Acesse o nosso site: www.cebid.com.br

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Ser mãe com esclerose é como correr maratona todo dia’, diz britânica

BBC
14/08/2015 09h53 - Atualizado em 14/08/2015 09h53

Ser mãe com esclerose é como correr maratona todo dia’, diz britânica

Nicola Smith conta como é cuidar de um filho de seis anos e conviver com a doença que provoca fadiga extrema.

Nicola Smith, que sofre de esclerose múltipla, usa um carrinho para acompanhar o filho em seus passeios (Foto: BBC)Nicola Smith, que sofre de esclerose múltipla, usa um carrinho para acompanhar o filho em seus passeios (Foto: BBC)
Nicola Smith, que sofre de esclerose múltipla, contou como é ser mãe de um filho de seis anos e conviver com a grave doença. Assista ao vídeo.
Em seu relato ao programa Victoria Derbyshire, da BBC, ela explicou como a doença gera um cansaço incapacitante e contou como se sente angustiada por não poder ajudar sua família nas tarefas cotidianas.
Por outro lado, disse que tem uma grande capacidade de se adaptar à dura realidade.
Diariamente, Nicola Smith usa um carrinho para acompanhar o filho em seus passeios de patinete.
Mas, admite que ao voltar para casa, quando o garoto vai para a escola, se sente como se tivesse "corrido uma maratona".




------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Pai transgênero adiou mudança corporal para dar à luz

Pai transgênero adiou mudança corporal para dar à luz

AJ Kearns abriu mão de sua readequação de gênero para gerar o próprio filho


Escrito por  Silvio Carvalho

 Editado por  Stefanie Silveira (colaboradora)  
 Atualizado em 14/08/2015 em

 
M Especiais

O processo de transformação do corpo de AJ Kearns
Alison Bennett 
A
J Kearns é um fazendeiro australiano, de 41 anos, que vive uma vida pacata no subúrbio de Melbourne e luta para criar seus dois filhos com dignidade. Já vimos milhares de histórias de pais que criam seus filhos e, com certeza, você deve estar se perguntando o que há de novo nisso. Realmente, se pararmos para pensar no conceito de família, percebemos que não há nada de diferente, entretanto, se olharmos para a forma com que essa família foi estruturada, podemos notar uma pequena diferença entre Kearns e os demais pais: ele é um homem transgênero, com uma história bastante peculiar.

Desde jovem, Kearns se sentia diferente e acreditava ser homossexual. Com o passar do tempo descobriu que era um homem preso ao corpo de uma mulher. Assim, assumiu sua identidade de gênero e iniciou o processo de transição. Casou-se com Zu White e tiveram seu primeiro filho. Durante a gestação, Zu passou por muitas complicações, o que impossibilitava que ela tivesse outra criança. Algum tempo depois, o casal decidiu que queria ter mais um filho, no entanto, seria arriscado para Zu gerar o bebê. Kearns tomou uma decisão, que para muitos pode ser confusa, mas não para ele. Como ainda não havia completado sua transição física, decidiu postergá-la para gerar a criança.    
Alison Bennett
Em 2010, quando decidiu que queria passar pelo processo de readequação de gênero, Kearns procurou um psiquiatra e foi a ele a quem recorreu quando resolveu adiar a decisão para gerar o próprio filho. O médico achou sua atitude desbravadora e o apoiou totalmente. "É a primeira vez em mais de 30 anos de prática de psiquiatria que encontramos um transgênero masculino que tenha planejado engravidar", contou a um jornal australiano. Sua única preocupação era como um homem transgênero lidaria com a maternidadade.
Para Kearns, o processo não era tão complicado assim. Apesar de saber que era um homem e sentir-se confortável em sua condição de trans masculino, também sentia que era abençoado por poder gerar um bebê. Kearns diz que em nenhum momento confundiu sua identidade de gênero e se considera pai de Luca, que hoje tem 4 anos. A senhora White, que já não vive mais com Kearns, vê no ex-marido a imagem do pai ideal. Segundo ela, Kearns é comprometido e dedicado às crianças. Seis meses após o nascimento do filho, Kearns retomou o tratamento de readequação.
Mark Farnell
O casal optou por contar a verdade aos filhos desde cedo. Apesar de temerem a ignorância de alguns, ambos acreditam que o conceito de família vem mudando e, para uma criança, o mais importante é se sentir amado. Para o psquiatra que participou do processo, a aceitação da criança é sempre mais simples do que a visão do adulto. Segundo ele, crianças são desprovidas de julgamentos. Elas moram em mundos imaginários onde fadas, dragões, príncipes e princesas vivem harmoniosamente. Logo, por que não viveria um pai que deu à luz um filho?
















