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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Bebê morre após desligamento de aparelhos


Bebê morre após desligamento de aparelhos 


(25.09.12)


Uma menina de dois anos, cujos pais estão presos sob a acusação de maus-tratos, morreu na sexta-feira (21) depois que a Suprema Corte do Canadá decidiu não intervir para impedir que os médicos retirassem o respirador artificial que mantinha criança viva.

O hospital infantil da cidade de Edmonton, onde a menina conhecida como Baby M estava internada, informou que a morte da criança foi confirmada pouco depois do respirador artificial ser removido.

Os pais da menina, que inicialmente foram detidos por agressão e maus-tratos, tinham solicitado, na véspera, ao Supremo Tribunal do Canadá que suspendesse a ordem de um juiz de Alberta de retirar o respirador que mantinha a menina com vida.

Pai e mãe argumentaram serem "devotos muçulmanos e carinhosos genitores, resultando-nos impensável aceitar que se limite ou retire o tratamento médico".

Em maio deste ano, uma equipe de emergência encontrou Baby M na casa de seus pais com uma parada cardíaca. Após ter ficado quase 40 minutos com o coração parado, os médicos conseguiram ressuscitar a criança, mas não puderam evitar que ela ficasse com graves lesões cerebrais.

A decisão da corte canadense dispôs que "o objetivo de manter o respirador e submeter à menina a outros tratamentos invasivos é dar continuidade a uma vida que não apresenta nenhum benefício para ela, já que não havia nenhuma hipótese da criança se recuperar das graves lesões". 

A polícia assinalou que "a morte da menina também acarretará uma acusação de assassinato". 


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Adoção conjunta pode ser deferida para irmãos, desde que constituam núcleo familiar estável


25/09/2012 - 07:49 | Fonte: STJ

Adoção conjunta pode ser deferida para irmãos, desde que constituam núcleo familiar estável


- Divulgação/Internet
Para a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), as hipóteses de adoção conjunta previstas no artigo 42 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não são as únicas que atendem ao objetivo essencial da lei, que é a inserção do adotado em família estável. Com esse entendimento, a Turma negou provimento a recurso especial interposto pela União, que pretendia anular a adoção de uma criança feita por uma mulher, juntamente com seu irmão (já falecido).

Em princípio, a ação foi extinta pelo magistrado de primeira instância. A União apelou contra essa decisão ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), o qual, apesar de não concordar com o magistrado quanto à inviabilidade da ação anulatória, julgou-a, no mérito, improcedente. Em seu entendimento, a adoção póstuma intentada por irmãos é possível.

O TJRS constatou que houve inequívoca manifestação de vontade do irmão (enquanto vivo) em adotar e que essa vontade apenas deixou de ser concretizada formalmente. Além disso, verificou nas provas do processo que havia fortes vínculos entre o adotado e o falecido, “dignos de uma paternidade socioafetiva”.

Adoção póstuma

No recurso especial, a União afirmou que a adoção póstuma (ajuizada por uma pessoa em nome de outra, que já morreu) só pode ser deferida na hipótese prevista no artigo 42, parágrafo 6º, do ECA.

Além disso, alegou violação do artigo 42, parágrafo 2º, do ECA, segundo o qual, “para a adoção póstuma, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família”.

Segundo a ministra Nancy Andrighi, relatora do recurso especial, o artigo 42, parágrafo 6º, da Lei 8.069 (ECA), possibilita que a adoção póstuma seja requerida caso o adotante tenha morrido no curso do procedimento de adoção e seja comprovado que este manifestou em vida seu desejo de adotar, de forma inequívoca.

Para as adoções post mortem se aplicam, como comprovação da inequívoca vontade do falecido em adotar, “as mesmas regras que comprovam a filiação socioafetiva: o tratamento do menor como se filho fosse e o conhecimento público dessa condição”.

Manifestação inequívoca

De acordo com a ministra Andrighi, a inequívoca manifestação de vontade é condição indispensável para a concessão da adoção póstuma, “figurando o procedimento judicial de adoção apenas como a concretização formal do desejo de adotar, já consolidado e exteriorizado pelo adotante”.

