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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Diretor de hospital público polonês é demitido por se negar a fazer aborto

France Presse
10/07/2014 08h51 - Atualizado em 10/07/2014 08h51

Diretor de hospital público polonês é demitido por se negar a fazer aborto

Procedimento foi solicitado por uma malformação fetal.
Diretor alegou que o aborto é contrário a suas convicções religiosas.

Da France Presse
A cidade de Varsóvia decidiu demitir o diretor de um hospital público que se opôs a praticar um aborto em sua instituição, solicitado por uma malformação fetal, declarou nesta quinta-feira (10) à AFP o porta-voz do governo municipal, Bartosz Milczarczyk.
"Um médico pode rejeitar um aborto invocando a cláusula de consciência, mas um hospital como estabelecimento público não pode fazer isso", disse.
O diretor do centro, Bodgan Chazan, alegou que o aborto é contrário a suas convicções religiosas.
Na Polônia, um país católico, a interrupção da gravidez só é permitida em caso de estupro, incesto, risco para a vida da mãe ou malformação irreversível do feto, até as doze semanas de gestação.
O bebê nasceu no dia 30 de junho em outro hospital público, mas faleceu na quarta-feira, informou a imprensa polonesa.
O caso mobilizou as organizações "pró-vida", mas também os defensores do direito ao aborto.




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Novo exame de sangue 'pode prever Alzheimer'


08/07/2014 07h37 - Atualizado em 08/07/2014 07h39

Novo exame de sangue 'pode prever Alzheimer'

Teste britânico que avalia proteínas no sangue pode indicar com um ano de antecedência chances de pacientes manifestarem doença.

Da BBC
Sintomas do Alzheimer aparecem apenas 10 anos após surgimento da doença (Foto: BBC)Sintomas do Alzheimer aparecem apenas 10 anos após surgimento da doença (Foto: BBC)
Cientistas britânicos acreditam ter dado um passo importante nas pesquisas sobre o Alzheimer ao criarem um novo exame de sangue que pode prever as chances de uma pessoa desenvolver a doença.
O estudo realizado com mais de mil pessoas identificou um conjunto de proteínas no sangue que pode antever o surgimento da demência com 87% de precisão.
Os resultados do trabalho, publicado na revista científica Alzheimer's & Dementia, serão usados para aprimorar os testes com novos medicamentos para a doença, que afeta 44 milhões de pessoas em todo o mundo.
O Alzheimer é uma doença degenerativa cujo primeiro sintoma é a perda da memória. Com o avançar do problema, pacientes também podem manifestar comportamento agressivo, irritabilidade, confusão mental, entre outros.
Os especialistas alertam que ainda não há previsão para que o exame esteja disponível em clínicas ou hospitais da Grã-Bretanha.
As pesquisas sobre tratamentos para o Alzheimer têm sido marcadas por fracassos. Entre 2002 e 2012, 99,6% dos experimentos feitos com objetivo de prevenir ou reverter a doença não levaram a nada.
Os médicos acreditam que as tentativas mal sucedidas se devem ao fato de que os pacientes começam a ser tratados tarde demais, já que os primeiros sintomas só aparecem uma década depois do início da doença.
Por isso, o maior objetivo das pesquisas atuais deste campo é identificar a demência em seu estágio inicial.
Exame de sangue
Os pesquisadores investigaram diferenças no sangue de 452 pessoas saudáveis, 220 com danos cognitivos moderados e 476 com Alzheimer.

Eles puderam confirmar com 87% de precisão quantos pacientes com danos cerebrais moderados desenvolveriam Alzheimer no ano seguinte.
"Nós queremos poder identificar o quanto antes as pessoas que vão precisar de fazer exames mais aprofundados num futuro próximo," disse líder da pesquisa, Simon Lovestone, da Universidade de of Oxford.
"Como não há tratamento, muitas pessoas podem questionar o valor de um exame de sangue. Mas as pessoas vêm ao consultório saber o que está acontecendo com elas e atualmente eu não posso dizer", aifrmou Lovestone.
Ian Pike, médico da Proteome Sciences, companhia que faz pesquisas na área farmacêutica, considera que o exame de sangue é "um grande passo" nas pesquisas sobre a demência.
"Ainda vai levar tempo e mais testes com pacientes para termos certeza de que esses exames podem ser usados rotineiramente. Mas este processo pode ser iniciado agora", afirmou.
É improvável que o teste possa ser feito isoladamente no caso de estar disponível em clínicas no futuro. Um resultado positivo teria de ser corroborado com tomografias cerebrais e testes de fluidos da coluna vertebral.
No início do ano, pesquisadores americanos anunciaram um exame de sangue capaz de prever o aparecimento de Alzheimer em pessoas saudáveis com até três anos de antecedência.