---------------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Uma nova droga apaga memórias para tratar o vício em metanfetamina

15/08/201

Uma nova droga apaga memórias para tratar o vício em metanfetamina

Metanfetamina é um dos piores drogas para se reabilitar e superar o vício, em parte porque as memórias de seus efeitos são muito poderosas. Mas e se os cientistas pudessem apagar estas recordações? Pesquisadores do Scripps Research Institute, na Flórida (EUA), desenvolveram uma droga que é capaz de fazer isto em ratos.
O mecanismo por trás da substância que apaga lembranças parte de uma pesquisa anterior, que revelou como as memórias se formam. Ela mostra que o processo usado por nossos cérebros para criar memórias durante o uso de metanfetamina é bem anormal (ó, que surpresa). Os cientistas descobriram como explorar essa diferença para criar uma droga que atinge apenas lembranças induzidas por psicoestimulantes. A Popular Science explica:
Você deve estar pensando que uma droga que apaga memórias é um tanto perigosa -- sim, é mesmo. Mas em testes com ratos, ao menos, os pesquisadores conseguiram mostrar que a droga testada age apenas nas memórias associadas com a resposta a um psicoestimulante viciante. Mesmo assim, a Blebb ainda tem um longo caminho pela frente até chegar ao mercado (tomara que, se chegar mesmo, alguém dê um nome melhorzinho para ela). Primeiro, é necessário testar as interações dela com outras drogas, e então partir para experimentos com humanos. Este processo pode demorar anos.
Por fim, mesmo se essa droga sair dos laboratórios, ainda será necessário convencer as pessoas a apagar ou suprimir parte da memória, o que parece uma coisa de livro de ficção científica. Mas talvez, se você estiver lutando contra o vício há anos, é possível que queira nada mais, nada menos que apagar algumas lembranças de quando você estava chapado.
---------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

No interior de SP, jovem de 18 anos que engravidou namorada de 13 é absolvido

CIRCUNSTÂNCIAS EXCEPCIONAIS

No interior de SP, jovem de 18 anos que engravidou namorada de 13 é absolvido


Em situações excepcionais, é possível que o magistrado conclua que o sexo com um menor de 14 anos não configure estupro de vulnerável. Esse foi entendimento aplicado pelo juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo, da 2ª Vara Criminal de Assis (SP), ao absolver um jovem, com 18 anos à época dos fatos, que engravidou sua namorada, menor de 14 anos. Na mesma decisão, o juiz condenou a mãe da garota por maus-tratos.
De acordo com os autos, o jovem começou a namorar a garota quando ela tinha 12 anos. Depois de um ano de relacionamento, eles passaram a manter relações sexuais e a garota acabou engravidando quando tinha 13. A mãe da menina, que tinha conhecimento do namoro, mas nunca aprovou, agrediu a filha quando soube da gravidez.
Ao absolver o acusado, o juiz levou em consideração as particularidades do caso que, segundo ele, tornam a situação excepcional. Conforme consta na sentença, o casal nunca escondeu o namoro, e a mãe da garota tinha conhecimento de que sua filha fazia sexo com o namorado. A jovem afirmou que as relações sexuais eram consentidas, que nunca se sentiu enganada ou iludida e não se arrepende do que fez.
"É razoável que se conclua pela atipicidade material da conduta, a partir das seguintes vicissitudes: (1) relação duradoura de namoro; (2) namoro conhecido pela sociedade em geral; (2) relações sexuais consentidas por adolescente; (3) ciência da existência dessas relações sexuais pelos pais ou representantes", explicou o juiz.
Na justificativa, o magistrado afirma que, com a entrada em vigor da Lei 12.015/2009, tem prevalecido nos tribunais superiores o entendimento de que a vulnerabilidade reconhecida para as vítimas menores de 14 anos não admite prova em contrário. No entanto, para o juiz Thiago Filippo, nenhuma dessas decisões serve de paradigma para o caso, pois foram decisões de órgãos fracionários, e não do pleno dos tribunais.
Citando doutrina, Filippo afirma que só há presunção absoluta de violência para as crianças, não se podendo dizer o mesmo para as adolescentes, que contam com grau mais elevado de discernimento. De acordo com o juiz, a presunção absoluta de violência se choca frontalmente com a realidade da sociedade contemporânea, cujo acesso extremamente facilitado a qualquer tipo de informação é um de seus traços mais marcantes, inclusive sobre sexualidade.
"Com isso, soa anacrônico supor-se que adolescentes não tenham, absolutamente, qualquer noção sobre a sexualidade e suas vontades sejam absolutamente confiscadas, em quaisquer hipóteses, sem se atentar à realidade", afirma.
Maus-tratos
Por ter agredido a garota, a mãe da jovem foi condenada por maus-tratos (artigo 136, Código Penal) a dois meses e dez dias de detenção em regime aberto. Conforme os autos, a vítima disse que, além de ser agredida fisicamente com golpes na barriga, inclusive com cabo de vassoura, também foi forçada a ingerir bebidas fortes e remédios que a deixaram sedada por mais de um dia.

A existência de briga entre mãe e filha foi confirmada pelos depoimentos de testemunhas e da própria mãe. No entanto, duas testemunhas relataram a versão da mãe, de que apenas estaria se defendendo das agressões da filha. Porém, de acordo com o juiz, a mãe não conseguiu provar a legítima defesa. Em contrapartida, o laudo de exame pericial concluiu que a garota sofreu lesão corporal de natureza leve.
"A ré flagrantemente excedeu de suas prerrogativas inerentes ao poder familiar, notadamente o dever-poder de os pais dirigirem a criação e educação de seus filhos, a teor do artigo 1.634, I, do Código Civil, impondo-se a conclusão de que praticou fato típico, ilícito e culpável", finalizou o juiz.
Repercussão geral
A 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça deve julgar se o consentimento de jovem menor de 14 anos pode afastar a tipicidade do crime de estupro de vulnerável. O ministro Rogerio Schietti Cruz decidiu levar o tema ao colegiado, sob o rito de recurso repetitivo, em razão da multiplicidade de processos sobre a matéria. 