Ela explicou que, no caso relatado, a adoção se confunde com o reconhecimento de filiação socioafetiva preexistente, que foi construída pelo adotante falecido desde quando o adotado tinha quatro anos de idade.

Nancy Andrighi entendeu que a ausência de pedido judicial de adoção, anterior à morte do adotante, “não impede o reconhecimento, no plano substancial, do desejo de adotar, mas apenas remete para uma perquirição quanto à efetiva intenção do possível adotante em relação ao adotado”.

Quanto à alegação de violação do artigo 42, parágrafo 2º, do ECA, a ministra afirmou que, ao buscar o melhor interesse do adotado, a lei restringiu a adoção conjunta aos que, casados civilmente ou que mantenham união estável, comprovem estabilidade na família. Para ela, o motivo é razoável, mas ainda assim não justifica as restrições fixadas.

“A exigência legal restritiva, quando em manifesto descompasso com o fim perseguido pelo próprio texto de lei, é teleologicamente órfã, fato que ofende o senso comum e reclama atuação do intérprete para flexibilizá-la e adequá-la às transformações sociais que dão vulto ao anacronismo do texto de lei”, disse.

Núcleo familiar

Segundo a relatora, o que define um núcleo familiar estável são os elementos subjetivos, extraídos da existência de laços afetivos, de interesses comuns, do compartilhamento de ideias e ideais, da solidariedade psicológica, social e financeira, entre outros fatores. Isso não depende do estado civil dos adotantes.

“O conceito de núcleo familiar estável não pode ficar restrito às fórmulas clássicas de família, mas pode, e deve, ser ampliado para abarcar a noção plena de família, apreendida nas suas bases sociológicas”, afirmou Andrighi.

Ao analisar o caso, a ministra entendeu que o objetivo expresso no texto legal – colocação do adotando em família estável – foi cumprido, porque os irmãos, até a morte de um deles, moravam sob o mesmo teto e viviam como família, tanto entre si, como em relação ao adotado.

“Naquele grupo familiar o adotado deparou-se com relações de afeto, construiu seus valores sociais, teve amparo nas horas de necessidades físicas e emocionais, em suma, encontrou naqueles que o adotaram a referência necessária para crescer, desenvolver-se e inserir-se no grupo social de que hoje faz parte”, declarou.

A Turma, em decisão unânime, acompanhou o voto da relatora e negou provimento ao recurso especial da União.

O número deste processo não é divulgado em razão de sigilo judicial.



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Rio quer devolver para casa pacientes psiquiátricos internados há décadas


25/09/2012 - 06h40

Rio quer devolver para casa pacientes psiquiátricos internados há décadas

DENISE MENCHEN
DO RIO


Diante da perspectiva do retorno do filho para casa, os pais de Elias Antônio Santana Vilhena reagiram com medo.
Com retardo mental grave e sem nunca ter aprendido a falar, Elias foi internado em uma clínica psiquiátrica aos oito anos, após episódios de agressividade e fugas frequentes. Quando deixou o local, em julho, era um homem de 37.


A saída fez parte do processo de desativação da clínica neuropsiquiátrica Amendoeiras, de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Conveniada ao SUS, a instituição teve que ser fechada por ordem da Justiça. Os últimos quatro dos 136 internos deixaram o local no último dia 6.
A liminar foi concedida a pedido do Ministério Público Estadual, que em inspeção na clínica encontrou pacientes nus que se arrastavam sobre as próprias fezes. A nutrição também era inadequada e o atendimento, precário.

Manicômio do Rio
»



Oralda Maria de Souza, 52, (à esq.), reencontrou a sobrinha Elizete Jacinto de Souza, 30, que estava internada havia seis anos no hospital-colônia de Rio Bonito (RJ)Daniel Marenco/Folhapress






