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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dupla mastectomia pode não aumentar sobrevivência


21 de maio de 2014 • 18h38 • atualizado às 19h49

A cirurgia de remoção das duas mamas pode ser realizada com muita frequência e sem necessidade, diz estudo americano


Mulheres diagnosticadas com câncer em uma das mamas costumam se confrontar com a difícil decisão de se devem remover ambas. Um estudo publicado nesta quarta-feira (21) mostrou que as mastectomias duplas podem ser realizadas com muita frequência e sem necessidade.
A cirurgia não aumenta a sobrevivência na maior parte das mulheres e é tipicamente recomendada para cerca de 10% daquelas consideradas com alto risco de desenvolver o câncer de mama.
Das mulheres que se submeteram à cirurgia para remover a mama saudável, 69% não apresentavam grandes fatores de risco familiares ou genéticos, destacou o estudo, publicado no Jornal da Associação Médica Americana.
Enquanto isso, apenas um quarto das mulheres que correm um risco maior de desenvolver câncer no futuro teve a recomendação de remover as duas mamas, uma operação conhecida como mastectomia profilática contralateral.
Mulheres com algumas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 ou que têm um forte histórico familiar de câncer de mama costumam ser aconselhadas a remover as duas mamas após a doença ser diagnosticada em uma, para evitar a recorrência.
"As mulheres parecem estar se baseando em uma preocupação com a recorrência do câncer para optar pela mastectomia profilática contralateral", disse a principal autora do estudo, Sarah Hawley, professora associada de medicina interna da Escola Médica da Universidade de Michigan.
"Não faz sentido, porque ter uma mama não afetada removida não reduzirá o risco de recorrência na mama afetada", disse Hawley.
A pesquisa tomou como base uma amostra de 1.447 mulheres americanas, com média de 59 anos, que foram diagnosticadas com cânceres no estágio de 1 a 3 em uma das mamas.
Cerca de 8% das mulheres tiveram as duas mamas removidas, 35% tiveram apenas a mama afetada removida e quase 58% fizeram uma cirurgia de conservação da mama, na qual apenas o tumor é retirado.
Os cientistas descobriram que as mulheres com nível educacional mais elevado eram mais propensas a optar pela mastectomia profilática contralateral, e que o principal fator que pesou em sua decisão foi a preocupação de que a doença pudesse vir a aparecer na mama sadia.



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Implante cerebral para restaurar memória é desenvolvido pelos EUA

01/05/2014 16h50 - Atualizado em 01/05/2014 17h32

Implante cerebral para riestaurar memória é desenvolvido pelos EUA

Pesquisa poderá ajudar milhões de pessoas com Mal de Alzheimer.
Soldados com lesões cerebrais graves também poderão se beneficiar.

