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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Cientistas japoneses recriam fígado humano em laboratório

03/07/2013 21h02 - Atualizado em 03/07/2013 21h05

Retirado do site: www.g1.globo.com

Cientistas japoneses recriam fígado humano em laboratório

Órgão foi produzido a partir de células-tronco reprogramadas.Resultado foi divulgado nesta quarta-feira na revista científica 'Nature'.

Da France Presse


Pesquisadores do Japão recriaram em laboratório um fígado humano a partir de células-tronco reprogramadas que foram extraídas da pele, o que possibilita obter novas perspectivas para pacientes que aguardam um transplante.

Um estudo que apresenta a técnica, que utilizou as chamadas células pluripotentes induzidas (iPS) foi publicado nesta quarta-feira (3) na edição on-line da revista “Nature”.Cientistas da Universidade de Yokohama implantaram em um camundongo um projeto de fígado que se transformou em órgão vascular com as propriedades de um fígado humano.

O tecido hepático humano utilizado conseguiu produzir proteínas específicas que agem na filtragem/limpeza, o que aumentou a sobrevida dos roedores que tinham problemas hepáticos.

Entretanto, ainda é cedo para dizer se a técnica pode funcionar em humanos. Apesar disso, Takanori Takebe, um dos autores do estudo, é otimista a respeito. “De alguma forma, nossa pesquisa é válida”, explicou ele em conferência de imprensa realizada por telefone.

No experimento, os cientistas usaram células pluripotentes induzidas (iPS), que são células adultas reprogramadas para obter as propriedades das células-tronco embrionárias.No laboratório, as células adultas ficam em um estágio quase embrionário, o que permite obter quatro novos genes (normalmente inativos nas células adultas). Depois, voltam a uma fase imatura, com a capacidade de se diferenciar em todos os tipos celulares, dependendo do ambiente em que se encontram.

Os cientistas concordam que ainda levará algum tempo até que essas conclusões sejam aplicadas na medicina regenerativa.


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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

8 comentários:

  1. As evoluções técnico cientificas são um marco para a sociedade,alcançar estágios como produzir um órgão a partir de células tronco pode mudar toda a história das filas de transplantes.A dificuldade de compatibilidade e a falta de órgãos disponíveis para doação cresce a cada dia. A tentativa da ciência de resolver esses problemas se mostra como a esperança para garantir a saúde como previsto no Art 196 CF/88, de forma mais eficaz solucionando problemas que o Estado nem os médicos eram capazes de resolver.Apesar dos pontos positivos dessas pesquisas é necessário um olhar responsável diante da aplicação dessas técnicas em seres humanos, já que o ser humano é regido por princípios como o da precaução que o protegem do dano que não se pode prever ou conhecer.

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  2. Essa reportagem traz uma notícia muito boa! Se realmente for possível recriar, em laboratório, um fígado que possa ser transplantado em humanos, a ciência estará colaborando com a vida de milhares de pacientes que sofrem nas filas à espera de um órgão. Além disso, há um outro fator importante. Com a produção de fígados humanos em laboratórios, e se eles forem garantidos aos pacientes pelo SUS, o índice de tráfico de órgãos irá diminuir bastante e mais pessoas serão beneficiadas.

    Marina Souza Lima Rocha.

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  3. Sobre o seguinte tema gostaria de trazer à discussão um filme de ficção científica chamado Repo Men. No filme, existe a possibilidade de se criar órgãos humanos artificiais para o implante em humanos que necessitam. Entretanto, estas operações são privatizadas por uma grande empresa que cobra um valor mensal absurdo pelo uso dos órgãos. Os Repo Man são trabalhadores desta empresa e têm a função de retirar os órgãos das pessoas que não pagam o aluguel por um determinado tempo (note-se que eles não podem matar as pessoas, entretanto podem retirar os órgãos e deixá-las para morrer - como se a lei houvesse admitido que não há o nexo causal entre a conduta de tirar o órgão e a morte).

    Diante disso, devemos ver qual seria a perspectiva do direito para evitar um cenário parecido com esse (um cenário idêntico seria muito improvável, mas podemos tirar alguns aspectos da previsão do filme).

    Caberia ao direito então proibir a privatização das operações de implante de órgãos?
    A resposta positiva parece trazer tantos problemas quanto à negativa.
    Em primeiro lugar, a proibição interferia no livre mercado. Entretanto, isso não seria problema, pois temos funções que são exclusivas do Estado, mas isso deveria ser previsto na Constituição.
    O problema maior é que a ineficiência que vemos em nosso governo, principalmente no que tange o sistema de saúde, é enorme, fazendo-nos questionar se o Estado teria verba para financiar a criação de órgãos artificiais.
    Sendo assim, impedir que empresas privadas realizem este serviço tornaria difícil que as pessoas conseguissem acesso aos órgãos, de forma que não haveria a promoção da integridade física, do bem-estar social e da dignidade humana.

    Fica claro, portanto, que a atividade empresarial deve ser autorizada pela lei. Todavia, isso deve ser feito mediante certificação e fiscalização do governo para evitar abusos e monopólios.

