Acesse o nosso site: www.cebid.com.br

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Gregos com deficiências nadam graças a cadeira a energia solar

Fonte: www.g1.globo.com


1/08/2013 07h00 - Atualizado em 11/08/2013 07h00

Gregos com deficiências nadam graças a cadeira a energia solar

Dispositivo Seatrac permite que pessoas entrem e saiam do mar sozinhas.

Equipe tenta vender aparelho a Croácia, França, Emirados Árabes e Israel.

Da Reuters


 Lefteris Theofilou, de 52 anos, que sofre de paraplegia, entra no mar com a ajuda do "Seatrac", dispositivo movido a energia solar que permite pessoas com deficiência entrem e saiam do mar de forma autônoma, em praia de Alepochori, no oeste de Atenas, no dia 12 de julho  (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Lefteris Theofilou, de 52 anos, que sofre de paraplegia, entra no mar com a ajuda do Seatrac, dispositivo movido a energia solar que permite que pessoas com deficiência entrem e saiam do mar de forma autônoma, em praia de Alepochori, no oeste de Atenas, no dia 12 de julho (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)
Pessoas com deficiências físicas podem nadar sozinhas na Grécia graças a uma cadeira movida a energia solar desenvolvida por uma equipe de cientistas. O dispositivo Seatrac permite que os indivíduos entrem e saiam da água de forma autônoma, por meio de um trilho que os leva até o mar e os traz de volta à areia.
O aparelho foi criado em 2008 e protegido por leis de patente europeias e americanas. Ele opera sobre um mecanismo de controle fixo, que permite que até 30 cadeiras de rodas sejam movidas diariamente para dentro e fora do mar.
Os criadores do dispositivo também se beneficiaram do clima da Grécia, onde faz sol quase o ano todo, mas ainda há pouca acessibilidade para pessoas com deficiência. Além disso, o Seatrac pode ser configurado facilmente em praias sem rede elétrica e desinstalado ao fim da temporada, sem danos para o meio ambiente.

Atualmente, 11 dispositivos Seatrac estão instalados na Grécia, um país com milhares de ilhas e uma das maiores costas do mundo. Os pesquisadores tentam agora expandir o negócio: o produto já foi exportado para o Chipre, e há negociações com países como Croácia, França, Emirados Árabes Unidos e Israel.
A equipe espera que o aparelho impulsione o turismo no Mediterrâneo, o setor mais lucrativo da região. Os cientistas lamentam, porém, a falta de apoio das autoridades locais, que compraram o dispositivo por R$ 90.810 cada, e são responsáveis pela manutenção após o primeiro ano de uso.
Paralisado da cintura para baixo, o mecânico Lefteris Theofilou, de 52 anos, passou quase metade da vida ligado a uma cadeira de rodas. Ele lembra como se fosse um sonho a primeira vez que a cadeira movida a energia solar lhe permitiu nadar sozinho no mar grego, em uma noite quente de verão.
Ele se sentou na cadeira e, ao apartar um botão, subiu nela sem ajuda e andou 20 metros pela costa até a água.
"Temos milhares de praias, as mais belas do mundo, e ainda assim não somos capazes de nadar nelas? Isso faz você se sentir livre e capaz de coisas que não poderia imaginar que faria em seu próprio país", disse. "Esses caras criaram uma coisa incrível, e ainda tropeçamos em problemas do Estado. Esse é o desleixo do Terceiro Mundo", afirmou Theofilou.
O engenheiro Ignatios Fotiou, um dos inventores do Seatrac, comparou a falta de apoio do governo à "construção de um apartamento de cobertura sem um edifício embaixo dele".
Em uma praia movimentada na cidade costeira de Alepochori, perto de Atenas, vandalismo e roubos de painéis solares são comuns. Se alguma coisa quebra, os moradores dizem que pode levar dias para o município corrigir o problema, o que às vezes é adiado ainda mais por trabalhadores em greve. Muitas vezes, adolescentes também usam a máquina como trampolim de mergulho.
O grego Minas Georgakis – cuja mulher, Matoula Kastrioti, de 46 anos, sofre de esclerose múltipla e está em uma cadeira de rodas – disse que precisou tomar o assunto nas próprias mãos, porque a ajuda da administração local "simplesmente não existe".
Com pranchas de madeira, ele construiu uma rampa adicional para permitir o acesso ao Seatrac, já que as cadeiras de roda convencionais não podem ser conduzidas sobre a areia. Mesmo assim, o caminho que leva até o dispositivo é frequentemente bloqueado por motocicletas estacionadas e lixo não recolhido.
Homens trabalham na instalação do Seatrac na praia de Nea Makri, a leste de Atenas (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Trio trabalha na instalação do Seatrac em Nea Makri, a leste de Atenas (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)
Trilhos do Seatrac em uma praia de Alepochori, a oeste de Atenas, no dia 12 de julho (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Trilhos do Seatrac em praia de Alepochori, a oeste de Atenas, em julho (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)
Lefteris Theofilou, que sofre de paraplegia, é ajudado pela mulher, Eleni, de 37 anos, que tem paralisia cerebral (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Lefteris Theofilou, que sofre de paraplegia, é ajudado pela mulher, Eleni, de 37 anos, que tem paralisia cerebral. Dispositivo a energia solar ajuda pessoas com deficiência a nadar (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)
Matoula Kastrioti, de 46 anos, que sofre de esclerose múltipla, observa praia em Alepochori (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)Matoula Kastrioti, de 46 anos, que sofre de esclerose múltipla, entra no mar em praia em Alepochori, a oeste de Atenas, com ajuda de aparelho movido a energia solar que vai até a água (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)
Matoula Kastrioti, de 46 anos, que sofre de esclerose múltipla, observa praia em Alepochori (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)A grega Matoula Kastrioti observa praia em Alepochori, no dia 12 de julho (Foto: Yorgos Karahalis/Reuters)




























































