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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Francês impedido de voar por ser gordo demais vai de ferry para casa

France Presse20/11/2013 13h55 - Atualizado em 20/11/2013 14h00

Francês impedido de voar por ser gordo demais vai de ferry para casa

Kevin Chenais já foi impedido de viajar de avião, navio e trem.

Jovem sofre de um desequilíbrio hormonal e precisa de atenção médica.


Da AFP
Kevin Chenais está hospedado em Londres, aguardando um transporte para a França (Foto: AFP)Kevin Chenais estava hospedado em Londres, aguardando um transporte para a França (Foto: AFP)

O jovem obeso francês, impedido de viajar duas vezes de avião nos Estados Unidos e em Londres, deixou a capital britânica de ambulância nesta quarta-feira (20) e voltará para casa a bordo de um ferry, indicou uma fonte do consulado.
Acompanhado por seus pais, Kevin Chenais, 22 anos e 230 quilos, deixou Londres em direção a Douvres, onde sua ambulância embarcará em um ferry da companhia P&O. Depois prosseguirá viagem até Ferney-Voltaire, na fronteira com a Suíça.
Kevin Chenais - que sofre de um desequilíbrio hormonal e foi aos Estados Unidos para se tratar - se locomove em uma cadeira de rodas e precisa de oxigênio e atenção médica contínua.
Ele viveu um verdadeiro pesadelo nas últimas semanas para voltar para casa.
Tudo começou quando a companhia aérea British Airways determinou que o jovem era pesado demais para embarcar no final de outubro, citando 'razões de segurança' ligadas ao peso e ao estado de saúde de Kevin.
Depois disso, a família passou uma semana no hotel de um aeroporto de Chicago, tentando resolver o problema e, com o dinheiro acabando, decidiu que sua única opção seria pegar um trem para Nova York para, então, atravessar o Atlântico a bordo do navio de cruzeiro Queen Mary.
"Mas os responsáveis pelo transatlântico tampouco quiseram receber Kevin a bordo, alegando problemas de saúde", disse Chenais em entrevista por telefone.
A situação finalmente parecia se resolver quando a companhia Virgin Atlantic aceitou embarcar gratuitamente Kevin em um de seus aviões para Londres.
Ao chegar terça-feira na capital britânica, foi a vez da companhia Eurostar proibir seu acesso aos trens para a França.
"Seu peso impede o seu transporte. Não poderíamos cuidar ou evacuá-lo" em caso de incidente no túnel sob o Canal da Mancha, explicou um porta-voz da empresa à AFP.
Assistido pelo consulado da França em Londres, Kevin e seus pais passaram a noite em um hotel perto da Estação de St Pancras custeado pela Eurostar. Eles partiram no início da tarde desta quarta-feira para finalmente voltar para casa.

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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

2 comentários:

  1. O caso em questão é muito raro, mas mesmo assim merece atenção. Uma pessoa não pode ser impedida no seu direito de ir e vir, como aconteceu com o garoto Kevin, pelo motivo alegado, sobrepeso. Isso fere frontalmente a dignidade da pessoa humana ao permitir que uma forma de preconceito como essa seja aceito como normal. As empresas que trabalham nesse setor, em vez de negar ou arrumar meios mais trabalhosos e dispendiosos para situações como a de Kevin, devem se adaptar aos vários tipos de usuários , garantido a todos a possibilidade de utilizarem seus serviços. Isso já ocorre no Brasil em muito estabelecimentos, como por exemplo em cinema e teatros, onde possuem assentos para pessoas obesas ou espaços para deficientes, nos ônibus lugares para idosos, entre outros. O que não pode acontecer é que pessoas em vista de alguma característica física ou mental sejam compelidas a deixar de utilizar um ou outro serviço, por falta de capacitação das empresas prestadoras de serviço ou simplesmente por motivo de preconceito.

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  2. A situação vivenciada por Kevin Chenais, francês, 22 anos e detentor de problemas de obesidade com elevado grau, fruto da desfunção hormonal, sofreu grandes dificuldades ao tentar se locomover entre 3 países, especificamente EUA , Inglaterra e França, onde estava ele à procura de tratamento médico especializado. Que somente conseguiu chegar à França, por meio da empresa de transportes aéreos Virgin Atlantic e de ferry para sua casa, passando por maus bocados, mesmo sabendo que sua saúde inspira de atenção contínua.
    Nesse caso há o envolvimento de vários problemas na infraestrutura, no âmbito ético e na seara jurídica. Pois, o jovem francês enfrentou a falta de amparo técnico que deveria ter sido oferecido pelas companhia aérea e de trem, juntamente com os demais serviços, para uma pessoa necessitada de tratamento especial, mediante ao seu peso.Também, passou pelo segregamento, por ter ficado sem um serviço de caráter público e a mercê da discriminação oculta e constrangimento.
    Focando nossa atenção para as infrações jurídicas, logo se percebe que o princípio supra-constitucional da dignidade da pessoa humana (art.1º, III, CF/88), o direito à cidadania (art.1º, II, CF/88), a promoção do bem de todos (art.3º, IV, CF/88) e o seu direito de ir e vir (art.5º, IV, CF/88) , foram todos infringidos.

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