O superintendente de Institutos Municipais de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Mario Barreira, diz que a Amendoeiras já foi referência para a internação de crianças com problemas mentais e neurológicos, mas se deteriorou ao longo dos anos --segundo ele, os proprietários alegavam que os repasses do SUS eram muito baixos. A reportagem não conseguiu contato com eles.
Barreira reconhece que a clínica deveria ter sido fechada antes e diz que há anos o município não mandava novos pacientes para lá. Desde 2001, uma lei federal veda a internação de pessoas com transtornos mentais em instituições com características asilares e sem serviços adequados de atendimento médico, assistência psicológica e reinserção social.
Apesar disso, ainda existem 27 hospitais psiquiátricos no Estado do Rio, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.
No caso da clínica Amendoeiras, a maior dificuldade era encontrar um destino digno para os pacientes. O objetivo principal era, sempre que possível, devolver o interno ao convívio social.
"Se a pessoa está estabilizada, não há porque mantê-la em uma instituição", diz Mônica Almeida, superintendente de saúde mental da Secretaria Estadual de Saúde, que ajudou na realocação dos pacientes de fora da capital. "A internação deve ser o último recurso", defende.
Em alguns casos, porém, a gravidade do quadro não permitia a alta. Assim, 57 internos com alto comprometimento neurológico foram encaminhados para clínicas especializadas em cuidados prolongados.
Já para os pacientes psiquiátricos restaram três opções: o retorno para casa; a mudança para uma residência terapêutica, uma casa com até dez internos onde são acompanhados por cuidadores; e a transferência para outra instituição de saúde mental.
Teve então início um trabalho de pesquisa em documentos de internação, prontuários e registros de visita, a fim de localizar alguma pista sobre a família dos pacientes, muitos já há décadas sem contato familiar.
Apesar do esforço, a maioria acabou indo para outras instituições, onde será dada continuidade ao trabalho de localização de parentes e de preparação dos pacientes para uma vida mais autônoma.
Seis deles, porém, conseguiram sair da Amendoeiras direto para o convívio familiar.
No caso de Elias, que durante 29 anos só viu os pais em encontros esporádicos, o medo da família de recebê-lo de volta foi vencido com o trabalho de funcionários do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Simão Bacamarte, de Santa Cruz, na zona oeste. Avisados de que parentes dele moravam na região, a equipe foi atrás deles.
A primeira reação não foi boa.
"Eles me disseram que eu ia ter direito a um dinheiro para ajudar, mas eu não queria receber nem um tostão, eu queria que ele ficasse lá", conta o eletricista aposentado Manoel Carlos Cardoso de Vilhena, 70, pai de Elias.
Aos poucos, depois de ouvir que o filho estava sob tratamento e não representava perigo, os pais concordaram em encontrá-lo no CAPS. Pouco depois, o levavam para passar um fim de semana em família. Depois disso, não o deixaram mais.
"Eu acordei para minha responsabilidade de pai", diz Vilhena, que, durante o dia, deixa o filho no CAPS, onde participa de atividades ocupacionais e é avaliado regularmente por um psiquiatra. Medicado, Elias não foge mais de casa e nem está agressivo.
"Hoje ele me beija toda hora", conta a mãe, Adélia Santana de Vilhena, 64. "Vem com tanta força que às vezes tenho até que fazer cosquinha debaixo do braço para me soltar."



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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Idosa perde 33 kg para poder doar um rim ao marido


04/09/2012 17h51 - Atualizado em 04/09/2012 17h51

Idosa perde 33 kg para poder doar um rim ao marido

Médico disse que Pat Moule, de 69 anos, era 'gorda demais' para a cirurgia.
Inglesa comprou bicicleta ergométrica e emagreceu ao longo de um ano.

Do G1, em São Paulo

Uma mulher de 69 anos perdeu 33 kg para poder doar um rim para o marido na Inglaterra. Um ano atrás, Pat Moule estava com 105 kg e perdia o fôlego até para subir as escadas. Porém, a notícia de que a capacidade dos rins do marido David estava em apenas 12% do total, mudaria seu estilo de vida.
Pat Moule perdeu mais de 30 kg para poder doar um rim ao marido (Foto: Reprodução/Daily Mail)Pat Moule perdeu mais de 30 kg para poder doar um rim ao marido (Foto: Reprodução/Daily Mail)
Pat se ofereceu como doadora e ouviu do médico que estava “gorda demais” para fazer uma cirurgia tão delicada. Imediatamente, entrou em um grupo de ajuda para perder peso, começou uma dieta e pôs uma bicicleta na sala de casa.


