MEIO AMBIENTE
06/11/2016 | domtotal.com
Veja os indicadores mais alarmantes sobre o clima
Entre as 8.688 espécies em risco ou quase ameaçadas, 19% (1.688) são diretamente afetadas pelo aquecimento global.
Fumaça sai da chaminé de uma fábrica, em Pietarsaari, Finlândia. (AFP/Arquivos)
Altas de temperatura e concentração de CO2, elevação do nível dos oceanos, degelos polares: os indicadores das mudanças climáticas são mais alarmantes do que nunca às vésperas da COP22, que começa na próxima segunda-feira (7), em Marrakesh.
+ 2,8°C
O planeta pode bater este ano um terceiro recorde anual consecutivo de calor desde que se começou a registrar as temperaturas, em 1880.
Nos nove primeiros meses de 2016, a temperatura ficou 0,98°C acima da média do século XX (13,88°C), ultrapassando em 0,12°C o recorde anterior, do mesmo período de 2015.
Sobre o conjunto do ano 2015, o aumento médio da temperatura planetária chegou a 1ºC em relação aos níveis pré-industriais, referente utilizado nas negociações internacionais sobre o clima.
No Ártico, a temperatura na superfície terrestre atingiu em 2015 os níveis recordistas de 2007 e 2011, com um aumento de 2,8°C em relação ao início do século XX, quando se realizaram os primeiros levantamentos.
400 partes por milhão
As concentrações dos três principais gases do efeito estufa - dióxido de carbono, metano e óxido de nitrogênio - atingiram novos recordes em 2015.
Pela primeira vez, a concentração de CO2, o principal gás do efeito estufa, ultrapassou durante o ano inteiro 400 ppm (partes por milhão) em escala global. A tendência vai continuar.
Para ter mais chances de limitar o aumento da temperatura a 2ºC, e dessa forma tentar evitar as consequências mais graves do aquecimento, a concentração média de gases do efeito estufa não deve ultrapassar 450 ppm CO2eq (equivalente em CO2 de partes por milhão) em 2100.
4,4 milhões de km²
No mundo todo, o retrocesso das geleiras de montanhas continuou em 2015, pelo 36º ano consecutivo.
A Groenlândia perdeu trilhões de toneladas de gelo entre 2003 e 2013.
A menor extensão de gelos árticos no verão chegou a 4,4 milhões de km2 em 16 de setembro, logo atrás do nível recorde de 2012 (3,39 milhões de km2). O Oceano Ártico poderia ficar sem gelos durante o verão até 2030.
+3,3 mm por ano
O nível dos oceanos continuou subindo em 2015, com 70 milímetros a mais do que a média registrada em 1993.
O nível sobe gradualmente no planeta, cerca de 3,3 mm por ano. A elevação é mais rápida em alguns pontos do Pacífico e do Oceano Índico.
Há o risco de que este fenômeno se acelere nas próximas décadas, à medida que as geleiras vão derretendo, ameaçando a vida de milhões de habitantes nas costas.
Se as emissões de gases do efeito estufa continuam aumentando no ritmo atual, o retrocesso dos gelos antárticos poderia fazer o nível dos oceanos subir um metro até 2100, dobrando as estimativas anteriores.
Extremos climáticos
Segundo alguns climatologistas, a quantidade de fenômenos climáticos extremos vinculados ao aquecimento (secas, incêndios florestais, inundações, furacões) dobrou desde 1990.
A desregulação climática aumentará ainda mais a força dos tufões na China, Taiwan, Japão e as duas Coreias, segundo um estudo recente, que afirma que nos últimos 37 anos os tufões que atingiram o leste e o sudeste asiáticos ganharam entre 12% e 15% em intensidade.
1.688 espécies afetadas
Entre as 8.688 espécies em risco ou quase ameaçadas, 19% (1.688) são diretamente afetadas pelo aquecimento global, devido às temperaturas e aos fenômenos climáticos extremos.
A Grande Barreira de Coral sofreu nos últimos meses o pior episódio de branqueamento já registrado, devido às mudanças climáticas.
Um aquecimento acima de 1,5ºC, a ambiciosa meta mencionada no acordo de Paris junto à de 2ºC, seria capaz de alterar os ecossistemas da região mediterrânea de uma maneira sem precedentes nos últimos 10.000 anos.
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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito
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