Da AFP

Neurônios afetados pela doença de Alzheimer apresentam diferenças sutis com os saudáveis, mas suficientes para causar uma doença que afeta a capacidade de memória e aprendizado. (Foto: Faculdade de Medicina de San Diego / Universidade da Califórnia / Nature / Divulgação)
Neurônios afetados pela doença de Alzheimer (Foto:
Faculdade de Medicina de San Diego / Universidade
da Califórnia / Nature / Divulgação)
Sonho de muitos mortais, apagar ou recuperar da memória uma recordação pode se tornar realidade graças a um grupo de pesquisadores militares que desenvolvem um implante cerebral capaz de restaurar recordações de soldados e pacientes com problemas neurológicos.
A Agência de Investigação de Projetos Avançados de Defesa (DARPA) desenvolve um plano de quatro anos para construir um sofisticado estimulador de memória. Caso tenha sucesso, a pesquisa poderá beneficiar, por exemplo, milhões de pessoas acometidas com o Mal de Alzheimer.
O projeto faz parte de um investimento de US$ 100 milhões concedido pelo presidente Barack Obama, que visa fomentar pesquisas de aprofundamento na compreensão do cérebro humano.
A ciência nunca tentou tal façanha antes, e o tema levanta inúmeros questionamentos éticos, como por exemplo se a mente humana pode ser manipulada com o intuito de controlar feridas de guerra ou o envelhecimento do cérebro.
Assim como quem sofre de demência, as pesquisas poderão ajudar os cerca de 300 mil soldados norte-americanos que sofreram lesões cerebrais graves no Iraque e no Afeganistão.
"Se você ficou ferido no cumprimento de seu dever e não consegue se lembrar da sua família, queremos ser capazes de recuperar este tipo de função", disse esta semana o gerente do programa do DARPA, Justin Sánchez, em conferência realizada em Washington, organizada pelo Centro de Saúde Cerebral da Universidade do Texas.
"Pensamos que podemos desenvolver dispositivos neuro-protésicos que possam interagir diretamente com o hipocampo para restaurar o primeiro tipo de recordação que apontamos, a memória declarativa", disse.
A memória declarativa, também chamada de memória explicita, é uma forma de memória de longo prazo que armazena a identificação de pessoas, acontecimentos, feitos e números. Nenhuma pesquisa conseguiu mostrar como, uma vez perdidas, estas lembranças podem ser recuperadas.
Como um marcapasso

O que os cientistas da área são capazes de fazer até o momento é ajudar a reduzir os tremores de pessoas que sofrem do Mal de Parkinson, controlar as convulsões de epilépticos e melhorar a memória de alguns pacientes com Alzheimer através de um processo chamado estimulação cerebral.

Estes dispositivos, inspirados nos marcapassos usados por pacientes que sofrem de problemas cardíacos, enviam sincronizadamente estímulos elétricos ao cérebro, mas não funcionam de maneira igual em todos os doentes.
Os especialistas garantem que é necessário desenvolver algo parecido para trabalhar na recuperação da memória. "A memória é um assunto de padrões e conexões", explicou Robert Hampson, professor associado da universidade Wake Forest.
"Para desenvolvermos a prótese de memória, devemos primeiramente ter algo que nos mostre quais são os padrões específicos", ressaltou Hampson, negando-se a falar explicitamente sobre a pesquisa do DARPA.
A investigação de Hampson em roedores e macacos tem demonstrado que os neurônios do hipocampo - zona do cérebro que processa a memória - se ativam de maneiras diferentes quando o sujeito vê a cor vermelha ou azul, ou quando é confrontado com uma fotografia de um rosto ou de um alimento.
Munido desta descoberta, Hampson e seus colegas puderam estender a memória de curto prazo dos animais usando próteses cerebrais para estimular o hipocampo.
Os pesquisadores também conseguiram que um macaco dopado agisse quase normalmente ao realizar uma tarefa de memória, e o confundiram manipulando o sinal para que ele escolhesse a imagem oposta da que ele se lembrava.
Assim, segundo Hampson, para restaurar uma lembrança humana específica, os cientistas necessitariam saber qual é exatamente o padrão, ou caminho, para aquela memória.
Outros cientistas da área consideram que podem melhorar a memória de uma pessoa ajudando o cérebro a trabalhar de forma similar à que trabalhava antes de sofrer a lesão cerebral.
Preocupações éticas

É fácil prever que a manipulação das lembranças de uma pessoa abrirá um campo de batalha ético. Foi o que disse Arthur Caplan, médico especializado em ética do centro médico de la Universidade Langone, em Nova York.