Pat hoje tem 72 kg, o que já é suficiente para enfrentar cirurgia. A operação ainda não tem data marcada, mas precisa acontecer em breve. Com uma doença renal há mais de 20 anos, David vê sua condição piorar a cada dia, e seu caso não tem outra solução possível.“Quando se ama alguém como eu amo o David, não é uma decisão muito difícil”, afirmou Pat ao jornal “Daily Mail”. “Só posso ser grata de ser compatível com ele o suficiente para fazer a doação”, completou.

“Meus sentimentos estão misturados, principalmente por fazer a Pat passar por tudo isso. Mas eu consigo ver como a cirurgia vai melhorar muito nossas vidas”, afirmou David.





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Menina que nasceu sem audição aprende a falar com ouvido biônico


04/09/2012 06h03 - Atualizado em 04/09/2012 09h48

Menina que nasceu sem audição aprende a falar com ouvido biônico


Bebê britânica Evie precisava realizar cirurgia rara até os 19 meses.
Ela não tinha os nervos auditivos.

Da BBC

Menina aprende a falar após receber ouvido biônica (Foto: BBC)Evie não ouvia a voz da mãe (Foto: BBC)
Emilly Small conta que dizia diariamente à filha pequena Evie que a amava, ao longo de 22 meses, mas a criança jamais ouviu a voz da mãe.
Evie nasceu com surdez profunda, mas só aos 16 meses de idade é que testes revelaram que ela não contava com o nervo auditivo, o que significava que sua única chance de vir a escutar só se daria com um implante de tronco encefálico, um tipo de ouvido biônico capaz de restaurar a audição em casos extremos de surdez.
A bebê de 23 meses de idade sofre de espectro óculo-aurículo vertebral, uma condição muita rara e sem cura que afeta os olhos, ouvidos e a espinha.
Os pais da criança, Emily e David Small, de Horndean, no condado de Hampshire, na Grã-Bretanha, só dispunham de 19 meses para realizar o implante ou encarar a perspectiva de que sua filha não poderia ouvir pelo resto de sua vida.
O procedimento precisava ser realizado antes de a criança alcançar seu segundo aniversário, porque os caminhos no cérebro começam a se fechar a partir dessa idade.
Em princípio, o casal foi aconselhado a submeter sua filha a um implante coclear - um dispositivo eletrônico, que conta com uma parte externa, formada por um microfone e um microprocessador de fala e um transmissor, e uma parte interna, com receptor e um estimulador que visa acionar o nervo auditivo.
O problema é que para Evie o aparelho não teria efeito, uma vez que ela não possui nervos auditivos.
''Isso significava que um implante cochlear não era uma opção, já que não havia por onde o som trafegar. Seria como ter um par de fones de ouvido e um aparelho de som, mas não ter um plug onde conectá-los'', relembra David Small, em referência à ausência de nervos auditivos da filha.
Única opção
Se os pais de Evie, que têm outros quatro filhos, quisessem que sua filha passasse a ouvir, um implante auditivo de tronco cerebral ou tronco encefálico, seria a única opção. Esste tipo de implante se vale de uma prótese que pretende restaurar a audição de pessoas cuja surdez impede a realização de um implante coclear.

Na ausência do nervo, a alternativa passa a ser o estímulo direto do nervo auditivo que fica no tronco cerebral.
Os pais de Evie pretendiam operar a criança na Grã-Bretanha, onde apenas duas cirurgias desse tipo foram realizadas, mas uma equipe de especialistas capaz de realizar o procedimento só poderia ser formada após as autoridades do setor de saúde locais terem obtido financiamento, o que tardaria meses.
Após terem realizado pesquisas na intenet, o casal descobriu o professor Vittorio Colletti, um especialista de Verona, na Itália, que realizou com êxito mais de 90 cirurgias de implante de tronco encefálico.
De acordo com o pai da pequena Evie, ''só mesmo dois especialistas em todo o mundo são capazes de implantar um ouvido biônico. O professor Colletti é o principal profissional do setor''.
Quando o casal recebeu a notícia de que a operação custaria 40 mil euros (cerca de R$ 81 mil) eles montaram um fundo intitulado Help for Hearing (Ajuda para Escutar), para angariar a quantia.
David Small contou ter recebido um cheque de uma pessoa de 93 anos que disse saber o que era ser surdo e uma contribuição de um doador anônimo que deu mil libras (cerca de R$ 3,2 mil).
Com a cirurgia, realizada em Verona no dia 25 de junho, Evie teve 12 eletrodos inseridos em seu tronco cerebral, que alimenta um microfone situado fora de seu crânio e que transforma sons em sinais eletrônicos que são transmitidos para o cérebro.
'Mamãe'
Apenas duas semanas após o dispositivo estar funcionando, Evie já era capaz de dizer sua primeira palavra, ''mamãe".

