Cientistas buscam fazer pele e ossos com células-tronco e impressora 3D
Técnica também envolve substância sintética parecida com colágeno.
Testes clínicos de pele artificial devem começar em três anos.
Cientistas japoneses dizem que estão a caminho de encontrar uma forma de criar pele, ossos e articulações usando uma impressora 3D. Vários grupos de pesquisadores ao redor do mundo têm desenvolvido pequenas massas de tecido para implantes. Mas agora os japoneses estão procurando dar o próximo passo e fazê-las totalmente funcionais.
Tsuyoshi Takato, professor da Universidade de Tóquio, diz que sua equipe tem trabalhado para criar "uma bio-impressoa 3D de última geração", que poderia reunir finas camadas de biomateral para formar partes do corpo sob medida.
Sua equipe combina células-tronco, capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo, e proteínas que estimulam o crescimento, assim como substâncias sintéticas similares ao colágeno humano.
Usando uma impressora 3D, eles estão trabalhando em "mimetizar a estrutura de órgãos", como a superfície dura e o interior esponjoso dos ossos, diz Takato.
Em apenas algumas horas, a impressora seria capaz de criar um implante usando dados de uma tomografia computadorizada. Esses implantes se encaixariam perfeitamente no corpo e poderiam rapidamente ser assimilados pelos tecidos e outros órgãos do paciente, disse o cirurgião plástico.
"Geralmente pegamos cartilagem ou osso do próprio corpo do paciente (para implantes normais), mas esses implantes feitos sob medida significarão não ter que remover essa fonte de material", disse Takato.
A tecnologia também fornece esperança para crianças que nascem com problemas de cartilagem ou ossos. Para elas, implantes sintéticos não são adequados por causa do crescimento rápido de seu corpo.
Desafio: calor danifica células
O principal desafio é o calor gerado por impressoras 3D convencionais, que danifica células vivas e proteínas.
"Não descobrimos totalmente como evitar a deterioração pelo calor, mas já temos alguns modelos e estamos explorando qual deles oferece o método mais eficiente", disse à AFP o pesquisador.
A proteína artificial que Takato e sua equipe usam foi desenvolvida pela Fujifilm, que tem estudado o colágeno usado em filmes fotográficos.
Já que o material é modelado pelo colágeno humano e não deriva de animais, pode ser facilmente assimilado pelo corpo humano, reduzindo o risco de infecções. Takato disse que a equipe pretende começar testes clínicos para a pele impressa em 3D e, três anos depois, proceder aos ossos, cartilagens e articulações.
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CEBID - Centro de Estudos em Biodireito
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