"Quando você mexe com o cérebro, mexe com sua própria identidade", disse Caplan, que presta consultoria à DARPA em assuntos de biologia sintética.
"O custo de alterar a mente é que se corre o risco de perder sua identidade, e este é um tipo de risco que nunca enfrentamos antes".
No que diz respeito aos soldados, a possibilidade de que seja factível apagar memórias ou inocular novas recordações pode interferir nas técnicas de combate, fazer com que os soldados sejam mais violentos e menos escrupulosos, ou até mesmo manipular o andamento de investigações de crimes de guerra, advertiu Caplan.
"Se eu puder tomar uma pílula ou colocar um capacete para que algumas lembranças sejam apagadas, talvez eu não tenha que viver com as consequências do que faço", disse.
A página da DARPA na internet assinala que, devido a seus "programas levarem a ciência até seus limites", a agência "periodicamente consulta estudiosos com gabarito para aconselhar e discutir temáticas de relevância ética, legal e social".
Uma das muitas perguntas sem resposta sobre o projeto é quem estará à frente dos primeiros testes em seres humanos, quais serão as primeiras cobaias.
Sánchez afirmou que os próximos passos da pesquisa serão anunciados dentro de poucos meses. "Temos alguns dos cientistas mais talentosos de nosso país trabalhando neste projeto. Então fiquem ligados: muitas coisas promissoras estão por vir num futuro muito próximo".

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Mãe concilia tratamento de câncer com gravidez e dá à luz bebê saudável

02/05/2014 07h31 - Atualizado em 02/05/2014 15h58

Mãe concilia tratamento de câncer com gravidez e dá à luz bebê saudável

Diagnosticada durante a gravidez, ela iniciou químio a partir do 2º trimestre.
Tratamento nessa situação nem sempre é possível, explicam médicos.

Mariana Lenharo
Do G1, em São Paulo
Cintia com seu filho Lucas, ainda na incubadora (Foto: Cintia Valle/Arquivo Pessoal)Cintia com seu filho Lucas, ainda na incubadora (Foto: Cintia Valle/Arquivo Pessoal)
A bancária Cintia Valle, de 39 anos, recebeu uma das melhores notícias de sua vida, a da gravidez, enquanto passava por uma bateria de exames que finalmente levariam a um diagnóstico de câncer. Ela chegou a ouvir da equipe médica a possibilidade de ter de interromper a gestação para fazer o tratamento. Mas seus médicos avaliaram a situação e decidiram adiar o início da quimioterapia para o segundo trimestre da gravidez, quando a medicação não traria riscos ao feto.
De acordo com especialistas, apesar de a quimioterapia não ser recomendada no primeiro trimestre de gravidez, alguns tipos de medicações podem ser usadas com segurança a partir do segundo trimestre de gestação. “Existem vários casos de pacientes que recebem quimioterapia nesse período e isso não impacta em uma maior taxa de malformação”, diz a oncologista clínica Solange Moraes Sanches, do A.C.Camargo Cancer Center. No entanto, nem sempre o início do tratamento pode ser adiado sem prejuízo para a saúde da mãe.
A história tem um final feliz: o bebê Lucas, hoje com 9 meses, é uma criança saudável e Cintia, que conseguiu fazer o câncer regredir, já até voltou a trabalhar. Mas a família do Rio de Janeiro ficou comovida com o caso da funcionária pública Patrícia Alves Cabrera, que decidiu interromper a quimioterapia durante a gravidez para proteger seu filho e acabou morrendo na semana passada, poucos dias após um parto prematuro. Cintia e seu marido, Fabio Sergio Valle, procuraram o G1 para compartilhar sua história, que pode ser vista como uma esperança para famílias que passam pelo mesmo problema. Contudo, nem sempre o tratamento de câncer é compatível com a gravidez e, em cada caso, a decisão final é dos pacientes (leia mais abaixo).
Surpresa
Grávida de Lucas, Cintia posa com suas sobrinhas no chá de bebê (Foto: Tereza Barros/Divulgação)Grávida de Lucas, Cintia posa com suas sobrinhas no chá de bebê (Foto: Tereza Barros/Divulgação)
Fazia quatro anos que Cintia Valle e seu marido, Fabio Sergio Valle, tentavam engravidar. Mas os planos ficaram de lado quando Cintia começou a investigar alguns sintomas, a princípio atribuídos a um abscesso na mama. A notícia da gravidez veio de repente, em um teste rápido pedido pela médica antes de Cintia se submeter a uma ressonância magnética. O exame foi apenas um dos muitos realizados pela bancária, que levaram finalmente até o diagnóstico de um linfoma não-Hodgkin de células B.
A gravidez foi descoberta em janeiro do ano passado. O diagnóstico veio em seguida, depois da retirada de sua mama para biópsia. A possibilidade de interrupção da gravidez foi levantada, mas os médicos resolveram adiar o início da quimioterapia, para garantir o desenvolvimento normal do bebê. Cintia conta que fez as sessões de quimioterapia entre março e junho. Lucas nasceu prematuro, no dia 26 de julho, na 33ª semana de gestação.
Pesando 1,7 quilo, ele ficou 21 dias na UTI para ganhar peso e aprender a sugar. Cintia conta que nos primeiros meses ele ainda passou por muitos especialistas para ter certeza de que a quimioterapia realmente não tinha afetado seu desenvolvimento. Hoje com 9 meses, Lucas é uma criança saudável. “É uma criança iluminada, é muito bonzinho e nunca me deu trabalho”, diz.
Já Cintia está sem sinais do linfoma e agora faz acompanhamento a cada três meses. Segundo ela, encarar os problemas de forma positiva foi essencial para que sua família conseguisse passar por essa situação. “Com tudo isso que passamos, meu marido e eu passamos a cuidar mais do lado espiritual, ficamos mais unidos e conhecemos pessoas maravilhosas.”
Decisão difícil