''Foi de partir o coração ouvi-la falar sua primeira palavra, é algo impossível de verbalizar'', contou Emily, de 37 anos, a mãe de Eve.
Ela agora é capaz de ouvir uma vasta gama de frequências e está realizando terapia fonoaudiológica.
De acordo com seus pais, ela passou a ser capaz de ouvir tudo, inclusive palavras, com clareza.
O autor da cirurgia disse ao casal que dentro de cinco anos a menina será capaz de falar ao telefone. Ela terá de seguir realizando terapia fonoaudiológica até os cinco ou seis anos de idade.
Os pais de Evie dizem que darão continuidade a iniciativas para angariar fundos para auxiliar crianças com problemas auditivios ou totalmente incapazes de ouvir
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Brasileiras vendem óvulos e barrigas de aluguel a estrangeiros na internet


04/09/2012 04h57 - Atualizado em 04/09/2012 07h49

Brasileiras vendem óvulos e barrigas de aluguel a estrangeiros na internet

Jovens são bastante procuradas em mercado internacional em expansão.
Prática é proibida no Brasil.

Da BBC


A compra e a venda de óvulos e sêmen e a prática de barriga de aluguel remunerada são ilegais no Brasil, mas isso não tem impedido que as brasileiras participem deste mercado que está em crescimento no mundo.
Muitas brasileiras têm oferecido seus serviços em sites internacionais e se dizem dispostas a viajar para países em que a prática é permitida, e algumas já moram no exterior.
Para se ter uma ideia de como funciona o movimentado - e polêmico - mercado internacional de barrigas de aluguel e doação de óvulos, basta visitar o site surrogatefinder.com (na tradução livre algo como "buscador de barriga de aluguel") e dar uma espiada nos perfis das centenas de mulheres, entre elas dezenas de brasileiras, que oferecem seus serviços por ali.
O site é uma mistura de Facebook com a página de compra e vendas Ebay. Mulheres com idades que variam de 20 a 45 anos montam seus perfis e colocam fotos de si mesmas, dos filhos e da família. O objetivo da apresentação, porém, obviamente não é fazer amigos, mas dar aos casais ou solteiros interessados nos serviços oferecidos ali uma amostra de seu fenótipo, perfil genético e, dependendo do caso, capacidade de gestação.
Barrie e Tony Drewitt-Barlow e seus filhos: 'nova família' com ajuda de doadora de óvulos brasileira (Foto: Anthony McAndrew)Barrie e Tony Drewitt-Barlow e seus filhos: 'nova família' com ajuda de doadora de óvulos brasileira (Foto: Anthony McAndrew)
Algumas se oferecem para doar óvulos para mulheres inférteis ou casais homossexuais que querem realizar o sonho de ter um filho - prática que pode lhes render de US$ 8 mil (R$ 16,4 mil) a US$ 50 mil (R$ 102 mil). Outras estão dispostas a carregar bebês de outras mulheres - serviço pelo qual pode-se ganhar até US$ 100 mil nos EUA (R$ 204 mil).
Uma estudante brasileira da Universidade de Edimburgo, por exemplo, se diz disposta a doar óvulos para pagar o curso de pós-graduação que começará em setembro. Uma professora de inglês de Santa Catarina diz que precisa do dinheiro da doação para ajudar a sustentar a filha. E uma estudante de psicologia do Espírito Santo se oferece para carregar o filho de outra mulher porque o marido ficou desempregado.
Todas mencionam também uma razão altruísta para a oferta: a vontade de ajudar casais com problemas de fertilidade a realizar o sonho de ter filhos.
O mercado de gametas e barrigas de aluguel vem crescendo nos últimos anos em diversos países, impulsionado, do lado da demanda, por tendências sociais e demográficas - como o fenômeno da maternidade tardia e a oficialização de uniões civis homossexuais. Do lado da oferta, pelo desenvolvimento de novas técnicas de reprodução assistida.
Exemplo
O casal britânico formado pelos empresários milionários Barrie and Tony Drewitt-Barlow e seus cinco filhos são exemplo da "nova família" que essas novas tecnologias viabilizaram.

