Músico aposentado se recupera de transplante de pulmão tocando gaita
Ex-violoncelista teve melhora em exames depois de começar a praticar.
Médicos afirmam que tocar gaita pode complementar tratamento.
O violoncelista aposentado Larry Rawdon, morador da Flórida, nos Estados Unidos, já tinha passado por um transplante de pulmão devido à fibrose pulmonar idiopática quando descobriu que a música poderia ajudá-lo na recuperação.
Assim que sua mulher soube de estudos que sugeriam que a prática de instrumentos de sopro poderia fazer parte do processo de recuperação pulmonar, presenteou o marido com duas gaitas no natal de 2007.
Depois de ganhar o presente, em 2008, Rawdon ainda teve de ser submetido a outro transplante, devido a uma rejeição. A prática do novo instrumento passou a fazer parte do processo de recuperação após a segunda cirurgia.
Os anos de experiência como músico da Broadway – ele chegou a tocar no espetáculo “Cats” – fez com que aprendesse a tocar a gaita rapidamente, apenas assistindo a vídeos de outros músicos no YouTube.
No momento em que a prática tornou-se frequente, percebeu que 10 minutos tocando gaita eram suficientes para melhorar os resultados do exame de espirômetro de incentivo, teste que mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inalar e exalar.
O médico de Rawdon, Cesar Keller, do Departametno de Serviços de Transplantes da Flórida, afirma que a técnica pode ser um bom complemento a todo o processo de recuperação de um transplante de pulmão.
“Ela combina uma terapia respiratória excelente com a diversão e produz um resultado imediato, decorrente da execução do instrumento musical”, diz o médico.
Ele passou dar aulas de gaita a outras pessoas em recuperação pulmonar que faziam parte do grupo de apoio a pacientes com transplante do coração e do pulmão de Jacksonville, da Mayo Clinic, de onde Rawdon também é paciente.
“Estou convencido de que a gaita, para os pacientes de transplante de pulmão, pode ser considerada uma parte de um equipamento legítimo de exercício respiratório”, diz o músico, segundo nota da clínica. “Além de tudo o mais que a gaita passou a representar para mim, é especialmente gratificante ouvir de outros pacientes de transplante que eles também estão se beneficiando pelo uso da gaita”, completa.
Uma grande fabricante de gaitas passou a fornecer gratuitamente o instrumento para os pacientes. “Depois de um transplante de pulmão, o caminho para uma recuperação completa depende, em grande medida, de o receptor do órgão conseguir recuperar sua capacidade funcional”, diz Keller.
A fibrose pulmonar idiopática, enfermidade que acometeu Rawdon, é uma doença crônica que altera a capacidade de oxigenação do sangue e para a qual não há tratamentos comprovadamente eficazes a não ser o transplante de pulmão.
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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito
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