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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Bebê sem sexo não consegue ser registrado

Fonte: noticias.r7.com

Bebê sem sexo não consegue ser registrado

Pais contam sofrimento de criança que também nasceu sem ânus, em Londrina (PR)
Vanessa Sulina, do R7
Pai e mãe lutam para conseguir registro de bebêArquivo pessoal

Há um mês, Natiele Cristina Pereira, 20 anos, de Cambé, região metropolitana de Londrina (PR), luta para descobrir o sexo de seu filho. De acordo a dona de casa, o bebê nasceu com má formação genética e os médicos não sabem ao certo se a criança é menino ou menina.

— O órgão genital é de menino, mas não está bem formado. A médica disse que há 90% de chance de ser realmente um menino, mas só vamos ter certeza depois do exame de sangue que o resultado só sai em janeiro [sic]. É um exame genético. Até lá, não podemos fazer o registro. Por enquanto, demos o nome de Rafael.

Natiele ainda conta que tomou um susto quando o bebê nasceu, já que “tinha certeza de que era uma menina”.

— Nos exames que fiz durante a gravidez [ultrassom] deram que era uma menina. Tanto que compramos tudo rosa: roupinha, carrinho e tudo mais. Meu marido tem até foto com lacinho rosa na cabeça. Até os próprios médicos se surpreenderam quando viram. Eles se entreolharam preocupados e não sabiam o que me dizer.

A criança nasceu no Hospital Universitário da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Segundo a mãe, após o nascimento, ele foi transferido para o Hospital das Clínicas da cidade, onde ficou internado por dez dias.

Perfuração da barriga

Além do problema com o órgão sexual, o pequeno Rafael nasceu também sem ânus.

— Foi feito uma colostomia. Eles fizeram um furo na barriguinha dele que é onde saem as fezes. Foi feito um canal, mas não colocaram bolsinha. Vai tudo para a fralda mesmo. Então, tenho que limpar certinho, colocar gaze para não vazar. Ele só poderá operar quando tiver com pelo menos seis meses de idade.

Natiele diz que “é muito difícil ver um filho sofrendo”, sem saber como será seu futuro.

— Não pelo fato de ser menina ou menino, porque para gente tanto faz, mas passar por cirurgia. Os médicos ainda nem sabem se será possível operar da má formação do órgão sexual dele.

Para o pai, o cinegrafista Rafael Moreira Lima, o apelo é um só: encontrar um especialista que possam ajuda-los “de alguma forma”.

— Estamos com dificuldade de tratamento. O que a gente queria um especialista no caso, porque um médico fala uma coisa, outra coisa. Para você ter uma noção, não sabemos o que pode acontecer. Fizemos exames e vamos ter que esperar meses. Mas a saúde do nosso filho pode agravar. Agora eu penso: como nos ultrassons dela nunca apareceu nada disso?

A reportagem do R7 procurou a assessoria de imprensa do Hospital Universitário de Londrina. Porém, eles disseram que não iriam se pronunciar por enquanto.



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Paciente pode rejeitar cirurgia que salvará sua vida


Não se trata de hipótese de diretivas antecipadas de vontade. Isso porque o ato jurídico consistente em diretivas antecipadas de vontade apenas produz efeito quando a pessoa estiver incapacitada de expressar, livre e autonomamente, sua vontade, conforme bem salientada na própria resolução 1995. O que não era o caso, conforme se verifica no teor do próprio acórdão. O que o MP queria era a supressão judicial de vontade de uma pessoa capaz que se recusava ao tratamento médico que lhe era possível. Agora, se este sujeito não estivesse em condições de expressar algum tipo de vontade, aí sim poder-se-ia tratar de DAV, podendo pensar em uma antecipação de vontade em possível prontuário médico.

Se a pessoa está em condições de manifestar vontade para recusar tratamento médico, não há que se falar em efeitos do exercício de uma autonomia prospectiva. A AUTONOMIA É PRESENTE e foi isso que o TJRS resguardou. Assim, desnecessário para resolver o caso qualquer menção à Res. 1995 do CFM. Também não haveria necessidade de constar da ementa do acórdão que o paciente elaborou testamento vital.

CEBID
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Notícias

novembro
2013
TESTAMENTO VITAL

Paciente pode rejeitar cirurgia que salvará sua vida

O entendimento levou a 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a confirmar decisão que garantiu a um idoso o direito de não se submeter à amputação do pé esquerdo, que viria a salvar sua vida. Assim como o juízo de origem, o colegiado entendeu que o estado não pode proceder contra a vontade do paciente, como pediu o Ministério Público, mesmo com o propósito de salvar sua vida.
Além da Resolução do CFM, o relator da Apelação, desembargador Irineu Mariani, afirmou no acórdão que o direito de morrer com dignidade e sem a interferência da ciência (conhecida como ortotanásia) tem previsão constitucional e infraconstitucional.
Explicou que o direito à vida, garantido pelo artigo 5º, caput, deve ser combinado com o princípio da dignidade humana, previsto no artigo 2º, inciso III, ambos da Constituição Federal. Isto é, vida com dignidade ou razoável qualidade. Entretanto, em relação ao seu titular, o direito à vida não é absoluto, pois não existe obrigação constitucional de viver. Afinal, nem mesmo o Código Penal criminaliza a tentativa de suicídio.
No âmbito infraconstitucional, Mariani citou as disposições do artigo 15 de Código Civil: “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica’’.
‘‘Nessa ordem de ideias, a Constituição institui o direito à vida, não o dever à vida, razão pela qual não se admite que o paciente seja obrigado a se submeter à cirurgia ou tratamento’’, concluiu, sem deixar de considerar que o trauma da amputação pode causar sofrimento moral. O acórdão foi lavrado na sessão dia 20 de novembro.
Álvará judicial
O Ministério Público ingressou na Justiça estadual com pedido de Alvará Judicial para suprimento da vontade do idoso e ex-portador de hanseníase (lepra) João Carlos Ferreira, que mora no Hospital Colônia Itapuã (HCI), localizado em Viamão, município vizinho a Porto Alegre.

