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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Menino americano com leucemia rara fará transplante de medula em SP


29/07/2015 12h47 - Atualizado em 29/07/2015 13h01

Menino americano com leucemia rara fará transplante de medula em SP

Garoto Tancrède Bouveret, de 11 anos, depende de cirurgia para se curar.
Doadora foi encontrada em banco de dados dos Estados Unidos em junho.

Do G1 São Paulo
Menino americano Tancrède Bouveret com leucemia rara fará transplante de medula óssea no Hospital Albert Einstein, em São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook/Campanha Tancrède)Menino americano Tancrède Bouveret com leucemia rara fará transplante de medula óssea no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (Foto: Reprodução/Facebook/Campanha Tancrède)
O menino americano Tancrède Bouveret, de 11 anos, fará o transplante de medula óssea na tarde desta quarta-feira (29), em São Paulo. A informação foi publicada pela família do garoto em redes sociais. O procedimento será realizado no Hospital Israelita Albert Einstein, na Zona Sul da capital, para curar uma forma rara de leucemia que afeta a produção de células.
O hospital não divulgou detalhes do transplante por questões de sigilo médico e do paciente. O garoto mora em São Paulo com os pais e um irmão mais novo. Em junho deste ano, Tancrède conseguiu um doador compatível para fazer o transplante, uma mulher que se cadastrou em um banco norte-americano de doadores, o National Marrow Donor Program (NMDP).
"Depois de dois meses procurando apareceu essa mulher de 20 anos que é 100% alma gêmea geneticamente do Tancrède", disse David Arzel, um dos pais de Tancrède, casado com Luc Bouveret, o outro pai. "É o primeiro passo para a cura", completou, durante entrevista ao G1 após receber a notícia sobre o doador.
Na época, a família explicou que a punção no fêmur da doadora para a retirada de células troncos seria feito em um hospital dos Estados Unidos, na véspera da cirurgia, e que o material coletado seria transportado de avião ao Brasil, sem a necessidade de congelamento.
A família também relatou nas redes sociais que Tancrède não consegue se alimentar, está com problema de pele e sintomas de uma gripe intensa, considerados efeitos colaterais da quimioterapia. O procedimento faz parte do preparo para o transplante.
Durante a cirurgia, que está prevista para começar as 16h30 e durar duas horas, a família organizou uma corrente de orações em um centro na região de Pinheiros, na cidade de São Paulo.
Após o transplante, o menino americano precisará ainda fazer tratamento especial até conseguir ter a imunidade completa. "Agora vem a parte mais complicada, que é o transplante. Estamos muito confiantes", disse Arzel.
Campanha 
O drama de Tancrède foi mostrado em abril no SPTV e mobilizou uma campanha por doação de medula que incluiu até celebridades como os jogadores Kaká e Neymar e a modelo Isabela Fiorentino. A síndrome mielodisplasica impede as células de se reproduzirem em quantidade normal na medula óssea.

A doença evoluiu para uma leucemia, quando as células produzidas na medula são cancerosas, ou seja, não cumprem as funções de combater as infeções, ajudar a parar os sangramentos e distribuir o oxigênio pelo corpo.
A única esperança para Tancrède é o transplante. Os pais pediram nas redes sociais para os amigos serem doadores de medula e a campanha se espalhou.
Para manter o menino saudável, Tancréde precisou ser isolado em casa e teve de fazer nestes últimos dois meses, sessões de quimioterapia, transfusões de sangue e transfusões de plaquetas. "Ele não vê a hora de poder voltar à escola", afirmou o pai em junho, após receber a notícia sobre o doador.
Tancrede com os pais Luc e David e o irmão Elzear (Foto: Reprodução/Facebook/Campanha Tancrède)
Tancrede com os pais Luc e David e o irmão Elzear
(Foto: Reprodução/Facebook/Campanha Tancrède)
"A grande mensagem do Tancrède é que mesmo que agora achamos um doador para ele tem mais de 4 mil pessoas esperando doador de medula no Brasil", destacou Arzel. "Continuem a se cadastrar nos bancos de doadores. Só uma pessoa pode salvar a vida de outra. A medula não se fabrica, não importa dinheiro, classe social ou gênero. Um humano pode salvar a vida de outro humano. E o sangue também não tem fabrica, só se doa. Todos os hospitais precisam."
Como ser doador
Quem quiser ajudar aqueles que, assim como Bouveret, precisam de doação, pode fazer a sua parte aqui no Brasil. Para se tornar um doador, o processo é o seguinte: primeiro, se faz um cadastro em um banco de sangue. Depois, é colhida uma amostra do sangue, para futura avaliação genética e de compatibilidade.

A partir daí, o interessado já entra no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que será consultado toda vez que alguém precisa de doação. Se o transplante for compatível, o doador é chamado para que a medula óssea seja coletada. Para doar, é preciso ter entre 18 e 54 anos e estar bem de saúde.










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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

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