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Bispo católico das Filipinas aprova uso médico da maconha no país

03/07/2014 10h44 - Atualizado em 03/07/2014 10h44

Bispo católico das Filipinas aprova uso médico da maconha no país

Sócrates Villegas, da Conferência Episcopal, publicou post no Facebook.
País asiático debate legalização do uso terapêutico da cannabis.

Da EFE
A Igreja Católica das Filipinas respaldou publicamente o uso médico da maconha em um momento no qual os legisladores do país debatem a aprovação de uma lei que legalizaria o uso da droga para determinados doentes.
"Os princípios católicos sobre tratamentos médicos consideram, de fato, moralmente aceitável o uso da maconha para pacientes com câncer que sofram dores intensas", indicou o presidente da Conferência Episcopal Católica das Filipinas, o arcebispo Sócrates Villegas, em comunicado.
As declarações da Igreja Católica das Filipinas, que exerce uma grande influência sobre a política e o povo do país, supõem um importante respaldo à iniciativa do parlamentar Rodolfo Albano III, que no mês passado de maio apresentou o projeto de lei "Uso Compassivo da Cannabis Médica".
Esta medida, que ainda está sendo estudada, propõe a legalização e regulação do uso médico da cannabis, que comprovou ser beneficente e terapêutica para tratar doenças crônicas ou degenerativas. Embora a lei legalizaria o uso da maconha para determinados tratamentos, o consumo ou posse da droga por qualquer outro motivo seguiria sendo ilegal.
Conflito de opiniões
Post publicado pelo arcebispo Socrate Villegas, das Filipinas, sobre o uso da maconha medicinal (Foto: Reprodução/Facebook)Post publicado pelo arcebispo Socrate Villegas, das Filipinas, sobre o uso da maconha medicinal (Foto: Reprodução/Facebook)
O projeto de lei está começando a ganhar adeptos entre os legisladores do país, e segundo disse Albano na emissora local "ANC", tem o apoio do ministro da Saúde, Enrique Ona. O arcebispo Villegas, que aprova o uso médico da cannabis, pediu aos legisladores e oficiais do governo que assegurem a proteção do público sobre qualquer prejuízo que pode resultar de transformar a maconha em uma droga facilmente acessível.
"Nos preocupa a introdução de substâncias perigosas e aditivas, e que estejam legalmente disponíveis para gente com tendência a dependências. Os efeitos só podem ser daninhos, especialmente para os jovens e crianças", explicou o arcebispo.
Antecipando-se a estes temores, o projeto de lei prevê a formação dentro do Ministério da Saúde de uma "Autoridade Reguladora da Cannabis" para controlar o uso da maconha como substância médica.
A agência repartiria carteiras de identidade aos pacientes autorizados a receber maconha para seu tratamento e desenvolveria Centros de Apoio da Cannabis Médica e Centros de Controle de Segurança da Cannabis Médica, que teriam que estar situados a mais de 300 metros de colégios ou universidades.
No entanto, alguns legisladores se opõem frontalmente ao projeto de lei apresentado por Albano, e afirmam que se for aprovado, desembocaria em um desastre nacional. "A proposta de legalizar a maconha é enganosa, e está camuflada sob o termo 'maconha médica''', assinalou o parlamentar Vicente Sotto à imprensa. "Não se pode declarar legal uma bomba nuclear simplesmente porque um pequeno componente da bomba pode te servir para iluminar sua casa", expôs.
Embora Sotto admita que a legalização da cannabis médica ajudaria alguns doentes, aponta que os maiores beneficiados da lei seriam os traficantes de drogas. "A maconha é um grande negócio para os traficantes de drogas, e se a legalizarmos, se transformará em um negócio até maior", assegura o legislador filipino.
Segundo o Conselho de Drogas Perigosas das Filipinas, a cannabis foi nos últimos anos a segunda substância ilegal mais consumida no país, depois do shabú (como se conhece nas Filipinas a metanfetamina), e atualmente seu consumo ou posse pode receber uma pena máxima de prisão perpétua.
A Conferência Episcopal Católica das Filipinas tem uma grande influência política no país devido à extrema religiosidade do povo e dos legisladores filipinos. Durante anos, a igreja conseguiu bloquear a aprovação de grandes medidas como a Lei de Saúde Reprodutiva que, entre outras questões, garante o acesso universal a métodos anticoncepcionais nas Filipinas, um dos países com mais habitantes do mundo.