Diagnosticado com necrose no pé esquerdo desde 2011 e em franco definhamento, ele vem recusando a amputação, cirurgia que poderia salvar a sua vida. Se não o fizer, corre o risco de morrer por infecção generalizada. O idoso, de 79 anos, não apresenta sinais de demência, mas foi diagnosticado com quadro de depressão.
Conforme o laudo da psicóloga que o atende, ‘‘o paciente está desistindo da própria vida vendo a morte como alívio do sofrimento”. Assim, segundo o MP, o paciente estaria sem condições psíquicas de recusar o procedimento cirúrgico. Em síntese, a prevalência do direito à vida justifica contrapor-se ao desejo do paciente.
O juízo da Comarca de Viamão indeferiu o pedido de amputação, negando a concessão do Alvará. Argumentou que o paciente é pessoa capaz, tendo livre escolha para agir e, provavelmente, consciência das eventuais consequências. Assim, não cabe ao estado tal interferência, ainda que porventura possa vir a falecer. Desta decisão é que resultou recurso de Apelação ao TJ-RS.
Clique aqui para ler a íntegra da Resolução do CFM.
Clique aqui para ler o acórdão. 

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Barriga de aluguel: filhos nascidos na Índia

Fonte: http://veja.abril.com.br

Barriga de aluguel: filhos nascidos na Índia 


Na busca da paternidade, casais brasileiros vão até a Índia para contratar barrigas de aluguel para gerar seus filhos. Conheça a história de uma família que pagou 100 mil dólares para ter três bebês em uma clínica que oferece esse serviço.

Assista o vídeo abaixo:






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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Menina com paralisia cerebral vira modelo de loja no Reino Unido

Fonte: www.g1.globo.com

07/11/2013 16h26 - Atualizado em 07/11/2013 18h20

Menina com paralisia cerebral vira modelo de loja no Reino Unido

Criança de 7 anos participou de campanha para linha infantil.
Holly Greenhow usa cadeira de rodas e tem dificuldades na fala.


Holly Greenhow em foto feita para campanha de loja no Reino Unido (Foto: Geoff Robinson)Holly Greenhow em foto feita para campanha de loja no Reino Unido (Foto: Geoff Robinson)

Uma menina de 7 anos que sofre de um tipo de paralisia cerebral se tornou a nova garota propaganda de uma marca de roupas no Reino Unido.
Holly Greenhow enfrenta dificuldades em quase todas as suas atividades diárias, desde falar até sentar, mas isso não a impediu de ser escolhida pela marca, segundo o jornal britânico “Daily Mail”.
Holly é de Cambridgeshire. Sua paralisia cerebral foi causada por uma prolongada falta de oxigênio durante seu nascimento.

Holly é incapaz de andar e só pode falar usando um computador  (Foto: Geoff Robinson)Holly é incapaz de andar e só pode falar usando um computador (Foto: Geoff Robinson)
A menina foi escolhida para fazer a propaganda da linha infantil da marca Boden após ter participado de um teste este ano. Na ocasião, ela se saiu muito bem em frente às câmeras.
Após ser escolhida, ela passou um dia em Londres fotografando com as roupas da marca, e agora pode ser vista em uma campanha publicitária na internet.

Fiona, 42, mãe de Holly Greenhow (Foto: Geoff Robinson)
Fiona, 42, mãe de Holly Greenhow

(Foto: Geoff Robinson)

“Holly tem um lindo sorriso, e ser modelo não significa apenas ser perfeito, então pensamos: 'por que ela não pode ser considerada?’”, diz a mãe da menina, Fiona, de 42 anos.
“Há várias coisas que ela não pode e nunca poderá fazer, então foi muito bom para ela ter esta experiência. Esperamos que isso ajude a melhorar a imagem das crianças com deficiência e também abra os olhos das pessoas para o fato de que há muitas crianças que não são perfeitas.”
A paralisia que atinge Holly afeta seus movimentos, seu equilíbrio e sua fala.

Ela usa uma cadeira de rodas para se locomover e recentemente começou a se comunicar utilizando um sistema computadorizado operado por seus olhos – similar ao utilizado pelo físico Stephen Hawking.
Mesmo com as limitações, a menina sempre gostou de escolher suas próprias roupas.  A família espera que ela tenha mais oportunidades semelhantes e participe de outras campanhas.

Holly Greenhow ao lado de outras crianças modelos (Foto: Geoff Robinson)Holly Greenhow ao lado de outras crianças modelos (Foto: Geoff Robinson)

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Autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, diz estudo

Fonte: www.g1.globo.com
08/11/2013 06h45 - Atualizado em 08/11/2013 07h42

Autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, diz estudo

Cientistas identificaram contato visual reduzido em recém-nascidos posteriormente diagnosticados com o transtorno.

Da BBC


Criança saudável passa por teste para detectar autismo (Foto: Kay Hinton Emory University/BBC)Criança saudável passa por teste para detectar autismo (Foto: Kay Hinton Emory University/BBC)
saiba mais

Uma pesquisa conduzida por cientistas americanos sugere que o autismo, disfunção que afeta a capacidade de socialização do indivíduo, pode ser identificado em bebês com até dois meses de vida.
Os estudiosos analisaram o olhar das crianças, do nascimento até os três anos, em direção aos rostos de outras pessoas .
Eles descobriram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mantinham, um contato visual reduzido - uma das marcas do transtorno - nos primeiros meses de vida.
A pesquisa, publicada na "Nature", aumentou as esperanças de que o autismo seja tratado mais precocemente, afirmou um cientista britânico.
No estudo, pesquisadores liderados pela Escola de Medicina da Emory University em Atlanta, nos Estados Unidos, usaram uma tecnologia de rastreamento visual para medir a forma como os bebês olhavam e respondiam a estímulos sociais.
Eles concluíram que as crianças posteriormente diagnosticadas com autismo mostraram um declínio gradativo na capacidade de manter um contato visual constante com os olhos de outras pessoas a partir da idade de dois meses, quando começaram a assistir vídeos de interações humanas.
O coordenador da pesquisa, Warren Jones, disse à BBC News que foi a primeira vez que "foi possível detectar alguns sinais de autismo nos primeiros meses de vida". "Estes são os primeiros sinais de autismo já observados".

