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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Australiana volta à vida depois de passar 42 minutos clinicamente morta

19/08/2013 09h50 - Atualizado em 19/08/2013 09h53

Fonte: g1.globo.com

Australiana volta à vida depois de passar 42 minutos clinicamente morta

Mulher de 41 anos teve parada cardíaca e foi declarada clinicamente morta.
Médicos usaram um dispositivo para manter fluxo de sangue até o cérebro.

Da AFP

 Vanessa Tanasio com seu filho Max e filha Ella, e sargento Mark Robertson da Polícia de Victoria. Ela foi trazida de volta à vida depois de ficar clinicamente morta por 42 minutos.  (Foto: AFP Photo/Philip Blackman)Vanessa Tanasio com seu filho Max e filha Ella, e sargento o Mark Robertson, da Polícia de Victoria. Ela foi trazida de volta à vida depois de ficar clinicamente morta por 42 minutos. (Foto: AFP Photo/Philip Blackman)

Vanessa Tanasio, 41 anos, que tem dois filhos, foi levada para o Centro Médico Monash de Melbourne na semana passada, depois de sofrer um ataque cardíaco e com uma das artérias completamente bloqueadas.

Uma australiana retornou à vida depois de passar 42 minutos clinicamente morta, informaram os médicos que trabalharam no caso.
Tanasio sofreu uma parada cardíaca e foi declarada clinicamente morta pouco depois. A expressão clinicamente morto é um termo médico que se aplica a uma pessoa que deixou de respirar e na qual o sangue parou de circular.
Mas os médicos não desistiram e usaram um dispositivo de compressão chamado Lucas 2, o único deste tipo que existe na Austrália, para manter o fluxo de sangue até o cérebro, enquanto o cardiologista Wally Ahmar abriu a artéria para desbloqueá-la.
Uma vez desbloqueada, o coração de Tanasio voltou a bater em ritmo normal. 'Utilizei múltiplas descargas, muitos medicamentos para ressuscitá-la', disse Ahmar. 'Certamente isto é um milagre. Não esperava que ela estivesse tão bem'.
Tanasio afirmou que não tinha antecedentes de doenças cardíacas e declarou estar muito agradecida. 'Recordo de estar no meu sofá, depois no chão, depois chegando ao hospital e depois dois dias desapareceram', contou Vanessa Tanasio.
'Estive morta por quase uma hora e apenas uma semana depois me sinto bem. É surreal', completou.
O dispositivo Lucas comprime o peito, de maneira similar ao que acontece durante a manobra de reanimação cardiopulmonar (CPR), e permite aos médicos trabalhar sem parar para implantar um stent (dispositivo cilíndrico) em uma artéria bloqueada.
Esta foi a primeira vez que o dispositivo foi utilizado com êxito em um paciente, segundo o hospital.
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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

3 comentários:

  1. Giulia Miranda Corcione24 de agosto de 2013 às 15:55

    O sucesso do procedimento comprova como o avanço da ciência e a eficiência de intervenções médicas contribuem para proteger a vida em situações extremas. O trabalho da equipe médica buscando trazer a vida de volta para australiana, traz a tona questionamentos sobre a terminalidade da vida. Nesse quesito, apesar de ter sido declarada morta clinicamente, o esforço realizado buscando resgatá-la alcançou seu propósito.

    Diferente de outros procedimentos como a distanásia, no qual se prolonga por meios artificiais a vida de um enfermo incurável, o caso em estudo apresentou o sucesso de uma intervenção imediata na tentativa de recuperar instantaneamente a vida que havia sido perdida, evitando o adiamento prolongado da morte.
    Apresentada como uma questão de bioética e biodireito, a distanásia opõe-se à eutanásia e apesar de não ser permitida no Brasil é muito utilizada. Por outro lado, se a ortotanásia (morte natural, sem a interferência da ciência, o que permite ao paciente morte digna), autorizada no país, houvesse sido seguida no caso da australiana não teria permitido que ela tivesse sido salva.

    Tais teorias devem ser cuidadosamente analisadas para não ferirem os preceitos básicos protegidos por nossa Constituição. Entre eles, o direito à vida e à liberdade, que deverão ser observados simultaneamente, a depender do caso e das circunstâncias em questão.

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  2. Os médicos utilizaram de todo o avanço presente atualmente na medicina para garantirem um direito fundamental de Vanessa Tanasio. Ou seja, para cura-la de uma doença e a trazerem de volta à vida,uma vez que estava clinicamente morta.
    Neste caso, tem-se um junção de elementos éticos médicos de fazerem tudo o que puderem para curar o seu paciente, de forma legal, com elementos jurídicos, como a garantia do direito à vida.

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  3. A Notícia mostra como a evolução da medicina traz melhorias significativas para a qualidade de vida dos indivíduos, como no caso em questão, a manutenção de uma vida, teoricamente já perdida. A forma de como se identificar o fim da vida parece que não é um assunto estagnado na medicina, como na situação em tela, uma australiana clinicamente MORTA retornou à vida.
    Assim, percebo que o Direito deve andar junto com a ciência, apesar dos passos serem dados com velocidades distintas. A celeuma de como proceder com o dito fim da vida deve ser pensado com a visão do biodireito, diante agregação de várias normas neste microssistema, formadas também pelo campo da Bioética, a fim de proporcionar em situações como esta e até abranger para casos como a manutenção de uma vida dita vulgarmente como “estado vegetativo”, uma resposta coerente a cada caso concreto.

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