Em 1999, os dois viajaram para a Califórnia, onde a prática de barriga de aluguel e doação de óvulos remunerada é permitida e voltaram para casa, na Grã-Bretanha, com os gêmeos Saffron e Aspen. Depois disso, tiveram mais três filhos. E agora pensam em ter uma segunda menina (nos EUA é permitido escolher o sexo do bebê).
Barrie e Tony também têm uma clínica que ajuda outros casais a terem bebês com óvulos de estrangeiras e serviços de barriga de aluguel contratados no exterior - o British Surrogacy Centre.
Em entrevista à BBC Brasil, Barrie contou que as brasileiras são muito procuradas para as doações de gametas por terem "fama de bonitas" e porque, entre elas, é fácil encontrar um perfil procurado por casais inter-raciais estrangeiros. Por isso, segundo o empresário, sua agência teria "olheiros" que buscam doadoras no Brasil.
"Foi uma brasileira que doou o óvulo para que eu pudesse ter dois de meus filhos - o segundo casal de gêmeos", conta Barrie. "Nos últimos 12 meses, ajudamos 63 casais a terem filhos. Desses, 15 usaram doadoras brasileiras."
Para Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, porém, a prática é preocupante. "Um esquema em que as brasileiras são aliciadas para prestar esse serviço em outros países poderia estar explorando a miséria e a necessidade dessas mulheres", acredita.

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Brasil entra na rota do turismo reprodutivo e atrai africanas


03/09/2012 06h42 - Atualizado em 03/09/2012 07h45

Brasil entra na rota do turismo reprodutivo e atrai africanas

País tem recebido em suas clínicas estrangeiras de Angola e Moçambique.
Qualidade das clínicas privadas brasileiras e o idioma comum são atrativos.


Clínicas brasileiras têm boa reputação e preços mais baixos que as americanas e europeias (Foto: PA)Clínicas brasileiras têm boa reputação e preços
mais baixos que as americanas e europeias
(Foto: PA)
Nos últimos anos, o Brasil também entrou na rota do chamado "turismo da fertilidade" - o setor que atende estrangeiros que cruzam a fronteira de seus países para ter acesso a tratamentos para ter filhos em outros lugares.
Clínicas brasileiras especializadas em fertilização in vitro e outras técnicas de reprodução assistida vêm recebendo um número crescente de pacientes estrangeiros, principalmente (embora não apenas) de origem africana, que procuram o Brasil para realizar o sonho da maternidade ou paternidade.
Segundo especialistas consultados pela BBC Brasil haveria dois atrativos para as africanas: a qualidade das clínicas privadas brasileiras e o idioma comum.
O Brasil tem mais de 100 clínicas especializadas em medicina reprodutiva e profissionais de boa reputação. "Em geral essas pacientes vêm de países em que não há boas clínicas", explica Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.
Além disso, a maioria é proveniente de países cujo idioma é o português, como Angola e Moçambique - e o fato de poderem falar na sua língua com o médico e as enfermeiras é algo que ajuda a explicar porque escolheram o Brasil.
Preço
Outro atrativo do país é baixo custo dos procedimentos se comparado com os valores cobrados por clínicas europeias e americanas, por exemplo.
No Brasil, um procedimento de fertilização in vitro custa por volta de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Nos países desenvolvidos, em geral, se paga o dobro.
"A busca por custos mais baixos também é uma das motivações de americanas e canadenses que nos procuram", diz Silvana Chedid, diretora da clínica Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) em São Paulo.
Ela explica que o fator "preço" também contribui para que brasileiras que moram no exterior e são casadas com estrangeiros optem por voltar para o país para fazer o tratamento na hora de ter filho.
O Brasil também tem enviado algumas pacientes para outros lugares - principalmente para a Espanha - em geral quando há problemas para encontrar doadoras de óvulos no país.
Dzik diz já ter encaminhado pessoalmente algumas brasileiras para o país europeu. Segundo Chedid, em sua clínica esse encaminhamento ocorre nos casos em que a receptora não consegue encontrar um fenótipo específico de doadora no Brasil
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Estudante com câncer no cérebro tira nota máxima em 'Enem britânico'