Metodologia
O estudo acompanhou 59 crianças que tinham um alto risco de autismo por terem irmãos com a doença, e 51 crianças de baixo risco. Jones e seu colega Ami Klin examinaram as crianças até completarem três anos, quando as crianças voltaram a ser formalmente avaliadas quanto à doença.

Treze das crianças (11 meninos e duas meninas) foram diagnosticadas com transtornos do espectro do autismo - uma série de distúrbios que inclui o autismo e síndrome de Asperger.
Os pesquisadores, então, voltaram a observar os dados de rastreamento ocular dos pacientes e fizeram uma descoberta surpreendente. "Em crianças com autismo, o contato visual já está em declínio nos primeiros seis meses de vida", disse Jones.
Jones acrescentou, entretanto, que tal quadro só pode ser observado com tecnologia sofisticada e não seria visível para os pais.
Para Deborah Riby, do departamento de psicologia da Universidade de Durham, o estudo proporcionou uma análise sobre o tempo de atenção social, atípica em crianças que tendem a desenvolver autismo. "Esses marcadores precoces são extremamente importantes para identificar brevemente os primeiros traços de autismo. Dessa forma, temos a capacidade de aprimorar o tratamento", disse Riby.

Mais pesquisas
Caroline Hattersley, diretora de informação, aconselhamento e apoio da National Autistic Society, baseada no Reino Unido, disse que a pesquisa foi "baseada em uma amostra muito pequena e precisa ser replicada em uma escala muito maior antes de podermos tirar quaisquer conclusões concretas". "O autismo é um transtorno muito complexo", disse.

"Não há duas pessoas com autismo que são iguais, e por isso é necessária uma abordagem holística para o diagnóstico, que leve em conta todos os aspectos do comportamento de um indivíduo. Uma abordagem mais abrangente permite que todas as necessidades do pacientes sejam identificadas". "É vital que todas as pessoas com autismo possam ter acesso a um diagnóstico, pois isso pode ser a chave para uma recuperação mais rápida", concluiu.
A pesquisa foi feita em parceria com o Marcus Autism Center e o Children's Healthcare of Atlanta
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Nova técnica estudada na Argentina permite mudança de sexo em animais

Fonte: www.g1.globo.com
10/11/2013 06h05 - Atualizado em 10/11/2013 07h17

Nova técnica estudada na Argentina permite mudança de sexo em animais

Estudo é realizado por Daniel Salamone e outros três pesquisadores.
Técnica pode modificar sexo de vacas, éguas e fêmeas de outras espécies.

Da Agência Efe


Os animais poderão mudar de sexo na Argentina graças a uma nova técnica desenvolvida por um grupo de pesquisadores da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires.
Técnica pode modificar sexo de vacas, éguas e fêmeas de outras espécies (Foto: Julian Stratenschulte/DPA/AFP)Técnica pode modificar sexo de vacas, éguas e fêmeas de outras espécies (Foto: Julian Stratenschulte/DPA/AFP)
Trata-se, basicamente, de um procedimento desenvolvido para clonar cromossomos e, a longo prazo, poder modificar o sexo de vacas, éguas e até fêmeas de outras espécies.
A ideia parece de ficção científica: selecionar um animal com características únicas, como uma vaca que tenha a melhor capacidade de produzir leite em qualidade e quantidade, e depois, cloná-la para que a cópia tenha sua mesma informação genética.
O detalhe é que, após uma troca de cromossomos sexuais, o animal seria um touro.
"Deste modo estaríamos aumentando a produção do número de filhotes, porque enquanto uma vaca com tratamentos hormonais muito caros pode gerar somente de 20 a 30 filhotes por ano, um touro produz mais de 10 mil", explicou à Agência Efe o diretor do Laboratório de Biotecnologia Animal da universidade, Daniel Salamone.
A modificação seria feita com fins produtivos, já que costuma existir uma preferência por filhotes que sejam fêmeas ou machos, dependendo do destino que se dará ao animal.
Os cromossomos que determinam o sexo são o X e o Y. Assim, se um indivíduo tem dois cromossomos X é fêmea; se tem apenas um X e um Y é macho.
"A longo prazo, nós buscaremos desenvolver um método para modificar esses cromossomos de uma fêmea: em vez de ter os XX originais, seria XY", explicou Salamone.
Desta maneira, os estudos desenvolvidos por ele e pelas pesquisadores Natalia Canel, Inés Hiriart e Romina Bevacqua permitem um avanço ainda maior nas tecnologias disponíveis atualmente para a reprodução de animais.
Até agora, só era possível manipular núcleos, enquanto, graças ao avanço do laboratório dirigido por Salomone, se pode manipular uma unidade menor ao trabalhar com cromossomos.
Nos últimos anos, a mesma instituição já tinha trabalhado em linhas de pesquisa distintas que também permitiram notáveis avanços para a biotecnologia animal.
O laboratório já participou de pesquisas que permitiram gerar as primeiras vacas clonadas e transgênicas da América do Sul, que são capazes de gerar hormônios de crescimento no leite.
Vários dos trabalhos desenvolvidos nos últimos anos já estão publicados. Há dois anos a instituição conseguiu clonar com sucesso cavalos pela primeira vez na região, e também foram os responsáveis pela clonagem de espermatozóides selecionando o sexo.
"O fato de trabalharmos com a sexualidade se tornou atrativo por podermos modificar cromossomos individuais", ressaltou Salamone.
Por causa disso, os pesquisadores começaram a questionar o que aconteceria se introduzissem um determinado número de cromossomos em um óvulo sem informação genética.
De acordo com o pesquisador, quando o procedimento foi realizado a equipe percebeu que o óvulo continuou com a sua capacidade de se multiplicar.
"O que queremos explorar como laboratório são as diferentes possibilidades para micromanipular os embriões", revelou Salamone.
"Desenvolvemos também um par de trabalhos em que clonávamos um espermatozóide e um óvulo e então poderíamos usá-lo para fertilizar ou reconstruir um embrião", acrescentou.
De acordo com os pesquisadores da Faculdade de Agronomia, a técnica para mudar o sexo das vacas também seria útil nos equinos, criando assim uma versão masculina de uma égua excepcional com a mesma genética que disputaria partidas de polo.
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Ministério da Saúde amplia idade e muda teste para doação de sangue

