'Estou feliz que contei a todos', diz garoto transgênero nascido menina
Wren Kauffman, de 11 anos, é canadense e se reconhece como menino.
Seis em cada mil estudantes são transgêneros, aponta pesquisa.
Um garoto canadense de 11 anos, Wren Kauffman, vai voltar à escola nesta semana sem omitir um fato importante de sua vida - ser transgênero, isso é, ter nascido como menina. Wren, como outros casos já registrados, se reconhece como uma pessoa do sexo oposto.
"Eu estou feliz que contei a todos", disse ele à agência de notícias Associated Press. "Se você não é você mesmo, então tudo se torna triste e deprimente", afirmou.
Segundo a Associated Press, ele odiava usar vestidos, é fã do homem-aranha e se vestiu de super-herói em um Dia das Bruxas. Quando tinha cinco anos, Wren fez sua mãe levá-lo para cortar o cabelo bem curto - ele queria ficar parecido com um dos atores da série "High School Musical".Professores e colegas no colégio onde ele estuda sabem a verdade - que Wren, cujo nome original era Wrenna, vive e sente-se como um garoto. O menino afirma não se lembrar do momento em que não se identificou com o sexo masculino.
Estudos citados pela agência de notícias indicam que seis em cada mil estudantes vivem a experiência de ser transgênero. Já entre os professores, um em cada 170 passam por esta situação.
Ela e o marido de início pensaram que era uma fase ou que poderia ser um caso de homossexualidade. Conforme o filho foi crescendo, a mãe constatou que Wren, que na época ainda portava-se e se vestia como uma garota, sentia muita tristeza e frustração.
O caso tornou-se mais sério quando Wren (então chamado Wrenna) atingiu nove anos. Um dia sua mãe estava colocando outra filha do casal, Avy, para dormir, quando ela disse: "mãe, você sabe que Wren é um garoto e ele me pediu para te contar".
Wendy ficou na defensiva e disse sem muita convicção que sabia que Wrenna queria ser um menino. Avy então disse, com muita certeza: "Não mãe, ele realmente quer ser um garoto!". A mãe chorou, porque entendeu que a filha menor havia visto claramente o que estava ocorrendo.
Alguns dias depois, a mãe disse a Wren: "eu amo você, quer você seja menino ou menina, e agora eu entendo. Nós vamos encontrar uma forma de te ajudar, e vamos fazer isso juntos". A vida do garoto tem sido de adaptação desde então - ele já mudou de escola duas vezes, mas afirma não ter sofrido assédio, apenas brincadeiras de mau gosto.
"Algumas pessoas gostam de me provocar, mas eu sei lidar com isso. Eu prefiro pensar que elas são apenas uma etapa inicial de prática para os verdadeiros idiotas que vão aparecer na vida", disse Wren.
O garoto transgênero Wren e sua irmã menor, Avy (Foto: Jason Franson/The Canadian Press/AP)
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito
Vivemos em um mundo, onde há grandes diferenças entre os seres humanos. Talvez seja justamente o “ser Diferente” o grande atrativo nas relações hoje em dia.
ResponderExcluirQuando nos deparamos com um caso, como o do garoto transgênico Wren, embora a princípio seja impactante, especialmente ao indagar-se que como uma criança possui a consciência de sua sexualidade ser contrária a de origem, logo tão cedo, enxergamos que temos que compreender que os interesses do outro indivíduo devem ser avaliados e levados em consideração, apesar de causar, a princípio estranheza.
Embora, muitos pensem ser algo anormal, temos que encarar as diferenças com naturalidade e pensar que do outro lado há um ser humano portador de direitos e deveres, sonhos, vontades, frustrações e que está em busca da sua felicidade. E ao para assumir as suas diferenças passou por grandes dificuldades, portanto merece ser respeitado e acolhido pela sociedade. As diferenças são mais comuns do que podemos imaginar, e estão presentes nas coisas mais simples, todos somos fisicamente e biologicamente diferentes uns dos outros e tal diferença é encarada com naturalidade.
De fato, se torna bem interessante e dramático o fato de a mãe de Wren, ouvir tal frase, da própria filha Avy: "mãe, você sabe que Wren é um garoto e ele me pediu para te contar".
A mãe (Wendy) ficou na defensiva e disse sem muita convicção que sabia que Wrenna queria ser um menino. Avy então disse, com muita certeza: "Não mãe, ele realmente quer ser um garoto!". A mãe chorou, porque entendeu que a filha menor havia visto claramente o que estava ocorrendo.
É um drama real, vivido pela família. Porém, a partir do momento que a família acolheu a diferença da(o) filha/filho como algo natural e quiseram ajudá-lo(a), tendo em vista o grande sofrimento que aquela criança vivia, as coisas se tornam menos difíceis, menos doloroso à família e especialmente a própria criança, que inclusive chegou a ser levada à tratamentos psicológicos.