31/08/2012 16h03 - Atualizado em 31/08/2012 16h54


Estudante com câncer no cérebro tira 

nota máxima em 'Enem britânico'

John Baxter passou por seis semanas de radioterapia depois de cirurgia complicada para retirada de tumor.


John Baxter, de 16 anos, estudou em casa enquanto se recuperava de uma cirurgia no cérebro (Foto: Reprodução/BBC)
John Baxter estudou em casa enquanto se
recuperava de uma cirurgia no cérebro
(Foto: Reprodução/BBC)
Um estudante britânico diagnosticado com um câncer no cérebro conseguiu uma das notas máximas no exame britânico equivalente ao Enem.
John Baxter, 16 anos, descobriu que tinha um tumor maligno em dezembro de 2011 e passou por uma cirurgia complicada, na qual os médicos tiveram que abrir seu crânio para a retirada do tumor.
Enquanto se recuperava, a escola onde ele estuda em Omagh, na Irlanda do Norte, enviou as lições para John estudar em casa e fazer a prova, chamada de GCSE, obrigatória para os estudantes britânicos do ensino médio.
Anthony White, vice-diretor da escola de Baxter, conta que, mesmo fazendo radioterapia no período da manhã, o estudante ainda conseguia ir à escola durante a tarde.
Baxter já teve leucemia aos três anos de idade e passou por anos de tratamento. Desta vez, mesmo passando por seis semanas de radioterapia, John disse que não deixaria a doença arruinar seus estudos.
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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Multa do TJ ao GDF por recusa em pagar cirurgia chega a R$ 470 mil



09/09/2012 15h18 - Atualizado em 09/09/2012 15h18

Multa do TJ ao GDF por recusa em pagar cirurgia chega 

a R$ 470 mil

Valor já equivale ao custo de operação de menino que vive preso a respirador.
Secretaria diz entender ter cumprido decisão após laudo médico; cabe recurso.

Do G1 DF
A multa aplicada pelo Tribunal de Justiça à Secretaria de Saúde do Distrito Federal por descumprir decisão judicial que a obriga a pagar o implante de um marca-passo em um garoto de 10 anos, que vive preso a um respirador artificial desde que nasceu, atingiu R$ 470 mil neste domingo (9).
O valor já equivale ao custo do equipamento e da cirurgia – cerca de R$ 500 mil, segundo o médico responsável pela operação, Rodrigo Sardenberg. De acordo com o TJ, a multa diária de R$ 10 mil começou a ser cobrada em 25 de julho. O órgão informou que o GDF só pode recorrer da decisão em outras instâncias.
A Secretaria de Saúde informou ao G1 que entende que a formação de uma junta médica para avaliar a situação de saúde do garoto e o relatório produzido por ela – uma das exigências do desembargador Getúlio Moraes, que determinou a realização da cirurgia paga pelo GDF – cumpriam a decisão judicial.
Em uma visita de 26 minutos à casa da família, três médicos da secretaria concluíram que o garoto de 10 anos, que não fala e não anda e respira com ajuda de aparelhos por causa de uma insuficiência respiratória crônica, não tem indicação para a cirurgia (veja vídeo).
O texto da junta médica diz que o garoto apresenta “sequelas neurológicas irreversíveis, tanto intelectuais quanto motoras” e afirma que ele é tetraplégico. Segundo os médicos, o implante não traria melhoras significativas a Lucas. O trio descartou também a necessidade de urgência no tratamento.
Para o TJ, porém, o laudo não isenta o GDF de realizar a cirurgia. No dia 31 de julho, o TJ negou por unanimidade um recurso do GDF contra a liminar que determina a implantação do marca-passo. A cirurgia foi determinada independentemente do resultado do laudo da junta médica da Secretaria de Saúde.
Na última quinta-feira, o pai da criança, Caio Bittencourt, denunciou os profissionais no Conselho Regional de Medicina. Ele informou que deve protocolar nesta semana um pedido de investigação também contra o secretário de Saúde, Rafael Barbosa.
Responsável pela operação, o médico Rodrigo Sardenberg diz acreditar que os ganhos para Lucas e a família “serão enormes” com a cirurgia. “As chances de infecção respiratória caem, ele pode entrar na piscina, pode sair de casa, pode conviver com outras crianças. E tem a questão emocional, que não tem preço.”
Deitado numa maca, Lucas só respira com a ajuda de equipamentos (Foto: Raquel Morais/G1)Deitado numa maca, Lucas só respira com a ajuda de equipamentos (Foto: Raquel Morais/G1)
Entenda o caso
A Justiça autorizou a operação baseada em laudos dos médicos que atendem o garoto e do Ministério Público. A decisão do TJ também determinou o pagamento de multa diária de R$ 10 mil pelo GDF a partir de 25 de julho, quando a pasta foi notificada da decisão.