Fonte: www.g1.globo.com

12/11/2013 13h01 - Atualizado em 12/11/2013 18h27

Ministério da Saúde amplia idade e muda teste para doação de sangue

Novo teto de idade para doadores passou de 67 para 69 anos.
Segundo governo, novo exame será mais eficiente na detecção do vírus HIV.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília



O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (12) que elevou a idade máxima para doação de sangue no país, que subiu de 67 para 69 anos. A pasta também tornou obrigatória a realização de teste que permite maior rapidez na identificação dos vírus HIV (AIDS) e HCV (hepatite tipo C) no sangue de doadores. O novo procedimento é considerado mais "eficaz" que o atual exame realizado no Brasil, o Elisa.
Segundo estimativa do governo federal, o aumento do teto de idade irá ampliar em cerca de 2 milhões de pessoas o número de potenciais doadores no país. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com 32 hemocentros coordenadores e 368 regionais e núcleos de hemoterapia em todo o país.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também destacou que, apesar de não existir a obrigatoriedade de realização do teste de ácido nucleico (NAT) em todo o sangue doado no país, desde julho o procedimento já era realizado em todas as doações realizadas pelo SUS. Padilha ressaltou que a rede pública de saúde é responsável por cerca de 75% das transfusões feitas no Brasil.

"Estamos em um estágio que podemos tornar obrigatório o teste do NAT, para o teste do HIV e da Hepatite C. Os testes já são feitos, mas agora serão obrigatórios. E incorporam-se ao questionário, que não podemos abrir mão, porque tem padrão internacional e é uma forma de excluir potenciais doadores que possam ter risco de transmissão de doenças de risco", afirmou o ministro.
Os dois tipos [de exames] são absolutamente confiáveis. O que o NAT ajuda é a reduzir a janela imunológica, ou seja, descobre mais precocemente se aquela pessoa [doadora] está infectada pelo vírus"
Alexandre Padilha, ministro da Saúde

Conforme o ministro da Saúde, os laboratórios terão 90 dias para se adequar às novas regras. Ainda segundo ele, tanto o NAT quanto o Elisa são “absolutamente confiáveis”.

“Os dois tipos [de exames] são absolutamente confiáveis. O que o NAT ajuda é a reduzir a janela imunológica, ou seja, descobre mais precocemente se aquela pessoa [doadora] está infectada pelo vírus. Por isso, é importante para a transfusão para dar mais segurança”, explicou Padilha

Segundo o Ministério da Saúde, o teste Elisa é capaz de detectar os anticorpos produzidos pelo organismo após infecção por HIV e HCV, enquanto o NAT é capaz de detectar o material genético dos vírus.

“O NAT reduz a janela imunológica ou o tempo em que o vírus permanece indetectável por testes de 22 para dez dias, no caso do HIV; e de 35 para 12 dias, em relação ao vírus da Hepatite tipo C. O NAT identifica o material genético do vírus e não os anticorpos [como ocorre em outros exames], o que permite um resultado mais rápido e eficaz”, informou o ministério.


Padilha destacou que os laboratórios particulares poderão solicitar ao SUS o fornecimento do NAT, que será feito de forma gratuita.

“As mudanças são muito importantes para dar mais segurança à rede de bancos de sangue do Brasil (...) O Brasil inclusive já é reconhecido internacionalmente por adotar métodos extremamente seguros”, destacou o auxiliar da presidente Dilma Rousseff.



Produção nacional
Desde 2011, o NAT está em fase de implementação e é produzido pelo laboratório público Bio-Manguinhos, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo Padilha, a produção do NAT no país deve gerar uma economia anual estimada em R$ 100 milhões. "Nós conseguimos nesses anos implantar uma estrutura, uma plataforma com alta qualidade, necessária para que o exame seja feito", afirmou o ministro.

O presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Carmino Antonio de Souza, aprovou as mudanças anunciadas nesta terça pelo Ministério da Saúde.

“O NAT, há aproximadamente dez anos, vem se implantando no mundo inteiro. Aqui no Brasil ele já estava sendo feito na rede privada e na rede pública nos últimos anos, durante a fase de implantação. Eu concordo com o ministro, estamos celebrando uma coisa fundamental para o Brasil, que é levar país a um nível internacional, que é colocando o NAT como obrigatório em todo o território nacional”, afirmou.

Bolsas de Sangue
O Ministério da Saúde informou que, atualmente, são coletadas 3,6 milhões de bolsas por ano no país, correspondentes a 1,8% da população. “Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros da OMS [Organização Mundial de Saúde], o Ministério da Saúde trabalha para chegar ao índice de 3%”, observou a pasta.


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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Família do Nepal com 'síndrome do lobisomem' passa por tratamento

6/11/2013 09h36 - Atualizado em 06/11/2013 09h50

Família do Nepal com 'síndrome do lobisomem' passa por tratamento

Mãe e três filhos sofreram a vida toda com excesso de pelos no rosto.
Família está passando por tratamento a laser para aliviar sintomas.