Em casos de tumores mais agressivos ou em estágios mais avançados, a ocorrência de uma gravidez pode levar a família a ter de tomar uma decisão mais difícil, de acordo com o oncologista João Soares Nunes, do Hospital de Câncer de Barretos. “Uma situação difícil é quando a paciente engravida durante o tratamento para câncer de mama metastático, chamado assim quando já se disseminou para outros órgãos do corpo, e essencialmente precisa de quimioterapia para controlar a doença. Neste caso, tanto o feto quanto a mãe ficam em risco muito grande.”
De acordo com a oncologista Solange Moraes Sanches, neste momento o médico explica todas as alternativas de tratamento e esclarece se existe a possibilidade de manter a gestação de uma forma segura ou se os únicos tratamentos possíveis são incompatíveis com a manutenção do feto. “A decisão final é do paciente”, diz a médica.
Segundo Nunes, caso a exposição à quimioterapia ocorra na fase inicial da gestação, o feto está sujeito a aborto, parto prematuro, deformidades ou outros cânceres como leucemia. Por causa dos riscos do tratamento, toda paciente diagnosticada com câncer que esteja em idade fértil é orientada a usar métodos contraceptivos.
Cintia e seu marido, Fabio Sergio Valle, posam com Lucas (Foto: Cintia Valle/Arquivo Pessoal)Cintia e seu marido, Fabio, posam com Lucas, hoje com 9 meses (Foto: Cintia Valle/Arquivo Pessoal)



























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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Projeto universitário ajuda deficientes físicos a retomarem a independência

03/05/2014 08h00 - Atualizado em 03/05/2014 11h55

Projeto universitário ajuda deficientes físicos a retomarem a independência

Projeto da Unicentro foi criado há 10 anos e já contabiliza 4,5 mil pacientes.
'Órtese e Prótese' atende a 20 municípios da região central do Paraná.