    Além disso, para realizar uma efetiva promoção dos direitos acima citados (integridade física, bem-estar social e dignidade humana) devem haver leis que busquem uma igualdade na facilidade de aquisição dos implantes de órgãos independentemente do nível econômico dos indivíduos.
    Isso pode ser alcançado por três meios:
    1) Através do SUS, entretanto, isso não geraria (ao menos no nível atual do sistema) uma possibilidade igual entre pobres e ricos de conseguir o implante;
    2)Através de financiamento do governo para pessoas que precisem dos órgãos e não tenham como pagar, de forma que o governo pague o transplante (até com um desconto exigido por lei) que será feito pela empresa privada, meio que funcionaria apenas com um procedimentos pouco burocratizado, devido ao caráter de urgência, responsabilizando o indivíduo que, podendo pagar, ludibria o sistema, de forma a fazer com que esse não só ressarça o governo, mas pague uma multa ou até responda penalmente;
    3) Estabelecimento de uma quota para empresas realizarem o procedimento gratuitamente para pessoas que o governo indicar. Sendo que este item pode funcionar junto com o anterior.

    Como vemos, o avanço da tecnologia, principalmente na área da medicina, tende a gerar grandes desigualdades, uma vez que as pesquisas são caras e seus resultados tendem a não ser alcançados pelas pessoas de baixa renda. Dessa forma, cabe sempre ao direito, pelo princípio da isonomia, garantir que estas pessoas sejam beneficiadas por tais avanços, sob pena de desvirtuarmos o Estado Democrático de Direito e o princípio da Dignidade da Pessoa Humana.

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  4. O avanço medicinal proporcionado pelo uso das células tronco é notório e cada vez mais há a perspectiva da melhoria da qualidade de vida dos indivíduos com a recuperação de doenças degenerativas, doenças medulares dentre outras. A notícia destacada pelo CEBID é um avanço no campo medicinal, a criação de um órgão pelo uso das células tronco com certeza trará benefícios inimagináveis, como a reposição de rim para pessoas que fazem hemodiálise.
    Mas o assunto é bem controverso principalmente nos seus aspectos biológicos, éticos e jurídicos, campo vasto para discussões. Tendo como cerne o dissenso sobre o que fazer com os embriões, descartá-los ou preservá-los, qual é o momento do início da vida. Tal celeuma não fica restrita a tais campos, tendo como fatores a política sobre a regulamentação da matéria (até então mal disciplinada, respondendo a lei de Bioseguranca atual aos anseios da bancada ruralista) e a religião, instituição esta que possui posição conservadora que fortemente influencia a sociedade e no seu discernimento de certo ou errado.
    No entanto, diante de tais evoluções a utilização das células tronco embrionárias é fundamental, e, como dito anteriormente podem trazer a cura ou melhora de qualidade de vida para diversas pessoas. Principalmente, deve-se refletir o assunto, afastar o intimo e os dogmas de fé e conceitos éticos inerentes existência.

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  5. Acredito que esse seja apenas um dos primeiros passos rumo ao futuro da medicina. Para os casos em que a manipulação genética não surtir efeitos, (por exemplo no caso de cirrose hepática causada por alcoolismo), poderá se optar por um transplante de fígado gerado em laboratório. Resta saber se a prática será segura ou não. Acredito que não permitir o acesso a uma técnica médica comprovadamente segura fere o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Além disso, não consigo conceber argumentação jurídica que sustente a proibição da técnica.

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  6. A pesquisa tratada na notícia acima é de estrema relevância. Mesmo com campanhas de conscientização e aumento de doadores, a fila de espera por transplante de órgãos ainda é muito grande, fora os problemas de compatibilidade de órgão, o que põe em risco à saúde de várias pessoas. Projetos como esse vêm como grande forma de auxílio nas garantias de direitos fundamentais como o direito à saúde e da dignidade humana.
    No entanto deve ser tratado com muita cautela e responsabilidade, de modo que se os experimentos, caso venham mesmo a ser concretizados, sejam de acesso a todos, visto que com certeza serão procedimentos caros, mas deve-se assegurar o direito de todos, especialmente em função do princípio da dignidade humana.

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  7. Tal notícia vem ilustrar a crescente evolução dos estudos que buscam comprovar a eficiência das células tronco no tratamento de patologias que até então eram tidas como incuráveis assim como auxiliar no problema encontrado nas longas filas de transplante de órgãos o que nutre de esperanças grande parcela da sociedade atual. Entretanto também dá margens para elucidar polêmicas como o fato do uso de material genético como meio de encontrar resultados nessas pesquisas, encontrando assim a questão do manuseio e do descarte desse material genético humano interligada a questão da concepção de teorias do início da vida; dentro desse assunto encontramos barreiras de cunho de regulamentação e de outras opiniões conservadoras. Dessa maneira, tendo em vista benefício que pode ser gerado para inúmeras pessoas na atual conjuntura, deve-se superar os obstáculos que impossibilitam o bom uso dessas pesquisas para os seres humanos.

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  8. A notícia “Cientistas japoneses recriam fígado humano em laboratório” é de notória importância, pois além de ser um importante avanço científico, é, também, uma esperança aos que estão na espera em longas filas de transplante, enfrentando vários problemas, como o de compatibilidade. Esse projeto além de diminuir o problema enfrentado nas filas de doação de órgãos, se concretizado, fomenta vários Direito Fundamentais, como o direito à vida, à saúde, à integridade física, ao bem-estar social, e, respeita, também, o princípio da dignidade da pessoa humana.
    Entretanto, considero que esse avanço possibilitará uma contradição à LEI N° 9.434, de novembro de 1997, pois essa proíbe à venda de órgãos com o objetivo de respeitar o princípio da Isonomia e não gerar desigualdades, sendo que com a venda de órgãos de laboratório enfatizará a desigualdade. Sendo assim, para que esse avanço científico seja ainda mais benéfico à sociedade é necessário que haja a sua regulamentação e acessibilidade desses órgãos produzidos à todos que necessitem, por intermédio até mesmo do SUS.

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