Com isso, deve ser suspenso o andamento de ações semelhantes que tramitam na segunda instância de todo o país. A tese da corte deverá orientar a solução de todas as demais causas idênticas. Assim, novos recursos ao tribunal não serão admitidos quando sustentarem posição contrária.
A jurisprudência sobre a questão ainda varia. O STJ já declarou que a presunção de violência no crime de estupro tem caráter relativo, ao inocentar homem processado por fazer sexo com meninas com menos de 12 anos (HC 73.662/1996). Em 2014, a 6ª Turma avaliou que fazer sexo com menor 14 anos é crime, mesmo que haja consentimento.
Clique aqui para ler a sentença.
0007611-43.2012.8.26.0047.



------------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

“Minha vagina é poderosa”, diz homem trans ativista

Trans
por Marsílea Gombata — publicado 20/08/2015 05h12
Ícone LGBT, Buck Angel vem ao Brasil em novembro para questionar o conceito de gênero

Buck Angel
Buck Angel vem ao Brasil em novembro para conferência internacional

Um garanhão. Uma vagina. Ao contrário do que a cena pode sugerir, o primeiro não cobiçará a segunda, mas a exibirá como troféu. A vagina, afinal, é parte do corpo do garanhão, que resiste há anos a quaisquer tentativas de retirá-la para dar espaço a um pênis. O garanhão, no caso, é o americano Buck Angel, ativista, produtor de filmes adultos, ícone LGBT e uma das maiores vozes de homens trans do mundo.
A coragem que o levou a não abdicar de sua vagina em meio às transformações hormonais pelas quais decidiu passar rendeu a Buck diversos prêmios, como o Feminist Porn Award (2012), e o traz ao Brasil para compartilhar sua experiência com a comunidade trans na 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil, entre os dias 18 e 22 de novembro, dentro do 23oFestival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, quando ele ministra também um workshop.
“Me sinto muito empoderado pelo fato de ter vivido como mulher antes de me tornar homem, e minha vagina me capacita para entender certas coisas mais do que um homem que nasceu com pênis”, explica em entrevista à CartaCapital. 
O processo de aceitação, ele reconhece, é uma trajetória penosa. Buck lembra de ver as transformações da puberdade como uma traição de seu corpo. “Eu começava a bater nos meus seios para tentar impedi-los de crescer”, conta. “Comecei a beber muito, usar drogas, tentei me matar. Ninguém me falou que eu poderia ser um homem. As pessoas achavam que eu era doente e deveria ir para o hospital.” 
Se hoje a comunidade trans ainda sofre para se fazer respeitada, ele alerta, quem tem responsabilidade em reverter esse quadro, assim como o recorde de crimes homofóbicos e contra transexuais no Brasil, é o próprio governo. “Seu governo tem de se envolver e entender o significado de direitos humanos. Somos humanos e temos o direito de viver.”
Buck Angel vem ao Brasil em novembro para conferência internacional
CartaCapital – O que é gênero?
Buck Angel – Essa é uma grande questão e agora, mais do que nunca, difícil de se responder. Acredito que hoje gênero pode ser expresso de muitas maneiras e não apenas nas de homem ou mulher. Algumas pessoas não sentem que são apenas homens, por exemplo, mas homem e mulher. Outras não sentem que aquela terminologia representa a maneira como veem seu corpo. Então, gênero, hoje, para mim, é expresso pelo indivíduo e não por padrões de comunidades. O gênero não pode ser expresso apenas pelas genitais. 
CC – Você, através de sua história e ativismo, criou o grupo dos homens com vagina. Um homem com vagina é diferente de um homem com pênis?
BA – Sim, a principal razão pela qual somos diferentes de homens que nasceram com pênis é termos uma perspectiva diferente do mundo. Muitos de nós crescemos mulher e, após a transição, escolhemos manter nossa vagina. Eu posso dizer por mim: me sinto muito empoderado pelo fato de ter vivido como mulher antes de me tornar homem, e minha vagina me capacita para entender certas coisas mais do que um homem que nasceu com pênis.
Acredito que minha identidade não é apenas minha vagina, e sinto que muitos dos homens com pênis têm sua identidade atrelada a ele, porque é como os homens são criados. Um pênis é muito poderoso para o homem, mas, para mim é a minha vagina que é poderosa. E ela não é toda a minha identidade, mas parte dela.
Buck Angel vem ao Brasil em novembro para conferência internacional
CC – Você costuma dizer que se sente um garanhão com vagina. Como é isso?
BA  O que quero dizer é que me sinto muito poderoso. Acredito que, por nunca ter me sentido como mulher com minha vagina, foi através do meu crescimento como homem que entendi que ela é parte do meu corpo e tenho de aprender a amá-la, pois não vou ter um pênis. Eu tive de aprender a aceitar minha vagina, e isso se tornou um ponto muito específico de transição em minha vida, para que eu pudesse ser dono de mim mesmo. Eu me sinto um garanhão mesmo, me sinto muito poderoso. 
CC – Você sente atração por homens e mulheres? Em uma transa com homem, define como sexo gay? Por outro lado, se transasse com mulher seria uma transa heterossexual? Como isso pode ser definido?
BA – Eu faço sexo com homem e mulher, sou bissexual. Quando eu faço sexo com um homem, sim, é sexo gay. Alguns argumentam que não se trata de sexo gay, pois eu tenho uma vagina e então seria sexo hétero. Isso não é verdade, pois eu sou um homem, só que com uma vagina. Quando estou com uma mulher, estou tendo uma relação heterossexual, ainda que muitos digam que se trata de sexo lésbico.
Eu estou tentando quebrar essas ideias sobre o que significa ser homossexual, homem, mulher. Por que a gente sempre tem de estar dentro de determinadas caixinhas e dizer, por exemplo, “eu sou um homem gay, que gosta de outros homens gays”? Por que não podemos ser apenas seres humanos, que gostam de pessoas? É para isso que estou lutando: para que as pessoas parem de se rotular.
CC – Por que você nunca pensou em implantar um pênis?
BA – Na verdade, eu quis ter um pênis, no início da minha transição, há mais de vinte anos. À época, não havia muita informação com médicos ou na internet, então tive de descobrir como poderia ter um. Para mim foi importante quando percebi que não teria um pênis. Não gostei da forma como seria realizada a cirurgia, não gostei do fato de haver muita chances de eu perder o meu orgasmo e a sensibilidade em meus genitais. Se eu escolhesse ter um pênis não seria algo funcional. Para mim, eu tive de olhar: o que é mais importante? E a resposta é sexo, eu amo sexo. Então eu decidi que não teria um pênis.