produção órtese unicentro (Foto: Divulgação / Coorc Unicentro)Projeto já entregou gratuitamente 1.725 órteses, próteses e meios de locomoção auxiliares à população  (Foto: Divulgação / Coorc Unicentro).
Um projeto desenvolvido pelo curso de fisioterapia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com outros cursos da área de saúde da universidade já beneficiou mais de 4,5 mil pacientes que viram a vida mudar repentinamente após acidentes ou por doenças degenerativas. Desde 2003, o projeto "Órtese e Prótese" oferece gratuitamente órteses, próteses e meios de locomoção auxiliares para pessoas que tiveram partes do corpo amputadas ou que perderam os movimentos de algum membro.
Entre os beneficiados está José Altanir Marques, de 43 anos, que participa do projeto desde agosto do ano passado. Ele trabalhava em uma companhia de energia elétrica de Guarapuava quando, em um dia normal de trabalho, recebeu um choque de 34 mil volts. "Perdi o braço direito e a perna direita. Logo depois que recebi alta do hospital eu me inscrevi no projeto. No período entre agosto e dezembro eu fiquei só fazendo fisioterapia e andava só com a cadeira de rodas. Eu ainda estava me questionando se eu ia voltar a andar ou não", revelou ao G1.
Após passar por uma avaliação, José começou a receber treinamentos para fortificar a musculatura da perna, procedimento que faz parte da preparação do corpo para receber a prótese. Ele também passou a receber acompanhamento psicológico, que analisou uma possível existência de traumas ocasionados pelo acidente e pelas amputações. "Consultei três meses com ela e recebi alta. Cheguei de cadeiras de rodas e saí andando. Hoje tenho apenas a prótese da perna, mas estou na fila de espera para receber a prótese do braço. Além disso, todas as terças e quintas-feiras eu faço atividades físicas na Unicentro. Eles me ensinaram a andar novamente, aprendi a viver uma nova vida. Era um milagre eu estar vivo, era para eu ter perdido a vida", explicou.
Conforme a coordenação do projeto, o caso do José está entre as patologias mais atendidas pelo "Órteses e Próteses", que são as relacionadas a complicações decorrentes do parto - as paralisias celebrais - e as amputações de membros inferiores ocasionados por traumas, diabetes ou vasculopatias. O programa da Unicentro atende atualmente a 20 municípios pertencentes a 5ª Regional de Saúde do Paraná, que abrange a região central do estado, e já entregou 1.725 órteses, próteses e meios de locomoção.
Além de fornecer órteses e próteses, o projeto realiza a prescrição, avaliação, adequação, treinamento e o acompanhamento de pessoas com deficiência física natural ou adquirida. O programa também visa a reinserção dos pacientes com deficiência a uma vida normal, de acordo com a professora coordenadora do projeto, Maria Regiane Trincaus.
Segundo a coordenadora, atualmente são atendidos uma média de 35 novos pacientes por mês, além dos que já estão cadastrados. Entre os pacientes antigos está o estudante Leandro de Oliveira, de 22 anos. Este ano completa 11 anos que ele participa do projeto. "Quando tinha 11 anos eu sofri um acidente de trânsito e acabei perdendo a perna direita. Eu comecei o tratamento desanimado, pensava que minha vida tinha acabado. Foi bem estressante, mas conversando com a psicóloga e com outros pacientes eu percebi que tinha gente com problemas muito piores do que o meu", disse.
O jovem, que vive no município de Rio Bonito do Iguaçu, também na região central do estado, afirmou que termina o 3º ano do ensino médio este ano e está se preparando para o vestibular. "Eu tenho uma vida completamente normal, vou para a aula a pé, jogo bola, às vezes eu até esqueço que tenho a prótese. Agora eu estou aguardando uma prótese nova, já que a recomendação é trocar a cada dois anos", explicou. O estudante vai até Guarapuava, onde está localizado o campus da Unicentro que sedia o projeto, uma vez por mês para acompanhar o tratamento. "Antes eu ia com mais frequência, mas reduzi as visitas para poder estudar", contou.
projeto unicentro (Foto: Divulgação / Coorc Unicentro)
O projeto 'Órtese e Prótese' foi desenvolvido pelo curso de
fisioterapia da Unicentro (Foto: Divulgação / Coorc Unicentro)
Equipamentos assistivos