No Brasil, especialmente, onde vivemos em um Estado Democrático de Direitos, seria um pensamento atrofiado e muito limitado para os dias de hoje, entender ser um fato inaceitável. Ao ler a matéria tive a plena convicção de que os direitos da pessoa humana devem estar acima de qualquer preconceito, principalmente por ser um valor inerente à pessoa humana, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito, nos garantido inclusive na Constituição Federal em seu art. 1º, inciso III.
O direito civil tem por sua razão de ser, tutelar os direitos dos indivíduos em suas relações civis, e esta é uma relação onde há a necessidade de uma tutela específica. Wren, conforme relata a própria mãe, sempre apresentou comportamentos opostos à sua sexualidade de nascimento e ainda sofria com essa diferença, era uma criança frustrada.
O direito civil regula as relações privadas dos cidadãos entre si. Trata-se do conjunto de normas jurídicas que regem os vínculos pessoais ou patrimoniais entre entidades/pessoas privadas, sejam elas singulares ou jurídicas, de caráter privado ou público. O seu objetivo consiste em proteger e defender os interesses da pessoa na ordem moral e patrimonial.
Quando há um conflito como o do caso em tela, se faz necessário a intervenção do Estado para auxiliar na solução do conflito, de forma que seja levada em consideração os direitos da pessoa humana e a dignidade do indivíduo.
Vivemos em um mundo, onde existem grandes diferenças entre os seres humanos. Talvez seja justamente o “ser Diferente” o grande atrativo nas relações hoje em dia.
ResponderExcluirQuando nos deparamos com um caso, como o do garoto transgênico Wren, embora a princípio seja impactante, especialmente ao indagar-se que como uma criança possui a consciência de sua sexualidade ser contrária a de origem, logo tão cedo, enxergamos que temos que compreender que os interesses do outro indivíduo devem ser avaliados e levados em consideração, apesar de causar, a princípio estranheza.
Embora, muitos pensem ser algo anormal, temos que encarar as diferenças com naturalidade e pensar que do outro lado há um ser humano portador de direitos e deveres, sonhos, vontades, frustrações e que está em busca da sua felicidade. E ao para assumir as suas diferenças passou por grandes dificuldades, portanto merece ser respeitado e acolhido pela sociedade. As diferenças são mais comuns do que podemos imaginar, e estão presentes nas coisas mais simples, todos somos fisicamente e biologicamente diferentes uns dos outros e tal diferença é encarada com naturalidade.
De fato, se torna bem interessante e dramático o fato de a mãe de Wren, ouvir tal frase, da própria filha Avy: "mãe, você sabe que Wren é um garoto e ele me pediu para te contar".
A mãe (Wendy) ficou na defensiva e disse sem muita convicção que sabia que Wrenna queria ser um menino. Avy então disse, com muita certeza: "Não mãe, ele realmente quer ser um garoto!". A mãe chorou, porque entendeu que a filha menor havia visto claramente o que estava ocorrendo.
É um drama real, vivido pela família. Porém, a partir do momento que a família acolheu a diferença da(o) filha/filho como algo natural e quiseram ajudá-lo(a), tendo em vista o grande sofrimento que aquela criança vivia, as coisas se tornam menos difíceis, menos doloroso à família e especialmente a própria criança, que inclusive chegou a ser levada à tratamentos psicológicos.
No Brasil, especialmente, onde vivemos em um Estado Democrático de Direitos, seria um pensamento atrofiado e muito limitado para os dias de hoje, entender ser um fato inaceitável. Ao ler a matéria tive a plena convicção de que os direitos da pessoa humana devem estar acima de qualquer preconceito, principalmente por ser um valor inerente à pessoa humana, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito, nos garantido inclusive na Constituição Federal em seu art. 1º, inciso III.
O direito civil tem por sua razão de ser, tutelar os direitos dos indivíduos em suas relações civis, e esta é uma relação onde há a necessidade de uma tutela específica. Wren, conforme relata a própria mãe, sempre apresentou comportamentos opostos à sua sexualidade de nascimento e ainda sofria com essa diferença, era uma criança frustrada.
O direito civil regula as relações privadas dos cidadãos entre si. Trata-se do conjunto de normas jurídicas que regem os vínculos pessoais ou patrimoniais entre entidades/pessoas privadas, sejam elas singulares ou jurídicas, de caráter privado ou público. O seu objetivo consiste em proteger e defender os interesses da pessoa na ordem moral e patrimonial.
Quando há um conflito como o do caso em tela, se faz necessário a intervenção do Estado para auxiliar na solução do conflito, de forma que seja levada em consideração os direitos da pessoa humana e a dignidade do indivíduo.
LORENA BARRETO DE CAMPOS SOARES
ALUNA DA PÓS GRADUAÇÃO DO IEC - PUC MINAS - CURSO DIREITO CIVIL APLICADO.