Buck Angel vem ao Brasil em novembro para conferência internacional
CC – Como foi o processo de transição de Susan para Buck?

BA – Eu sempre me senti muito muito homem, minha vida sempre foi muito masculina. Aos 15 anos, meus seios começaram a crescer, e isso criou muitos problemas para mim. Comecei a beber muito, usar drogas, tentei me matar. Ninguém me falou que eu poderia ser um homem, não era como é hoje.
As pessoas antes achavam que eu era doente e deveria ir para o hospital, passar por avaliações psiquiátricas, porque elas não me entendiam. Eu era identificado como uma mulher gay, mas não estava feliz com isso. Aos 20 anos, percebi que queria fazer uma mudança de sexo e comecei o processo de mudar o meu corpo e a tomar testosterona. Tive uma terapeuta em Los Angeles que se tornou um instrumento fundamental para eu me encontrar como sou hoje. Por causa dessa mulher eu consegui ver que não era louco.
CC – Em outras ocasiões você lembra ter se sentido traído por seu corpo na puberdade. Qual a imagem que mais o chocou nessa época?
BA – A imagem que mais me chocou foi a dos meus seios. Quando meus seios começaram a crescer eu pegava as minhas mãos fechadas e começava a bater neles para tentar impedi-los de crescer. Minha mãe olhava aquilo e dizia: “O que você está fazendo?”, e eu gritava: “Eu não quero isso, não quero ter esses seios”. E ela: “Mas você é uma garota, tem de tê-los”. Até que comecei a detestar meu corpo demais... Ele fazia eu me sentir uma mulher, e eu nunca havia me sentido assim. É destruidor para os trans se sentirem traídos por seu corpo.
CC – Muitos diziam que você não seria homem até ter um pênis. Mas você mesmo percebeu que isso não o torna um homem. O que é ser homem, afinal?
BA – Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares! Se eu encontrasse a resposta para essa pergunta, eu seria Deus, porque não é possível encontrar uma determinada resposta a ela. Eu poderia dizer por mim, mas o que me faz homem é diferente do que é para os outros. Acho que homem que nasce biologicamente homem tem uma ideia diferente do que é ser homem. Minha ideia do que é ser homem é ser vulnerável, amoroso, amar a mim mesmo e entender que somos humanos. Eu acho que temos de retreinar os homens para que sejam mais respeitosos. Não é só porque você é um homem que é a coisa mais importante desse mundo, e acredito que muitos homens pensem assim.
CC – Como enxerga as tentativas da mídia de tratar o tema da transexualidade, às vezes de maneira preconceituosa, como recentemente aconteceu com você no talk show do Jô Soares
BA – Foi horrível, mas o engraçado é que isso acontece o tempo todo comigo. Porque as pessoas olham para mim e fazem piada. Mas quando estão falando de mim, colocando minha foto para outros verem, sinto que estou educando. Por que não me levam para o programa e discutimos isso para todo o Brasil? Por que fizeram piada de mim? Porque não me entenderam. E é assim que as pessoas reagem àquilo que não entendem: riem daquilo. Quero ir ao programa quando eu estiver no Brasil para discutir com eles e mudar suas opiniões sobre isso. Garanto que pedirão desculpas para mim.
CC – Uma de suas mensagens enquanto ativista é tentar fazer com que as pessoas pensem fora de caixinhas normativas, de hetero, homossexual etc. Como fazer isso se desde o nascer somos bombardeados com atividades, cores e assuntos destinados para meninos, meninas, gays, lésbicas etc?
BA – O que sempre digo às pessoas é: saiam ao mundo de forma autêntica como são e parem de ficar assustadas com o que falam sobre vocês. É a única maneira de a gente começar a mudar e de as pessoas começarem a perceber que não há caixinhas, criaram essas caixas e agora temos de descriá-las. Nós, enquanto trans, temos uma oportunidade agora de fazer uma grande mudança no mundo, mas não se conformando com ideias normativas. Não se trata de ser trans ou não, mas de uma evolução sobre gênero e sexualidade. É a oportunidade de fazer o mundo um lugar melhor.
CC – Que tipo de manifestação você recebe em suas redes sociais e como as monitora?
BA –  Tenho sorte de ter muitos fãs ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Eu não acredito quantos fãs tenho no Brasil, sou como uma estrela aí. No caso do programa do Jô Soares, todo mundo começou a tuitar, a colocar no meu Facebook, e eu comecei a ler. Mas isso acontece comigo o tempo todo. As pessoas mandam citações sobre mim, administro as redes o tempo todo, traduzo quando preciso.

