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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, diz estudo

Fonte: www.g1.globo.com
08/11/2013 06h45 - Atualizado em 08/11/2013 07h42

Autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, diz estudo

Cientistas identificaram contato visual reduzido em recém-nascidos posteriormente diagnosticados com o transtorno.

Da BBC


Criança saudável passa por teste para detectar autismo (Foto: Kay Hinton Emory University/BBC)Criança saudável passa por teste para detectar autismo (Foto: Kay Hinton Emory University/BBC)
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Uma pesquisa conduzida por cientistas americanos sugere que o autismo, disfunção que afeta a capacidade de socialização do indivíduo, pode ser identificado em bebês com até dois meses de vida.
Os estudiosos analisaram o olhar das crianças, do nascimento até os três anos, em direção aos rostos de outras pessoas .
Eles descobriram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mantinham, um contato visual reduzido - uma das marcas do transtorno - nos primeiros meses de vida.
A pesquisa, publicada na "Nature", aumentou as esperanças de que o autismo seja tratado mais precocemente, afirmou um cientista britânico.
No estudo, pesquisadores liderados pela Escola de Medicina da Emory University em Atlanta, nos Estados Unidos, usaram uma tecnologia de rastreamento visual para medir a forma como os bebês olhavam e respondiam a estímulos sociais.
Eles concluíram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mostraram um declínio gradativo na capacidade de manter um contato visual constante com os olhos de outras pessoas a partir da idade de dois meses, quando começaram a assistir vídeos de interações humanas.
O coordenador da pesquisa, Warren Jones, disse à BBC News que foi a primeira vez que "foi possível detectar alguns sinais de autismo nos primeiros meses de vida". "Estes são os primeiros sinais de autismo já observados".

Metodologia
O estudo acompanhou 59 crianças que tinham um alto risco de autismo por terem irmãos com a doença, e 51 crianças de baixo risco. Jones e seu colega Ami Klin examinaram as crianças até completarem três anos, quando as crianças voltaram a ser formalmente avaliadas quanto à doença.

Treze das crianças (11 meninos e duas meninas) foram diagnosticadas com transtornos do espectro do autismo - uma série de distúrbios que inclui o autismo e síndrome de Asperger.
Os pesquisadores, então, voltaram a observar os dados de rastreamento ocular dos pacientes e fizeram uma descoberta surpreendente. "Em crianças com autismo, o contato visual já está em declínio nos primeiros seis meses de vida", disse Jones.
Jones acrescentou, entretanto, que tal quadro só pode ser observado com tecnologia sofisticada e não seria visível para os pais.
Para Deborah Riby, do departamento de psicologia da Universidade de Durham, o estudo proporcionou uma análise sobre o tempo de atenção social, atípica em crianças que tendem a desenvolver autismo. "Esses marcadores precoces são extremamente importantes para identificar brevemente os primeiros traços de autismo. Dessa forma, temos a capacidade de aprimorar o tratamento", disse Riby.

Mais pesquisas
Caroline Hattersley, diretora de informação, aconselhamento e apoio da National Autistic Society, baseada no Reino Unido, disse que a pesquisa foi "baseada em uma amostra muito pequena e precisa ser replicada em uma escala muito maior antes de podermos tirar quaisquer conclusões concretas". "O autismo é um transtorno muito complexo", disse.

"Não há duas pessoas com autismo que são iguais, e por isso é necessária uma abordagem holística para o diagnóstico, que leve em conta todos os aspectos do comportamento de um indivíduo. Uma abordagem mais abrangente permite que todas as necessidades do pacientes sejam identificadas". "É vital que todas as pessoas com autismo possam ter acesso a um diagnóstico, pois isso pode ser a chave para uma recuperação mais rápida", concluiu.
A pesquisa foi feita em parceria com o Marcus Autism Center e o Children's Healthcare of Atlanta
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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Um comentário:

  1. Atualmente no Brasil, a possibilidade de detectar o autismo se dá somente a partir do momento em que este se manifesta diante da sociedade e das relações sociais que o cercam apresentando comportamentos diversos do padronizado, como são os exemplos de déficits expressos de comunicação social e ausência de reciprocidade nas relações que os envolve. Conforme nos aduz as especificações descritas no Dicionário de Saúde Mental 5.ª edição, elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria, com o intuito de definir este tipo de diagnóstico, bem como em nossa legislação pátria na LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012, em seu art. 1°, §1°, os autistas são possuidores de transtorno do espectro autista, tratados por nosso ordenamento jurídico como deficientes, fato que leva a legislação a se preocupar com sua inserção social de maneira específica, coibindo qualquer tipo de discriminação, sejam elas de caráter escolar, profissional e social, e buscando reafirmar sua dignidade como seres portadores de direitos de personalidade.
    Com os avanços tecnológicos como os citados na reportagem podemos sutilmente observar o enquadramento do princípio da dignidade da pessoa humana concomitante com o da precaução, que dará aos autistas a possibilidade de quanto mais rápido forem diagnosticados mais eficazes se tornaram os tratamentos aplicados a ele, haja vista que o desenvolvimento de suas faculdades e aspectos cognitivos se dão a partir de símbolos utilizados repetidamente, fazendo com que sua aceitação diante do mundo amenize seus conflitos com a dinâmica da vida ao decorrer de seu desenvolvimento.

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