Após anos de vida dupla, professora intersexual se assume para alunos
Professora nasceu com órgãos femininos, mas foi identificada como menino.
Depois de manter aparência masculina na sala de aula, ela fez a transição
Era uma segunda-feira quando os estudantes da Chino High School, uma das sete escolas públicas de ensino médio da cidade de Chino, na Califórnia, chegaram para a aula e descobriram que o Sr. Swager, professor de química, anunciou que, a partir de então, deveria ser chamada de Srta. Swager. Foi em 16 de março o primeiro dia de Amanda Swager vivendo 100% de acordo com sua própria identidade, após anos de vida dupla.
Embora identificada como do sexo masculino, ela diz que desde os primeiros anos de idade já se identificava também com o sexo feminino. "Eu sabia que algo era diferente desde os quatro ou cinco anos. Foi difícil perceber, porque eu não tive uma criação marcada pela distinção de gênero, então gostava de brincar tanto de casinha quanto de carrinhos. Mas a maioria das atividades masculinas tinham um enfoque feminino", disse.
Em entrevista ao G1, Amanda, de 32 anos, explicou que nasceu com órgãos sexuais femininos e masculinos, mas que nunca passou por exames genéticos que efetivamente determinassem seu gênero. "Sou intersexual, o que quer dizer que estou em ambos os espectros, entre masculino e feminino."
A reação ao fato de ser identificada como um garoto levou Amanda a uma conclusão inicial: todos os meninos querem ser meninas. "Por causa do meu histórico médico, me disseram que eu era um menino desde tão cedo que eu acabei achando que todos os meninos queriam ser meninas, usar maquiagem e vestidos, e gostavam de meninos, já que eu não tinha outro tipo de referência."
Vida dupla
Foi na faculdade que Amanda decidiu assumir sua identidade com o sexo feminino, mas ela diz que nunca se preocupou com a mudança do nome nos docuementos legais.
"Meus amigos, parentes e pessoas que conheço profissionalmente, mas fora do trabalho, sabiam há anos", diz ela. "O mais difícil em fazer a transição em uma sala de aula é que é muito público. Em um ambiente de trabalho normal, talvez dez ou 20 pessoas precisem saber, e nenhuma tem pais que podem entrar com um processo, ou se preocupar com a influência que você tem na vida deles. Por isso levei tanto tempo para chegar a esse ponto", explicou.
A vida dupla foi possível porque Amanda morava em uma cidade a cerca de 50 quilômetros de distância de onde trabalhava. "Quando mudei para a mesma comunidade em que moram as famílias dos meus alunos, ficou difícil esconder."
Por isso, Amanda conversou com a diretoria da escola e a data em que ela assumiria sua identidade como mulher foi agendada para depois das férias de verão, no segundo semestre deste ano.
Porém, ao ser flagrada com o namorado em uma sala de cinema por alguns de seus estudantes, durante um fim de semana em meados de março, ela decidiu acelerar o processo. "O dia 16 de março foi o meu primeiro dia oficial me apresentando como mulher na sala de aula."
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito
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