CC – O Brasil é campeão mundial em crimes homofóbicos e também contra transexuais. Você pensa em falar sobre isso quando vier a São Paulo, em novembro, para a 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil?
BA  Quero falar sobre como as pessoas podem se mobilizar para chegar até o governo e mudar isso. Temos de falar sobre o seu país e o ódio contra a comunidade LGBT. Para mim, é louco o Brasil ter a mais alta taxa de assassinato de trans em todo o mundo. Esse tema tem de ser levado de maneira mais séria, e essa é uma das razões que me fazem ir para aí, pois me sinto instado a ajudar essa comunidade.
E sei que minha voz tem algum peso. A comunidade de homens trans apenas agora está ficando conhecida no mundo. Eu tenho amigos no Brasil, mas eles não têm tanto apoio. Acho que nos próximos anos a comunidade de homens trans no Brasil ganhará grande visibilidade. Mas, antes, quem tem o principal papel para mudar isso é o seu governo. Seu governo tem de se envolver e entender o significado de direitos humanos. Somos humanos e temos direito de viver.
Buck Angel vem ao Brasil em novembro para conferência internacional
CC – Essa será a sua primeira vez no Brasil? O que espera daqui? Como produtor e ator de filmes adultos, você planeja filmar algo por aqui?
BA – Sim, terei apenas uma semana aí, mas será muito importante e transformador participar de uma conferência que tende a causar muitas mudanças em seu país. E se eu tiver tempo, vou querer filmar. Encontrei, por exemplo, um homem trans cuja parceira é uma mulher trans, e eles querem fazer um filme para mim. Isso será incrível! E também queria uns garotos brasileiros para meus filmes. Seria demais!







------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Mixed signals from Netherlands and Belgium about euthanasia


There is good news and bad news about euthanasia from the Netherlands and Belgium in JAMA Internal Medicine this week. But which is which depends on which side of the fence you sit.
From the Netherlands comes a report about how a euthanasia clinic which handled people whose regular doctor had rejected their request for euthanasia. The staff of the Levenseindekliniek are clearly more committed to euthanasia than the general run of Dutch doctors. However, they still turned away nearly half of the requests for euthanasia and physician-assisted suicide, mostly because these patients only had psychological suffering or were tired of living.
The clinic has a reputation for aggressively pushing euthanasia. Of the 162 patients it euthanized in 2012, the year of study, 8.2% were suffering from a psychological or psychiatric ailment and 7% were tired of life. It has a growing fleet of mobile vans (about 40 at the moment) which buzz around the countryside assessing patients requests for euthanasia. Nevertheless, it “granted fewer requests for euthanasia and physician-assisted suicide than are granted in the Netherlands on the whole”.
So the report – which was funded by the end-of-life clinic -- paints a picture of moderation and sound judgement on the part of euthanasia doctors.
From Flanders, the Dutch-speaking region of Belgium, comes a different picture. Belgium legalized euthanasia in 2002. Between 2007 and 2013, the prevalence of euthanasia there rose from 1.9% to 4.6% of all deaths. One in every 20 deaths is by euthanasia nowadays. The Flemish authors attempt to explain this enormous change in social mores.
First, they argue that “values of autonomy and self-determination” have become more important for the Flemish. And approval of euthanasia continues to rise, perhaps with the help of very positive reporting in the media. The second reason is that doctors are more willing to perform euthanasia. Like their fellow citizens, they esteem autonomy, but they also are confident that they will not be prosecuted. Euthanasia is treated “as part of the palliative care continuum, as formally expressed in a position statement from the Federation of Palliative Care Flanders”.
American observers were alarmed by this new data. “As the number of overall deaths like this becomes more frequent than 1 in 20, say, I think red flags really need to be raised,” the author of a commentary in same issue, Dr Barron Lerner told Reuters.
“Most of us were trained to never condone speeding death at all,” he added. “To the degree that some physicians are comfortable doing so, they will be in cases in which someone has an intractable physical suffering that will only persist or get worse; it is quite a leap for most of us to also see psychological suffering as a valid reason for speeding death.”