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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Escocesa receberá transplante duplo de mãos


BBC
26/06/2014 18h15 - Atualizado em 26/06/2014 18h15

Escocesa receberá transplante duplo de mãos

Corinne Hutton perdeu mãos e pés após grave infecção; ela aguarda doador para realização de cirurgia dupla inédita na Grã-Bretanha.



BBC
Corinne Hutton perdeu mãos e pés após grave infecção (Foto: BBC)Corinne Hutton perdeu mãos e pés após grave infecção (Foto: BBC)
Uma escocesa será a primeira pessoa na Grã-Bretanha a receber um transplante duplo de mão.
Em 2013, Corinne Hutton sofreu uma infecção por Streptococcus que causou septicemia e gangrena nas mãos e pés, que tiveram que ser amputados.
Mas, agora, ela aguarda o aparecimento de um doador para se transformar na primeira pessoa do país a ter duas mãos implantadas.
Simon Kay, do Hospital Geral de Leeds, já fez uma cirurgia como esta em outro paciente, Mark Cahill. Mas, apenas uma das mãos tinha sido transplantada naquela ocasião.
"(...) Esta operação é muito mais complexa. No caso de Mark tivermos que substituir três nervos, mas no caso de Corinne serão dez e mais todos os tendões que precisam de reparos individualmente. Então, de um ponto de vista técnico, é muito mais complicado, mas o conceito é o mesmo", disse.
Na época em que as mãos e pés foram amputados, os médicos conseguiram preservar os pulsos de Corinne.
"Pensei que, com o transplante, eles cortariam meus pulsos e, se (a operação) não funcionasse, eu ficaria muito pior. Mas, eles me disseram que as mãos dos doador serão implantadas nos meus pulsos e, por isso, se fracassar, não ficarei pior", disse a paciente.
"Acho que ela vai ter uma boa função (das mãos) rapidamente e, em parte, isto se deve à equipe (médica) em Glasgow que removeu as mãos de Corinne de uma forma que facilitaria um transplante depois", afirmou o médico Simon Kay.
Corinne já passou por avaliações psicológicas e também exames dos tecidos das mãos, antes da operação - que os médicos querem realizar ainda este ano, assim que a equipe tiver encontrado um doador compatível.
As novas mãos de Corinne serão diferentes e os médicos querem ter certeza de que a paciente está preparada para ver as mãos de um estranho em seus braços.
"Me disseram que é psicologicamente difícil. Gosto de pensar que ficarei agradecida a quem quer que tenha me dado as mãos", disse.
Os médicos esperam que a paciente tenha alguma sensação nas novas mãos o mais rápido possível, mas serão necessários entre 14 e 16 meses para que os membros transplantados fiquem totalmente estabilizados.
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Cientistas conseguem retardar avanço da ELA com células-tronco


27/06/2014 11h27 - Atualizado em 27/06/2014 11h28

Cientistas conseguem retardar avanço da ELA com células-tronco

Células iPS foram usadas para conter a esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Experimento japonês aumentou em 8% o tempo de vida de camundongos.

Da France Presse
Arte esclerose (ELA) (Foto: g1)
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Kioto (oeste do Japão) conseguiu desacelerar em ratos o avanço da esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, graças ao uso de células humanas reprogramadas em células-tronco pluripotentes induzidas (iPS).
Os pesquisadores japoneses, dirigidos por Haruhisa Inoue, conseguiram ampliar em 8% a duração da vida dos ratos acometidos pela ELA através do transplante de células progenitoras neurais ricas em proteínas gliais. Esta substância, derivada das células humanas pluripotentes induzidas, permite garantir a nutrição e a manutenção dos neurônios.
A ELA, também chamada de doença de Charcot, produz uma morte progressiva dos neurônios motores, encarregados de dirigir os músculos, o que provoca uma atrofia muscular e a invalidez de maneira mais ou menos progressiva.
Degeneração atenuada
O prognóstico, imprevisível, desta doença varia de pessoa para pessoa. Algumas morrem rapidamente pela paralisia dos músculos respiratórios, embora outras possam permanecer no mesmo estado por anos.