A nepalesa Devi Budhathouki, de 38 anos, e três de seus filhos - Manjura, Mandira, e Niraj - sofrem de uma doença chamada hipertricose lanuginosa congênita, cujo sintoma é o excesso de pelos.
Depois de sofrerem com o problema durante toda a vida, a família passou por um tratamento a laser para diminuir os sintomas da condição, também conhecida como "síndrome do lobisomem". O tratamento está sendo feito no Hospital Dhulikhel, nas proximidades de Katmandu, capital do Nepal. Veja fotos que mostram a família antes e depois do tratamento.
Devi Budhathoki, de 38 anos, posa para foto antes e depois de iniciado o tratamento para remoção de pelos da face. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)Devi Budhathoki, de 38 anos, posa para foto antes e depois de iniciado o tratamento para remoção de pelos da face. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)
A garota Manjura Budhathoki, de 14 anos, é vista antes e depois do tratamento a laser. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)A garota Manjura Budhathoki, de 14 anos, é vista antes e depois do tratamento a laser. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)
O garoto Niraj Budhathoki, de 12 anos, também passou por tratamento para aliviar sintomas de síndrome. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)O garoto Niraj Budhathoki, de 12 anos, também passou por tratamento para aliviar sintomas de síndrome. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)
A menina Mandira Budhathoki, de 7 anos, também tem a síndrome que afeta sua mãe e irmãos. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)A menina Mandira Budhathoki, de 7 anos, também tem a síndrome que afeta sua mãe e irmãos. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)
Devi e seus dois filhos posam para foto após terem comoeçado o tratamento a laser com o objetivo de diminuir os pelos da face. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)Devi e seus dois filhos posam para foto após terem começado o tratamento a laser com o objetivo de diminuir os pelos da face. (Foto: Reuters/Navesh Chitrakar)



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Primeira dose de vacina anti-HIV é aplicada em macacos no Butantan


Fonte: www.g1.globo.com


06/11/2013 18h41 - Atualizado em 07/11/2013 12h05

Primeira dose de vacina anti-HIV é aplicada em macacos no Butantan

Quatro animais adultos e saudáveis iniciaram teste na terça (5) em SP.
Próxima fase incluirá 28 primatas; segurança em macacário foi reforçada.



O Instituto Butantan e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) aplicaram na terça-feira (5) a primeira dose de uma vacina brasileira anti-HIV em quatro macacos rhesus adultos (entre 2 e 7 anos) e saudáveis que vivem no macacário do Butantan. O objetivo do estudo é encontrar um método seguro e eficaz de imunização contra a Aids para ser usado em seres humanos.
Segundo o professor da FMUSP e pesquisador do Instituto do Coração (Incor) Edecio Cunha Neto, um dos coordenadores do trabalho, serão aplicadas quatro doses nessa primeira fase de testes. Três delas, que serão injetadas a cada 15 dias, contêm a mesma substância (fragmentos de HIV), e a quarta tem como vetor (hospedeiro intermediário) um vírus que causa resfriado, chamado adenovírus 5. Essa última dose será aplicada dois meses após a terceira, o que deve ocorrer em fevereiro. Ao todo, os quatro macacos serão acompanhados por seis meses.
"A combinação do HIV com o vírus do resfriado causa uma resposta imune mais poderosa. Devemos ter os primeiros resultados já em abril. Se essa etapa der certo, a vacina será aplicada em outros 28 macacos do Butantan", diz Cunha Neto.
Imagem vista em microscópio eletrônico mostra célula T H9, em azul, infectada com o HIV, em amarelo (Foto: NIAID/AP)
Imagem de microscópio mostra célula em azul
infectada com o HIV, em amarelo (Foto: NIAID/AP)
O imunizante contido na vacina, batizado de HIVBr18, foi desenvolvido e patenteado pela USP.
Segunda fase em 2014
Na segunda fase de experimentos, prevista para o primeiro semestre de 2014, os 28 macacos serão divididos em quatro grupos e receberão duas ou três doses da vacina, com diferentes combinações de três vetores virais (adenovírus 68, que causa resfriados em chimpanzés; vírus da vacina da febre amarela e um derivado da vacina da varíola).

"Os animais não vão se infectar com essas doenças nem com o HIV, pois a vacina inclui apenas pequenos pedaços do vírus e ele não infecta macacos, apenas o SIV (Vírus da Imunodeficiência Símia), 'primo' dele", explica o pesquisador. Segundo Cunha Neto, o SIV passou para os humanos na segunda metade do século 19, não por meio de relações sexuais, como muitos imaginam, mas por caçadores que matavam os macacos e se feriam com ossos deles na hora de cortar pedaços da carne. Cunha Neto diz que isso foi deduzido por meio de um sequenciamento genético dos dois vírus.
A equipe acredita que os fragmentos de HIV contidos na vacina já sejam suficientes para o hospedeiro (macaco) combater uma infecção. Ao todo, os 28 primatas serão acompanhados durante dois anos. Um ano após a aplicação da primeira dose, será possível saber exatamente a resposta imune da vacina, ressalta Cunha Neto. Mas o monitoramento se estenderá por mais 12 meses para verificar por quanto tempo essa imunidade se mantém, se ela é realmente duradoura.
Devemos ter os primeiros resultados já em abril. Se essa etapa der certo, a vacina será aplicada em outros 28 macacos do Butantan"
Edecio Cunha Neto,
professor e pesquisador da USP
De acordo com o diretor do Butantan, Jorge Kalil, um dos responsáveis pela pesquisa, toda essa fase pré-clínica, de testes em animais, deve se estender até 2016.
"Com a primeira dose que aplicamos ontem, esperamos que os macacos produzam anticorpos chamados linfócitos T auxiliadores (CD4), que serão capazes de se proliferar e favorecer a resposta de defesa", diz Kalil, que iniciou o projeto em 2001.
As próximas doses, segundo o diretor do Butantan, funcionarão como um reforço para aumentar o nível de resposta imune dos macacos. Paralelamente à aplicação da vacina anti-HIV, os pesquisadores vão estudar, in vitro, o plasma sanguíneo e as células dos animais para avaliar o grau de resposta e se a dose pode ser efetiva. Essas amostras de sangue também serão expostas em laboratório a mais fragmentos de HIV.
Segundo Cunha Neto, a partir do momento em que saírem os primeiros resultados no grupo dos 28 macacos, os cientistas pretendem dar entrada, junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) – ligada ao Ministério da Saúde –, nos protocolos para início dos ensaios clínicos em humanos.
Com a primeira dose que aplicamos ontem, esperamos que os macacos produzam anticorpos (...) capazes de se proliferar e favorecer a resposta de defesa"
Jorge Kalil,
diretor do Butantan
"Assim, podemos ganhar tempo, pois essa etapa de aprovação costuma demorar um ano. Queremos antecipar esse processo em alguns meses", diz o pesquisador da USP.
Macacário mais seguro
Para evitar investidas de ativistas contra o uso de animais em pesquisas, o macacário do Instituto Butantan teve a segurança reforçada antes do começo dos testes com a vacina anti-HIV. O local ganhou câmeras de monitoramento 24 horas e vigias em mais turnos.