-----------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Progressive US bioethicist warns of euthanasia slippery slope



“Of all the arguments against voluntary euthanasia, the most influential is the ‘slippery slope’: once we allow doctors to kill patients, we will not be able to limit the killing to those who want to die. There is no evidence for this claim.” So wrote Professor Peter Singer in an article in 2009.
Some more recent reports agree. A group in the UK which called itself theCommission on Assisted Dying declared in 2010 that there was no evidence of a slippery slope. Earlier this year the Supreme Court of Canada explicitly rejected the idea of a slippery slope when it legalised assisted suicide.
So it is surprising to find America’s most quoted bioethicist, Art Caplan, warning that euthanasia in Belgium and the Netherlands is a slippery slope to abuse of vulnerable groups. In a comment in JAMA Internal Medicine on reports from the Netherlands and Belgium, he and co-author Barron H. Lerner, ring alarm bells. “Although neither article mentions the term slippery slope, both studies report worrisome findings that seem to validate concerns about where these practices might lead.”
Caplan was a strong supporter of a 2012 referendum in Massachusetts to legalise assisted suicide, and has been consistently "progressive" in his bioethics. However, he is deeply troubled by the data from Europe. “The slippery slope is not always a persuasive argument. However, these data and the other recent reports require that it be taken very seriously,” the article says. 
“… the increasing rates of euthanasia may alternatively represent a type of reflexive, carte blanche acquiescence among physicians to the concept of patient self-determination. Or worse, is it simply easier for physicians to accede to these sad and ailing patients’ wishes than to re-embark on new efforts to relieve or cope with their suffering? As one Dutch ethics professor has said, ‘The risk now is that people no longer search for a way to endure their suffering.’ In other words, are the Netherlands and Belgium turning to physicians to solve with euthanasia what are essentially psychosocial issues? …
“Although the euthanasia practices in the Netherlands and Belgium are unlikely to gain a foothold in the United States, a rapidly aging population demanding this type of service should give us pause. Physicians must primarily remain healers. There are numerous groups that are potentially vulnerable to abuses waiting at the end of the slippery slope—the elderly, the disabled, the poor, minorities, and people with psychiatric impairments. When a society does poorly in the alleviation of suffering, it should be careful not to slide into trouble. Instead, it should fix its real problems.”











------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

Why Dutch doctors are reporting fewer euthanised infants

Why Dutch doctors are reporting fewer euthanised infants

Doctors in the Netherlands are permitted to give infants under 1 year a lethal injection if it has a low life expectancy and is suffering. The precise conditions for this controversial act are contained in the Groningen Protocol. This was drafted in 2004 and approved by the Dutch government. In some circles, this has become notorious, a symbol of the Dutch “culture of death”.
But according to a report in the Journal of Medical Ethics, it turns out that lethal injections are very uncommon and that the protocol is rarely invoked. Between 1997 and 2004, there were 22 such cases, all of them involving spinal bifida. Between 2007 and 2010, however, there was only one case -- for a rare skin condition.
With all the hullabaloo over the Groningen Protocol, why is it so rarely invoked? The study suggests two reasons. First, doctors may be falsifying their reports, or, to put it more charitably, have a different perception of what constitutes deliberately ending life. The study cites two cases of very sick infants. In one the doctor used a barbiturate and withdrew treatment; in the other, the doctor used morphine to induce “terminal sedation” and withdrew treatment. Both were reported as natural deaths.  
The second is that in 2007 the Netherland began offering ultrasound imaging at 20 weeks for pregnant women as a routine prenatal screening procedure . This allowed the mother to abort the child if it suffered from spinal bifida or chromosomal defects. Most women chose abortion for the former and about half for the latter. Those who do not abort the child are unlikely to request a lethal injection after birth. So, the authors observe, “The moment of deciding to end a child's life is shifted to pregnancy.” 



