parte da tese de doutorado da fisioterapeuta Karla Pereira na Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão. Para a reumatologista, a atuação dessa profissional na avaliação funcional do paciente é um dos grandes diferenciais do trabalho brasileiro.
"Esse tipo de transplante é feito em outros países também de forma experimental, mas não existe a avaliação da força muscular. A gente tem exame de sangue, exame radiológico, mas não sabe dizer quanto melhorou o movimento do paciente. Ir ao mercado, abrir uma garrafa, abotoar uma camisa são grandes vitórias", afirma.
Desde 2014, Karla acompanha a rotina de mulheres diagnosticadas com esclerose sistêmica com idade média de 32 anos. Dessa forma, a fisoterapeuta consegue estabelecer parâmetros para avaliar a melhora física e motora do paciente após o transplante.
Karla ressalta que o acompanhamento de um fisioterapeuta durante o tratamento pós-transplante é fundamental para auxiliar a recuperação dos movimentos perdidos, bem como do condicionamento cárdio-respiratório.
"A doença atinge principalmente pessoas jovens, que acabam ficando limitadas. Então, o que o paciente mais vê como benefício depois de todo o tratamento pesado, longo, é voltar a fazer atividades que eram para ser muito simples, mas que ele estava incapacitado", conclui.





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terça-feira, 29 de março de 2016

Incisão pioneira com células-tronco regenera olhos de crianças com catarata Procedimento conseguiu recuperar parte do olho de crianças afetadas pela doença na China.

James GallagherEditor de Saúde da BBC News
 Técnica de uso de células-tronco para tratar catarata foi testada em crianças, mas testes em pacientes mais velhos já começaram (Foto: Stephen Jaffe/AFP)Técnica de uso de células-tronco para tratar catarata foi testada em crianças, mas testes em pacientes mais velhos já começaram; foto de 1999 mostra paciente em cirurgia tradicional de catarata (Foto: Stephen Jaffe/AFP)
Um procedimento pioneiro feito por médicos conseguiu restaurar, a partir de células-tronco, o olho de crianças vítimas de catarata na China.
Mais da metade dos casos de cegueira são causados por catarata, quando o cristalino - a lente natural existente no globo ocular - fica opaco.
Em geral, o tratamento de catarata consiste no implante de uma lente artificial.
Já o novo procedimento, descrito na revista especializada "Nature", ativou células-tronco no olho para desenvolver uma nova lente.
Especialistas descreveram o tratamento como um dos maiores avanços na medicina regenerativa.
Tratamentos e complicações
Cerca de 20 milhões de pessoas no mundo todo perderam a visão devido à catarata. A doença é comum mais entre idosos, mas afeta algumas crianças desde o nascimento.
Os tratamentos tradicionais usam ultrassom para amolecer e quebrar a lente natural deficiente. Em seguida, ela é retirada do olho. Uma lente intraocular artificial é então implantada no olho, mas esse procedimento pode resultar em complicações, principalmente em crianças.
A nova técnica desenvolvida por cientistas da Universidade Sun Yat-sen, na China, e da Universidade da Califórnia em San Diego, Estados Unidos, remove a catarata da lente interna do olho através de uma incisão minúscula e deixa a superfície exterior, chamada de cápsula da lente, intacta.
A estrutura é então forrada com as células-tronco epiteliais, que geralmente reparam os danos.
A lente de células-tronco fica atrás da pupila e focaliza a luz na retina.
Segundo os cientistas, o novo procedimento foi feito em 12 crianças depois de testes feitos em coelhos e macacos terem sido bem-sucedidos.
Em oito meses, as lentes de células-tronco já chegavam ao tamanho normal.
"Esta é a primeira vez que uma lente completa foi regenerada. As crianças passaram pela cirurgia na China e continuam muito bem, com visão normal", disse Kang Zhang, um dos pesquisadores.
O procedimento também teve uma taxa de complicações muito menor.
Mas, de acordo com o Kang Zhang, são necessários mais testes antes que esse tratamento se transforme no padrão para tratar crianças com catarata.
Crianças e idosos
O procedimento foi testado em crianças pois suas células-tronco epiteliais da lente do olho são mais jovens e têm uma capacidade maior de regeneração do que as de idosos.
Mas a grande maioria dos casos de catarata acontece em idosos.
Zhang afirma que já começaram os testes em pacientes mais velhos e os primeiros resultados "parecem promissores".
Para Robin Ali, do Instituto de Oftalmologia do Universidade College London, mesmo ainda estando na fase de testes, o trabalho dos cientistas chineses e americanos é "formidável".
"Esta nova abordagem oferece uma perspectiva muito melhor de tratamento para a catarata pediátrica, porque resulta na regeneração de uma lente normal que cresce naturalmente", afirmou.
Para Ali pode ser mais difícil conseguir resultados parecidos em adultos, mas o impacto pode ser grande.
"Pode ser superior às lentes artificiais implantadas atualmente pois as lentes naturais podem permitir que a pessoa enxergue em distâncias diferentes de forma mais eficaz", afirmou.
"O estudo é uma das maiores conquistas no campo de medicina regenerativa até o momento. É o melhor da ciência", disse Dusko Ilic, palestrante em ciência de células-tronco no King's College de Londres.
Potencial
Kang Zhang acredita que usar células-troncos dos olhos tem um "grande potencial" para tratar uma grande variedade de doenças além da catarata, como degeneração macular e glaucoma.
Um outro estudo realizado pela Universidade de Osaka, no Japão, e pela Universidade de Cardiff, na Grã-Bretanha, usou células-tronco para produzir outros tecidos do olho.
Neste estudo os cientistas conseguiram produzir uma série de tecidos oculares incluindo os que fazem parte da córnea, conjuntiva, lente e retina.
"Nosso trabalho não apenas tem potencial para o desenvolvimento de células para tratamento de outras partes do olho, mas também pode estabelecer a base para testes humanos no futuro e transplantes (...) para restaurar a função visual", disse Andrew Quantock, um dos pesquisadores.




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