Segundo Cunha Neto, os animais são bem tratados e, ao contrário do que dizem os ativistas, não é possível substituir os macacos por outra coisa para saber se a vacina funciona de fato.
"Para ver se ela causa algum malefício no indivíduo, precisamos testar a dose em um organismo inteiro. E é muito radical achar que os próprios humanos deveriam ser as cobaias. Se a vida desses ativistas um dia estiver em risco e eles precisarem de remédio para hipertensão ou doença cardíaca, duvido que se lembrem disso", afirma o pesquisador.
Macacário do Instituto Butantan em imagem de 2011 (Foto: Maria Teresa Valentini/Instituto Butantan)Macacário do Instituto Butantan em imagem feita em 2011 (Foto: Maria Teresa Valentini/Instituto Butantan)
Um dos macacos que vivem no macacário do Butantan (Foto: Maria Teresa Valentini/Instituto Butantan)Um dos vários macacos rhesus que vivem no Butantan (Foto: Maria Teresa Valentini/Instituto Butantan)



















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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Franceses pedem lei que autorize a realização de eutanásia

04/11/2013 11h31 - Atualizado em 04/11/2013 11h31

Franceses pedem lei que autorize a realização de eutanásia

Evento foi organizado por grupo ‘Direito de Morrer com Dignidade’.
‘No fim da vida, uma lei que dê escolha’, dizia faixa dos manifestantes.


Um grupo de franceses foi às ruas de Paris neste sábado (2) para pedir uma lei que autorize a realização de eutanásia no país. A manifestação foi organizada pelo grupo Direito de Morrer com Dignidade (ADMD, na sigla em francês). Faixas carregadas durante o evento diziam: “No fim da vida, uma lei que dê escolha”.
A política Anne Hidalgo, do Partido Socialista, candidata às eleições para a prefeitura de Paris de 2014, participou da manifestação.
Banda toca durante manifestação pela liberação da eutanásia na França. (Foto: AFP Photo/Pierre Andrieu)Banda toca durante manifestação pela liberação da eutanásia na França. (Foto: AFP Photo/Pierre Andrieu)
Política Anne Hidalgo participa de manifestação a favor de lei que autorize a autanásia. (Foto: AFP Photo/Pierre Andrieu)Política Anne Hidalgo participa de manifestação a favor de lei que autorize a autanásia. (Foto: AFP Photo/Pierre Andrieu)





















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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Repórter da BBC relata recuperação de paralisia rara

05/11/2013 10h45 - Atualizado em 05/11/2013 11h41

Repórter da BBC relata recuperação de paralisia rara

Correspondente de TV em Xangai, na China, John Sudworth conta como lidou com doença que paralisou metade de seu rosto.



Da BBC


John Sudworth em novembro de 2012 e hoje (Foto: BBC)John Sudworth em novembro de 2012 e hoje (Foto: BBC)
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Correspondente da BBC em Xangai, na China, John Sudworth estava no auge de sua carreira televisiva quando foi acometido por uma rara doença que paralisou parte de seu rosto.
Um ano depois de ser afetado pela paralisia de Bell, Sudworth conta como se recuperou do distúrbio que poderia comprometer para sempre sua imagem em frente das câmeras.

Confira o relato abaixo:
"Depois de 12 longos meses, os músculos da parte esquerda do meu rosto voltaram gradualmente a funcionar. Parecia ser o fim do meu problema.

Voltei a ter controle sobre a minha sobrancelha esquerda, o lado esquerdo da minha boca e minha pálpebra esquerda. Pude, assim, fazer duas das coisas que todo ser humano faz e normalmente não dá a devida importância: sorrir e piscar.
Logo depois do surgimento da minha doença, a paralisia de Bell, em outubro do ano passado, escrevi sobre a minha decisão de continuar trabalhando como repórter de TV.
Recebi muito apoio de espectadores, incluindo daqueles que sofrem com o distúrbio. Naquela ocasião, muitos deles compartilharam comigo o sofrimento de ter de enfrentar uma doença que desfigura e expressão facial e é profundamente aflitiva.
Agora, um ano depois, como forma de retribuir essa generosidade, relato aqui minha história pessoal de superação de um distúrbio que, recentemente, descobri ser mais comum do que imaginava e que, portanto, deveria exigir maior atenção dos médicos.
Os afetados pela paralisia de Bell se tornam do dia para a noite membros de uma espécie de confraria muito estranha. Não há sintomas e muitas pessoas simplesmente acordam percebendo que não podem movimentar metade de seu rosto.
A doença já afetou celebridades como os atores George Clooney e Pierce Brosnan. A paralisia pode ser chocante e muito difícil de se lidar, especialmente do ponto de vista social.
A parte mais difícil para mim, assim como a perda da capacidade de sorrir, foi não poder fechar o olho esquerdo. A Paralisia de Bell deixa os acometidos por essa doença com um olho permanentemente aberto, sem nem mesmo poder piscá-lo, por meses.
É claro que o outro olho, não afetado pela doença, continuava piscando. Então, a título de esclarecimento, deixo aqui minhas sinceras desculpas a qualquer um que tenha se sentido vítima das minhas piscadelas desesperadas.
A paralisia certamente se tornou um desafio durante as minhas reportagens de TV. Com o meu olho esquerdo aberto permanentemente, ou eu forçava o meu olho direito a fazer a mesma coisa - e corria o risco de parecer um completo maluco em frente das câmeras - ou piscava para os telespectadores.
Ainda bem, em algum momento entre o sexto e o nono mês, voltei a ter os movimentos do meu olho esquerdo.
Acredita-se que a paralisia de Bell seja causada por um vírus dormente, que 'acorda' em momentos de estresse e baixa imunidade, de uma forma semelhante à herpes.
O vírus ataca um dos dois nervos faciais, provocando seu inchaço e apertando-o dentro de uma passagem óssea perto da orelha. Os sinais deixam, então, de ser transmitidos ao longo do nervo, paralisando um dos lados da face e deixando o paciente sem controle sobre parte dos movimentos do rosto.