No dia 3 de setembro, o advogado da família, Frederico Damato, entrou com um pedido da cobrança da multa. “Fica a sensação de impunidade. O governo tem a plena convicção de que não vai acontecer retaliação nenhuma do Judiciário.”
A cirurgia chegou a receber parecer favorável da coordenadora de neuropediatria e do secretário de Saúde, Rafael Barbosa, quando o pai do garoto consultou a pasta sobre a possibilidade de o GDF custear o procedimento. Um mês depois, porém, a secretaria arquivou o processo alegando não poder transportar o menino para São Paulo, onde a operação seria realizada inicialmente.
O pai da criança, Caio Bittencourt, vê no marca-passo, que tem 500 gramas e tamanho aproximado de uma caixa de DVD, a oportunidade de aumentar a qualidade de vida do primogênito. O custo do aparelho é de R$ 388 mil.


“Elimina todo esse equipamento pesado [cerca de 100 kg] e toda essa dependência de energia elétrica, porque funciona à bateria. Vamos poder buscar terapias diferentes e fora de casa, talvez equoterapia, hidroterapia,” disse.


Lucas faz duas sessões de fisioterapia todos os dias, além de passar as 24 horas do dia acompanhado de um dos pais e de um técnico de enfermagem. Ele recebe visita médica semanal. Tudo é custeado pelo plano de saúde desde que ele nasceu.
“O Lucas nunca usou R$ 1 do serviço público de saúde. A primeira vez que estamos solicitando é agora. A gente nunca deu R$ 0,01 de gasto para a Secretaria de Saúde”, disse Bittencourt.
O Lucas nunca usou R$ 1 do serviço público de saúde. A primeira vez que estamos solicitando é agora. A gente nunca deu R$ 0,01 de gasto para a Secretaria de Saúde"
Caio Bittencourt, pai do menino Lucas
A agenda do menino ainda é preenchida por uma grade escolar feita especialmente por ele, videogame e internet. “É uma criança que tem o cognitivo preservado, não sofreu perda de inteligência. Ele tem aula em casa, tem coordenação motora fina. O que ele não tem é força muscular. E a gente se comunica por sinais.”
O garoto raramente sai de casa, mas sempre com equipe médica e família do lado. “O máximo que a gente já conseguiu fazer foi colocá-lo numa cadeira de rodas e andar dentro do condomínio por 20 ou 30 minutos, mas junto com um técnico e sempre atentos a ter uma tomada por perto. Mas foram umas duas vezes só”, lembra.
Com o implante, Bittencourt acredita que a vida de toda a família sofrerá mudanças. Entre elas e a mais esperada, revela, é o primeiro passeio com todos juntos. O desejo é constantemente manifestado pela irmã caçula, Isadora, 4 anos.
“Ela pergunta quando é que a gente vai poder ser uma família normal, porque ela quer atenção. Ela cobra. O marca-passo muda tudo. E muda para todo mundo.”

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