Assim, o transplante das iPS permite atenuar a degeneração dos neurônios motores, responsáveis pela degradação do estado físico do paciente, que sofre uma paralisia muscular progressiva.
"Nossos trabalhos mostram a potencial eficácia da terapia celular regenerativa para a ELA através do uso de células iPS", embora ainda se esteja longe de encontrar um eventual remédio para esta doença degenerativa, declararam os pesquisadores.
Os trabalhos sobre as células iPS, iniciados pelo japonês prêmio Nobel de Medicina Shinya Yamanaka, são uma prioridade no Japão, onde o governo concede um financiamento importante para sua pesquisa.
A revista americana Stem Cell Reports publicou na quinta-feira (26) os resultados das pesquisas da equipe de Inoue em seu site. Acesse.


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quarta-feira, 2 de julho de 2014

Mulheres são esterilizadas sem consentir em prisões nos EUA

22 de junho de 2014 • 11h56

Foram registrados 144 casos de mulheres que passaram pelo procedimento na Califórnia; em 39 casos a paciente não assumiu permitir a cirurgia




Mulheres foram esterilizadas por meio de "laqueadura tubária bilateral"
Foto: Reuters

Um relatório denuncia que dezenas de mulheres passaram por cirurgias de esterilização em
prisões da Califórnia nos últimos anos. A cirurgia, que acontece sem o consentimento da
vítima, foi aplicada em pelo menos 39 mulheres entre os anos de 2005 e 2011. As informações
 são do BuzzFeed.
De acordo com o material publicado sobre o assunto, as mulheres foram esterilizadas por meio
 de "laqueadura tubária bilateral", um procedimento que bloqueia as tubas uterinas para impedir
 que a mulher tenha filhos. 
Segundo a lei da Califórnia, esse procedimento é legal, se consentido pela mulher. Foram
 registrados 144 casos de prisioneiras que passaram pelo procedimento, mas em 39 deles
 não houve a assinatura do termo de consentimento.
Ainda de acordo com a publicação, em todos os demais casos, o termo de consentimento foi a
ssinado pela mulher, mas não houve a presença de uma testemunha, como é solicitado pela
 lei americana. Os casos estão sendo investigados e os médicos serão punidos.



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EUA aprovam regra que facilita busca de crianças por doadores de pulmão

24/06/2014 06h00 - Atualizado em 24/06/2014 06h00

EUA aprovam regra que facilita busca de crianças por doadores de pulmão

Caso de garota de 11 anos com fibrose cística levantou discussão no país.
Sarah entrou na lista de transplantes para adultos por decisão da Justiça.

Da AP
 Sarah Murnaghan fala com a imprensa junto com seus pais, Francis e Janet Murnaghan, nesta segunda-feira (23), em frente à casa da família, em Newtown Square (Foto: AP Photo/Matt Rourke)Sarah Murnaghan fala com a imprensa junto com seus pais, Francis e Janet Murnaghan, nesta segunda-feira (23), em frente à casa da família, em Newtown Square (Foto: AP Photo/Matt Rourke)
Um conselho nacional de transplantes nos Estados Unidos adotou permanentemente uma regra que dá a crianças doentes uma chance maior de encontrar doadores de pulmão compatíveis.
A votação, nesta segunda-feira (23), ocorreu um ano depois que a busca de uma garota da Pensilvânia por novos pulmões acendeu um debate nacional sobre as recras de transplante nos Estados Unidos. A partir de agora, a Rede de Procura de Órgãos e Transplantes passará a considerar com mais frequência a possibilidade de destinar pulmões de adultos para crianças.
No ano passado, um juiz federal ordenou que a Rede acrescentasse a garota Sarah Murnaghan, de 11 anos, à lista dos pacientes adultos, enquanto ela enfrentava um caso avançado de fibrose cística. Depois de dois transplantes - um deles falhou - Sarah está agora respirando por conta própria pela primeira vez em três anos.
Em uma declaração, sua família afirmou que o processo judicial foi "absolutamente o último recurso" depois que todos os apelos tinham falhado. "Acreditávamos que tornar os doadores de pulmão com mais de 12 anos disponíveis para crianças com menos de 12 anos - caso fossem bons candidatos para receber os órgãos - era a coisa certa a se fazer. Agradecemos muito pelo fato de a comunidade médica agora concordar com isso", disse a família.
Apenas 20 crianças por ano, nos Estados Unidos, são afetadas pela necessidade de um transplante de pulmão, o que torna difícil avaliar as consequências da mudança, segundo a Rede de Procura de Órgãos e Transplantes.
"Qualquer política de alocação deve pesar as necessidades específicas e as circunstâncias dos candidatos ao transplante, com o benefício que um transplante posssa trazer a eles", disse o médico Stuart Sweet, secretário da Rede. "É difícil pesar essa decisão para candidatos a transplante muito jovens, em particular", disse Sweet. "A progressão de sua doença no pulmão pode ser consideravelmente diferente em comparação a outros pacientes, até mesmo aqueles apenas alguns anos mais velhos." 
O transplante de pulmão não é uma cura para a fibrose cística, mas pode ajudar a ganhar tempo. A expectativa de vida típica para pacientes com fibrose cística é de 37 anos e continua a aumentar com os avanços da medicina.
O caso de Sarah levantou questões entre especialistas em saúde e em ética sobre como as regras de doação de órgãos são criadas e sob quais circunstâncias elas podem ser desconsideradas.
Sarah Murnaghan no hospital na Filadélfia. Na foto de baixo, a menina aparece com sua irmã adotiva, Ella (Foto: AP)Fotos de arquivo mostram Sarah Murnaghan no hospital na Filadélfia no ano passado; na foto de baixo, a menina aparece com sua irmã adotiva, Ella (Foto: AP)