Uso de esteroides
O único tratamento a ter seus benefícios já comprovados é feito com o uso de esteroides, mas eles precisam ser ministrados dentro de 72 horas do aparecimento da doença. Essas substâncias reduzem o inchaço e o risco de dano permanente ao nervo facial.

Surpreendentemente, apesar das evidências médicas, um estudo recente demonstrou que muitas pessoas (mais de 40% no Reino Unido) ainda não recebem o tratamento apropriado. O mesmo estudo mostra que a paralisia de Bell é mais comum do que se pensava anteriormente. A taxa de incidência da doença no mundo é de 7 mil novos casos todos os dias.
Há um ano, quando tentava buscar informações sobre a minha paralisia facial, conheci Charles Nduka, cirurgião plástico que estava montando uma associação cujo objetivo é cobrar tratamentos melhores para combater a paralisia de Bell.
'Há muito pouca informação disponível na internet sobre a paralisia de Bell', disse-me ele. 'E os dados disponíveis são ruins porque não foram feitas muitas pesquisa'.
A doença, acredita o especialista, é subestimada por muitos médicos que tendem a considerá-la apenas como um problema estético, uma vez que não há efeitos nocivos além da própria paralisia.
Nduka, por outro lado, sabe que o fardo para os doentes é muito maior. Um paciente dele, um músico profissional, não pode mais fazer o movimento necessário para tocar saxofone.
Outra, uma recepcionista, simplesmente não pode mais atuar na profissão pois teme a reação do público. Em um artigo anterior, mencionei o caso de um pai que deixou de aparecer nas fotos de família pois não tinha mais coragem de aparecer nas fotografias.

Recuperação
A boa notícia sobre o distúrbio é que a maioria das pessoas consegue se recuperar totalmente - muitas em questão de semanas. Em torno de 70% dos afetados voltam à sua condição normal no período de um ano. O uso de asteroides aumentará a chance de o doente fazer parte desse grupo.

Mesmo sem esteroides, como o meu caso comprova, muitas pessoas voltam à normalidade. O médico com que eu me consultei não os prescreveu e, quando eu me dei conta da importância deles, já era muito tarde. Fiquei me perguntando se a minha recuperação teria sido mais rápida ou mesmo mais completa se eu os tivesse tomado logo no início.
Eu nunca saberei, porque os esteroides aumentam as chances de recuperação, mas não a garantem. Estimativas indicam que até 30% dos doentes terão sequelas residuais da doença mais de um ano depois do seu surgimento. Aproximadamente 5% dos doentes terão sequelas que são graves e de longa duração e, como resultado, enfrentam a possibilidade de graves problemas psicológico.
'Pode ser ainda mais difícil hoje em dia', diz Nduka. 'O rosto da gente é tudo. Facebook, FaceTime, Skype. Vivemos em uma era muito dependente da imagem.'
Quanto a mim, bem, eu estou quase de volta ao normal, como você pode ver na imagem acima. O meu rosto ainda não está simétrico e não consigo piscar tão fortemente com o olho esquerdo. Mas a recuperação ainda pode levar 18 meses'."

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

'Vivia em um corpo que não era meu', diz transexual constrangida no Enem

0/10/2013 09h31 - Atualizado em 30/10/2013 15h56

Fonte: www.g1.globo.com

 

 'Vivia em um corpo que não era meu', diz transexual constrangida no Enem

 

Aos 14 anos, a estudante Ana Luiza Cunha assumiu a transexualidade.
Cearense tem apoio dos pais, quer mudar os documentos e fazer cirurgia.

 
 
