Acesse o nosso site: www.cebid.com.br

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mulher que já perdeu dois filhos busca fertilização no RS para ser mãe

24/03/2012 08h51 - Atualizado em 24/03/2012 08h51

Mulher que já perdeu dois filhos busca fertilização no RS para ser mãe

Maria Elisabete Garcia fará técnica 'in vitro' em Porto Alegre.
Contato com pesticidas de lavoura de fumo adiou o sonho de ser mãe.


Do G1 RS
Elisabete Garcia mantém esperanças de ser mãe  (Foto: Caetanno Freitas/G1 RS)

Infértil, Elisabete Garcia se prepara para ser mãe pela primeira vez (Foto: Caetanno Freitas/G1 RS)

Moradora da área rural de Dom Feliciano, município de 13,2 mil habitantes no Sul do Rio Grande do Sul, a dona de casa Maria Elisabete Garcia se prepara para encerrar um sofrimento que a acompanha há pelo menos oito anos. Obrigada a trabalhar na lavoura de fumo com o pai desde os sete anos de idade, ela sente no corpo os efeitos da longa exposição aos pesticidas. Hoje, aos 28, Elisabete é infértil e já perdeu dois bebês. A esperança de ter um filho renasceu com a possibilidade de fazer um tratamento de fertilização in vitro sem ter que arcar com os custos do procedimento.


A dona de casa será a primeira paciente a fazer o fertilização gratuita na Unidade de Reprodução Humana (URH) do Hospital Fêmina, em Porto Alegre. “Eu quero muito ter um filho. Uma filha, na verdade. Todo mundo quer e eu não sou diferente”, afirma Elisabete.

Longe dos pesticidas por orientação médica, ela não terá de pagar pelo procedimento, cujo custo total pode atingir R$ 20 mil. Porém, ela terá que pagar o valor dos medicamentos hormonais, fundamentais para o sucesso da técnica.

O preço dos remédios varia entre R$ 3,5 mil e R$ 5,5 mil. Elisabete não tem condições financeiras para comprar os medicamentos, mas conta com a ajuda de parentes, amigos e de desconhecidos que possam ajudá-la a realizar este sonho. “É muito bom ter esta oportunidade. Eu jamais conseguiria pagar um procedimento desses. Mas a gente se vira para tentar pagar os remédios agora”, explica.



Dra. Andrea Nacul e Elisabete confiam no sucesso da operação (Foto: Caetanno Freitas/G1 RS)

Dra. Andrea Nácul e Maria Elisabete Garcia
(Foto: Caetanno Freitas/G1 RS)


Especialista em reprodução humana e coordenadora da URH do Hospital Fêmina, a Dra. Andrea Nácul garante o sucesso da fertilização in vitro.

“É a primeira vez que faremos o procedimento, mas para que tudo dê certo temos de seguir alguns passos. Ela precisa emagrecer, cuidar da alimentação e tomar os medicamentos corretamente”, explica a doutora.

Na técnica oferecida pelo hospital, chamada popularmente de “bebê de proveta”, os médicos retiram os óvulos do organismo da mulher e unem com o sêmen coletado do homem. Depois de passar até cinco dias em uma incubadora, os embriões são inseridos novamente no ovário da mulher.

O Hospital Fêmina afirma que a cirurgia de Maria Elisabete será custeada com dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do que eles chamam de "cobrança por similaridade". Nela, procedimentos equivalentes são lançados para cobrança do valor do governo, uma vez que a fertilização in vitro não faz parte da tabela do SUS. O Ministério da Saúde informa que não foi firmado nenhum convênio com o hospital. A pasta tem um grupo de estudo para avaliar a possibilidade de incluir o procedimento na tabela do SUS até o final deste ano.


-------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Nenhum comentário:

Postar um comentário