---------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

The Science Behind a More Meaningful Understanding of Sexual Orientation

The Science Behind a More Meaningful Understanding of Sexual Orientation

By: , Posted on: June 24, 2015
chromsomes sex
Sexual orientation is more complicated than X and Y chromosome. Epigenetics has a greater role to play. Shutterstock
People who are attracted to others of the same sex develop their orientation before they are born. This is not a choice. And scientific evidence shows their parents cannot be blamed.
This article is part of a series The Conversation Africa is running on issues related to LGBTI in Africa. You can read the rest of the serieshere, read the original article here or continue reading in full below:
Research proving that there is biological evidence for sexual orientation has been available since the 1980s. The links have been emphasized by new scientific research.
In 2014, researchers confirmed the association between same-sex orientation in men and aspecific chromosomal region. This is similar to findings originally published in the 1990s, which, at that time, gave rise to the idea that a “gay gene” must exist. But this argument has never been substantiated, despite the fact that studies have shown that homosexuality is a heritable trait.
Evidence points towards the existence of a complex interaction between genes and environment, which are responsible for the heritable nature of sexual orientation.
These findings are part of a report released by the Academy of Science South Africa. The report is the outcome of work conducted by a panel put together in 2014 to evaluate all research on the subject of sexual orientation done over the last 50 years.
It did this against the backdrop of a growing number of new laws in Africa which discriminate against people attracted to others of the same sex. The work was conducted in conjunction with the Ugandan Academy of Science.
Existing research
The academy looked at several scientific studies with different focus areas that have all provided converging findings. These include family and twin studies. The studies have shown that homosexuality has both a heritable and an environmental component.
Family studies have shown that homosexual men have more older brothers than heterosexual men. Homosexual men are also more likely to have brothers that are also homosexual. Similarly, family studies show that lesbian women have more lesbian sisters than heterosexual women.
Studies on identical twins are important as identical twins inherit the same genes. This can shed light on a possible genetic cause. Studies on twins have established that homosexuality is more common in identical (monozygotic) twins than in non-identical (dizygotic) twins. This proves that homosexuality can be inherited.
However, the extent of the inheritance between twins was lower than expected. These findings contribute to the notion that although homosexuality can be inherited, this does not occur according to the rules of classical genetics. Rather, it occurs through another mechanism, known asepigenetics.
Epigenetics likely to be an important factor
Epigenetics relates to the influence of environmental factors on genes, either in the uterus or after birth. The field of epigenetics was developed after new methods were found that identify the molecular mechanisms (epi-marks) that mediate the effect of the environment on gene expression.
Epi-marks are usually erased from generation to generation. But under certain circumstances, they may be passed on to the next generation.
Normally all females have two X-chromosomes, one of which is inactive or “switched off” in a random manner. Researchers have observed that in some mothers who have homosexual sons there is an extreme “skewing” of inactivation of these X-chromosomes. The process is no longer random and the same X-chromosome is inactivated in these mothers.
This suggests that a region on the X-chromosome may be implicated in determining sexual orientation. The epigenetics hypothesis suggests that one develops a predisposition to homosexuality by inheriting these epi-marks across generations.
External environmental factors such as medicinal drugs, chemicals, toxic compounds, pesticides and substances such as plasticisers can also have an impact on DNA by creating epi-marks.
These environmental factors can also interfere with a pregnant woman’s hormonal system. This affects the levels of sex hormones in the developing foetus and may influence the activity of these hormones.
Future studies will determine whether these factors may have a direct impact on areas of the developing brain associated with the establishment of sexual orientation.
Looking to evolution
From an evolutionary perspective, same-sex relationships are said to constitute a “Darwinian paradox” because they do not contribute to human reproduction. This argument posits that because same-sex relationships do not contribute to the continuation of the species, they would be selected against.
If this suggestion were correct same-sex orientations would decrease and disappear with time. Yet non-heterosexual orientations are consistently maintained in most human populations and in the animal kingdom over time.
There also appear to be compensating factors in what is known as the “balancing selection hypothesis”, which accounts for reproduction and survival of the species. In this context, it has been demonstrated that the female relatives of homosexual men have more children on average than women who do not have homosexual relatives.
Future studies
The academy found that a multitude of scientific studies have shown sexual orientation is biologically determined. There is not a single gene or environmental factor that is responsible for this – but rather a set of complex interactions between the two that determines one’s sexual orientation.
However, more evidence is leading investigators to a specific region on the X-chromosome, and possibly a region on another chromosome.
The identification of these chromosomal regions does not imply that homosexuality is a disorder – nor does it imply that there are mutations in the genes in these regions, which still remain to be identified. Rather, for the first time, it suggests that there is a specific region on a chromosome that determines sexual orientation.
Although research has not yet found what the precise mechanisms are that determine sexual orientation – which may be heterosexual, homosexual, bisexual or asexual – the answers are likely to come to the fore through continued research. These findings will be important for the field of genetics and, more importantly, for those attracted to others of the same sex and society as a whole.
This article draws from the ASSAf report.
-----------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Fertility clinics destroy embryos all the time. Why aren’t conservatives after them?


Fertility clinics destroy embryos all the time. Why aren’t conservatives after them?