---------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

3 comentários:

  1. A reportagem "Gregos com deficiência nadam graças a cadeira a energia solar" mostra uma ação de inclusão social, pois oferece ao deficiente uma oportunidade de acesso ao que jamais era pensado antes para um cadeirante, que é poderem entrar sozinhos ao mar da Grécia graças a uma cadeira movida a energia solar.
    Outro ponto importante do Dispositivo Seatrac, que permite que deficientes entrem e saiam do mar sozinhos, é que ele atende ao princípio da dignidade da pessoa humana, e, também, ao princípio da igualdade, pois permite aos portadores de deficiência, diante de suas peculiaridades, à integração. O objetivo não é que os portadores de deficiência sejam objeto de tratamento diferenciado, mas que ele se integrem na sociedade sem que sua deficiência se sobressaia, e de forma que consigam realizar autônomos suas atividades.

    ResponderExcluir
  2. Raíssa Lara Rezende24 de agosto de 2013 às 20:21

    É lamentável que, um invento como este, que garante a dignidade, a liberdade, o direito à saúde e lazer de pessoas com deficiência, seja tão pouco amparado e incentivado pelas autoridades governamentais. No Brasil, a Constituição Federal é taxativa ao proteger os direitos dos portadores de deficiência. Tendo em vista seus artigos: 23, inciso II, artigo 24, inciso XIV, artigo 207, inciso III, artigo 227, parágrafos §1º e §2º, e artigo 244, é dever dos representantes do executivo garantir a efetividade da lei por meio de medidas que permitam o bem estar não só da maioria da população mas de toda ela, garantindo aos deficientes saúde e assistência pública, proteção, garantias e integração social, além de atendimento educacional especializado, facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, bem com a eliminação de obstáculos arquitetônicos, além de medidas que evitem todas as formas de discriminação.

    ResponderExcluir
  3. O avanço tecnológico torna-se cada dia mais um fantástico mecanismo de inclusão social de pessoas com deficiência, como mostrado na notícia, a realização de indivíduos por um simples prazer de poder entrar no mar novamente. Sem dúvidas essa realização leva a estes indivíduos o sentimento de pertencimento cidadão e os dignifica.
    Outro ponto a ser observado, é o desleixo do Estado aos equipamentos, por óbvio o mesmo pode algar a reserva do possível, principalmente, do país como a Grécia (em crise). Mas outras formas de manutenção destes aparelhos podem ocorrer pela iniciativa privada, através de isenção tributária pelo Estado.
    Ademais, o avanço também abarca outros tipos de deficiência, como os visuais, auditivos e o mais notório das próteses.

    ResponderExcluir