Ana Luiza Cunha (Foto: Gabriela Alves/G1)'Nada é impossível' é um lema para a estudante Ana Luiza Cunha (Foto: Gabriela Alves/G1)
Ana Luiza conta os dias para completar 18 anos e mudar o nome nos documentos oficiais. No RG aparece seu nome de registro, Luiz Claudio Cunha da Silva, fato que causou constrangimento durante a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde 2011 ela resolveu mudar o que via no espelho e assumir como se sentia. "Sempre fui mulher por dentro, só não nasci assim. Vivia em um corpo que não era meu. Não aguentava me olhar no espelho com roupas de homem. Era doloroso", diz a jovem.
Até poder ser uma adolescente como tantas outras de 17 anos, vaidosa, que adora tirar fotos, redes sociais e cuidar dos cabelos, Ana Luiza teve de passar por um processo. Aos 14 anos, a estudante resolveu contar para os pais quem era. "Cheguei para minha mãe e disse: 'eu não me vejo como homem, não quero continuar a ser homem, estou vivendo uma realidade que não é minha, me ajuda'", afirma a adolescente.
A dona de casa e mãe de Luiza, Ana Claudia Cunha da Silva, lembra que passou noites acordadas pensando em como contar o caso para o marido, Fábio Luiz Ferreira da Silva. "Para mim foi muito difícil no começo. Foi uma pancada. Até porque eu não tinha conhecimento. Ele (Fábio) encarou melhor e disse logo 'vamos ter calma'". Mesmo com desinformação sobre transexualidade, o casal afirma que deu apoio incondicional à filha desde o início.
Ana Luiza Cunha (Foto: Gabriela Alves/G1)Estudante diz que sempre teve o apoio da família
(Foto: Gabriela Alves/G1)
"Isso não tem fórmula, não tem um livro que vai dizer como criar um filho assim. Só sei que tem que ter diálogo e amor. Isso nós temos", diz o pai, que não esconde o orgulho da inteligência e da coragem da filha 'Lu', como os familiares a chamam. Além da amizade dos pais, o irmão, João Flávio, é um dos maiores confidentes. "Sempre dizia tudo para ele. Ele foi o primeiro a saber. Até já pegou briga na escola por minha causa", diz a transexual.
Mudanças
Ana Luiza morava com a família em Barreiras, na Bahia. Quando os pais voltaram para Fortaleza, em 2011, viu a oportunidade de mudar. “Antes, era uma coisa bem neutra porque tinha muito medo de preconceito, mas nunca conseguia gostar de coisa de menino. Como morava no interior, todo mundo me conhecia e tinha medo”, diz.
Na capital cearense, Ana Luiza deixou o cabelo crescer e passou a vestir roupas de mulher. O nome social havia sido decidido em Barreiras. "Minha mãe sempre dizia que, se tivesse uma filha, seria Ana Luiza. Agora, ela tem a filha que sempre quis", afirma. E as mudanças devem continuar, a jovem que usa um truque com o sutiã para dar mais volume ao colo  conta que está com consulta marcada para dar início a um tratamento hormonal.
Na escola, Ana Luiza passou a assinar as provas com o nome social em 2012. "Assinava 'Luiz Claudio' e, entre parênteses, coloca 'Ana Luiza'. Até que fui chamada na coordenação, perguntaram o que estava acontecendo. Eu tive aceitação total. Na chamada desse ano, nos documentos que vêm da escola para minha casa, todos vêm com Ana Luiza. Vendo que todo mundo me tratava assim, me sinto muito feliz e cada vez mais certa que sou mulher."
Vendo que todo mundo me tratava assim, me sinto muito feliz e cada vez mais certa que sou mulher"
Ana Luiza
Para o pai, o ambiente escolar foi o primeiro teste do que Ana Luiza poderia enfrentar fora de casa. Como Luiz Cláudio, a relação com a escola era outra. "Não ia ao banheiro na escola, pedia para usar o banheiro dos professores", diz Luiza.
A estudante planeja cursar arquitetura e morar no Canadá. Ela também pensa em fazer cirurgias como a de mudança de sexo, mas sabe que precisa chegar aos 18 anos para fazer as intervenções. “Não sei se vou fazer pelo SUS (Sistema Único de Saúde) porque a fila é imensa. Sei que preciso de muitos laudos médicos, mas quero fazer. Vai ser quando vou ser mulher totalmente.” Os pais apoiam a decisão de Ana Luiza de fazer a cirurgia de mudança de sexo e, desde que souberam que a filha era transexual, a levaram para um acompanhamento psicológico.
Ana Luiza mostra o RG que aparece em foto com aparência masculina e a assinatura como 'Luiz Cláudio'; G1 noticiou que fiscais do Enem a retiraram da sala (no destaque) (Foto: Gabriela Alves/G1))Ana Luiza mostra o RG que aparece em foto com aparência masculina e a assinatura como 'Luiz Cláudio'; G1 noticiou que fiscais do Enem a retiraram da sala (no destaque) (Foto: Gabriela Alves/G1))
Constrangimentos
Quando realizou a prova do Enem no fim de semana, Ana Luiza foi levada a outra sala para que fiscais conferissem se a candidata era a mesma da identidade, que tem a foto dela ainda com aparência masculina. "Estou totalmente diferente da foto da identidade. Estava preparada para o que aconteceu. Mas, como na minha sala só tinha homem, fiquei com medo de fazerem chacota e piadinha. Tanto que deixei todos os documentos virados, não mostrei para ninguém, só para os fiscais. Acho normal o procedimento, não achei legal o fato de ser levada para outra sala”. A jovem não conferiu o gabarito das provas, mas disse que se saiu bem nas provas de humanas.
Luiza diz que esse episódio não foi o primeiro constrangimento como transexual. Ela conta que já foi barrada em provadores femininos quando tinha uma aparência masculina e impedida de entrar no cinema. “Quando compro meia e olham para minha carteira de estudante pensam que é de outra pessoa. Também evito ir para hospitais porque sempre chamam meu nome do registro em voz alta.”
Muitos perguntam: 'Se eu gostar de você, eu sou gay?' Eu sou uma mulher. A maioria não entende. A questão do gênero é uma coisa. A questão de com quem eu quero me relacionar é outra"
Ana Luiza
Repercussão
Com a repercussão depois da prova do Enem, Ana Luiza diz que foi procurada nas redes sociais por pessoas com dúvidas sobre a sexualidade. "Quem vive uma situação como a minha tem de ter amor próprio e a vontade de realizar o sonho. No meu caso, eu tive apoio da família. Mas tem gente que não tem, ainda é uma realidade ser expulso de casa", diz.
Por meio de grupos na internet, ela soube de outras histórias de transexuais. "Tenho amigas que tiveram que ir ao caminho da prostituição por causa de rejeição. Porque não conseguiram emprego e apoio de ninguém”, lamenta.
Além de ajudar outras pessoas, desde a realização do Enem, a adolescente conta que o número de cantadas e pedidos de namoro aumentou. "Se me aceitarem do jeito que eu sou e eu estiver apaixonada, vou namorar. Muitos perguntam: 'Se eu gostar de você, eu sou gay?'", revela Ana Luiza. "Eu sou uma mulher. A maioria não entende. A questão do gênero é uma coisa. A questão de com quem eu quero me relacionar é outra."
 
 
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