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Transgênero no banheiro feminino

Transgênero no banheiro feminino



Trabalhista   |   Publicação em 01.07.14

Folha de S. Paulo

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Ela alegou que, para vestir o uniforme no banheiro da empresa, além de outros problemas, ficava "constrangida por ter de despir-se no mesmo ambiente usado por um homossexual". A empresa em sua defesa afirmou que estava cumprindo as normas e que a reclamante é que estaria cometendo crime de discriminação contra o colega.
A transexual nasceu com corpo masculino e identidade feminina, síndrome chamada de disforia de gênero. No Brasil, o SUS faz desde 2008 a cirurgia de redesignação sexual em quatro capitais - Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás -, mas não em Mato Grosso, onde ela mora.
Em depoimento durante a audiência, a reclamante - que se sentia ofendida - reafirmou que "uma pessoa do sexo masculino, com nome feminino, utilizava o vestiário das mulheres".
Uma testemunha confirmou que, "embora a pessoa em questão possuísse órgão sexual masculino, se apresenta como mulher, tendo seios e usando cabelos compridos". Já o representante da empresa afirmou que "o empregado sobre o qual há a celeuma é um transexual”.
Na sentença, a juíza Claudia Servilha ressaltou que a norma do Ministério do Trabalho prevê a separação de vestiários apenas por sexo. Desta forma, para decidir o caso, ela levou em consideração os princípios gerais do Direito, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e especificamente nas resoluções da ONU e da Organização dos Estado Americanos sobre orientação sexual e identidade de gênero.
E afirmou que "a orientação sexual e a identidade de gênero são essenciais para a dignidade humana de cada pessoa e não devem ser motivo de discriminação ou abuso”.
A magistrada entendeu que não seria razoável “que um trabalhador transgênero, com sentimentos e aparência femininos, fosse compelido a utilizar vestiário masculino”.
Ela entendeu também que "obrigá-lo a utilizar um vestiário particular, específico, seria também reafirmar o preconceito e a discriminação". Por isso, entendeu que foi correta a solução adotada pela empresa de, além de facultar o uso de vestiário particular, permitir que fizesse uso do vestiário feminino. Salientou também que "as operárias não eram obrigadas a despir-se totalmente e as roupas íntimas se assemelham em geral às de banho, usadas em praias e piscina".
A sentença concluiu que "eventual desconforto da colega reclamante, advindo de convicções sociais e religiosas, não pode configurar dano moral" e assim negou o pedido de indenização.
A propósito
Transgeneridade ou transgenerismo refere-se à condição onde a expressão de gênero e/ou identidade de gênero de uma pessoa é diferente daquelas atribuídas ao gênero designado no nascimento.
O termo também tem sido utilizado para definir pessoas que estão constantemente em trânsito entre um gênero e outro. O prefixo ´trans´significa "além de", "através de".
Transgênero é um conceito abrangente que engloba grupos diversificados de pessoas que têm em comum a não identificação com comportamentos e/ou papéis esperados do gênero determinado no seu nascimento. Esses grupos não são homogêneos porque a não identificação com o gênero de nascimento se dá em graus diferenciados e refletem realidades diferentes.
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