  
Margo Kaplan is an associate professor at Rutgers Law School.
Last month, my husband and I signed forms donating an embryo we had conceived to medical research. Meanwhile, conservative Republicans arevowing to defund Planned Parenthood for allowing women who have abortions to make the same choice.
My husband and I used in vitro fertilization to conceive both our children. The process involved extracting my eggs, fertilizing them in a lab and implanting a healthy embryo inside me. Many patients — like my husband and me — produce more embryos (also called “pre-embryos” before they are implanted) than they can use. So clinics cryogenically freeze them until patients choose to use them in another IVF cycle, dispose of them, donate them to scientific research (which results in their destruction) or offer them to an infertile couple. After two years and careful thought, we chose to donate ours to research. We hope our choice will help doctors find cures for debilitating and fatal illnesses such as Huntington’s disease and ALS.
Like our fertility clinic, Planned Parenthood allows women to donate to medical research tissue from an embryo or fetus they will not carry to term. Like our clinic, Planned Parenthood receives no profit for this, only reimbursement for its costs (indeed, the full, unedited version of the videothat sparked recent Republican outrage provides evidence that Planned Parenthood does not profit from giving women this choice).
Yet there are striking differences between my experience and that of a woman seeking an abortion. In Pennsylvania (where my fertility clinic is located), a woman seeking an abortion must receive state-directed counseling designed to discourage her from the procedure. She must then wait at least 24 hours until she can continue. In other states, women are forced to undergounnecessary and invasive ultrasounds, watch or listen to a description of the ultrasound, and hear a lecture on how the embryo or fetus is a human life. Clinics in some states must provide them with medically inaccurate information on the risks of abortion. After all that, women often cannot have an abortion without waiting an additional one to three days, depending on the state.
In contrast, all my husband and I had to do was sign a form. Our competence to choose the outcome of our embryo was never questioned. There were no mandatory lectures on gestation, no requirement that I be explicitly told that personhood begins at conception or that I view a picture of a day-five embryo. There was no compulsory waiting period for me to reconsider my decision. In fact, no state imposes these restrictions — so common for abortion patients — on patients with frozen embryos. With rare exceptions, the government doesn’t interfere with an IVF patient’s choices except to resolve disagreements between couples.
The disparity between how the law treats abortion patients and IVF patients reveals an ugly truth about abortion restrictions: that they are often less about protecting life than about controlling women’s bodies. Both IVF and abortion involve the destruction of fertilized eggs that could potentially develop into people. But only abortion concerns women who have had sex that they don’t want to lead to childbirth. Abortion restrictions use unwanted pregnancy as a punishment for “irresponsible sex” and remind women of the consequences of being unchaste: If you didn’t want to endure a mandatory vaginal ultrasound , you shouldn’t have had sex in the first place .
If anti-choice lawmakers cared as much about protecting life as they did about women having sex, they could promote laws that prevent unwanted pregnancy. Yet the same conservatives who restrict abortion also oppose insurance coverage for contraception and comprehensive sexuality education. They view contraception, like abortion, as a “license” to have non-procreative sex. Women, GOP presidential candidate Mike Huckabee assures us, don’t need contraception — they just need to “control their libido.”
IVF patients make less-attractive targets because we don’t challenge the expectation that women want to be mothers. Abortion, on the other hand, thwarts conservative ideals about a woman’s proper role as a wife and mother. This may be why, counterintuitively, I have greater freedom to decide what to do with an embryo in a petri dish than a pregnancy in my own body.
This disparity also reveals a great deal about whose bodies our laws restrict. Unlike IVF patients, who are primarily wealthy and white, women who have abortions are disproportionately poor and women of color, groups it has always been popular to condemn and regulate. These women also bear the brunt of abortion restrictions far more than wealthy whites; for example, low-income women and women of color are more likely to use Medicaid for health expenses, and federal law prohibits that program from covering abortion. Mandatory wait periods increase their travel expenses and time away from jobs that often don’t give sick or personal days. It’s more than just patronizing for states to require women to take mandatory “think it over” time — it’s downright cruel to low-income women who must take more unpaid time off and, if the clinic isn’t close to home, either either find accommodations nearby or make the trip twice. Women must save money to pay for the procedure; the longer it takes to save, the more the pregnancy progresses, the more expensive the procedure becomes and the farther they must travel to find a clinic.
The law’s conflicting treatment of the two procedures is no coincidence: Anti-choice organizations have avoided targeting IVF even as they’ve sought radical restrictions on abortion access. Conservatives focus on legislation thatfacilitates embryo donation to other couples, rather than laws that limit the choices of IVF patients; they even take pains to deemphasize the impact of proposed “personhood amendments” on IVF. This distinction cannot be based on principle — if life begins at conception, then anti-choice groups have every reason to put the estimated 400,000 to 1 million frozen embryos in the United States at the forefront of their efforts. And while there are far more abortions every year than embryos destroyed, that’s an unlikely explanation for their focus: National Right to Life’s Web site also lists assisted suicide as a primary issue, and there have been fewer than 2,000 cases of legal assisted suicide in recent U.S. history.
It’s possible that anti-choice organizations are simply going after the more politically vulnerable group. If so, we need to take a hard look at why women who have abortions are so much easier to regulate than IVF patients. It’s telling that women who have unplanned pregnancies through sexual activity and who are disproportionately poor and minority are so much more open to attack.
Given all this, Republicans’ most recent efforts to cut off federal funding for Planned Parenthood should be no surprise. Conservatives are clearly not concerned about the process of tissue donation; they are targeting Planned Parenthood alone and ignoring the hundreds of fertility clinics that legally destroy and donate embryos that women do not want or are unable to carry to term. Cutting Planned Parenthood’s funding would have no effect on abortion, which isn’t funded by federal grants. It’s Planned Parenthood’smany other services, such as pap smears, STD testing and contraception, that would lose federal money if the GOP succeeded. Republican promises to “use any and every procedural means” to cut funding to Planned Parenthood amount to nothing more than conservative chest-thumping to prove who hates the organization the most. Too bad it’s the most vulnerable women who stand to be hurt by it.










------------------------------------------------------------------------------------------
CEBID - Centro de Estudos em Biodireito