De acordo com a coordenação do "Órtese e Prótese", entre os equipamentos mais fornecidos entre 2012 e 2013 estão os andadores, bengalas e muletas, contabilizando o total de 147 equipamentos. A pedagoga aposentada por invalidez, Simone de Fátima Siqueira, de 38 anos, foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2007 e também é beneficiada pelo projeto, que forneceu um par de muletas do tipo canadense e sessões de fisioterapias. A doença deixou sequelas na perna direita de Simone. "No começo eu usava uma bengala de madeira. Foi então que me inscrevi no projeto para conseguir as muletas. Se não fosse o projeto, eu não ia ter como arcar com o custo dessas muletas, que são caras e pelo projeto saiu de graça", revelou.

O "Órtese e Prótese" fornece, também, calçados especiais, palmilhas, coletes, talas, tutores, cadeiras de rodas especiais e adaptações para o banho, em cadeiras e em carrinhos. Todos os aparelhos são fornecidos pelo projeto são fabricados por empresas de Curitiba e de Pato Branco. Cinquenta e três profissionais atuam nos trabalhos do "Órtese e Prótese", entre estudantes e professores. Atualmente, alunos e docentes dos cursos de psicologia, fonaudiologia, serviço social, fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional colaboram com o programa.
Serviço
Os atendimentos são feitos no campus Cedeteg da Unicentro de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Os agendamentos de consultas devem ser feitos pelos telefones (42) 3629-8140 ou (42) 3629-8141. Para a avaliação, os pacientes precisam apresentar RG ou certidão de nascimento, CPF, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), comprovante de residência e encaminhamento de um profissional de saúde. Todos os procedimentos são gratuitos.

Britânico recebe terceira doação de rim de família

BBC
11/05/2014 10h00 - Atualizado em 11/05/2014 11h07

Britânico recebe terceira doação de rim de família

Nos últimos 16 anos, desde que foi diagnosticado com falência renal, Andy Knox ganhou rim de mãe, pai e, mais recentemente, irmã.


"Parece que tenho agora quatro vidas", diz Andy Knox (Foto: Royal Liverpool Hospital)Parece que tenho agora quatro vidas, diz Andy Knox
(Foto: Royal Liverpool Hospital)
Um britânico de 42 anos diz estar "eternamente grato" após receber o terceiro transplante de rim em 16 anos de um membro de sua família.
Quando Andy Knox, de Warrington, no noroeste da Inglaterra foi diagnosticado com falência renal em 1998, sua mãe, Teresa, decidiu doar ao filho um de seus rins.
Oito anos depois, o órgão doado por sua mãe começou a parar de funcionar e foi a vez de seu pai, Freddie, doar um de seus rins. Há duas semanas, Andy recebeu o transplante de um novo de sua irmã, Helen. "Parece que tenho agora quatro vidas", diz ele.
Todos os três transplantes foram realizados no Royal Liverpool University Hospital.
Andy conta que depois da cirurgia os pacientes precisam tomar medicamentos para impedir que o rim transplantado seja rejeitado, mas isso acaba por afetar o sistema imunológico, elevando o risco de infecção.
'Em forma e saudável'
Ele acredita ter tido "azar" ao perder os dois rins doados por sua mãe e seu pai. "Minha mãe e meu pai são a prova viva de que você pode viver uma vida normal com apenas um rim. Agora queremos que Andrew volte a ter uma vida normal".
Andy passou a praticar tênis depois de seu primeiro transplante e depois de receber o segundo rim liderou a delegação de tênis da Grã-Bretanha que participou dos Jogos Mundiais dos Transplantados, na Austrália, ganhando duas medalhas de prata.
Ele agora está chefiando a equipe desse ano na versão local da competição, que ocorrerá em Bolton, no noroeste da Inglaterra, entre os dias 7 e 9 de agosto. "Estou tentando me manter em forma e saudável para mostrar à minha família que eu estou dando muito valor ao que recebi deles", diz Andy.
Abdul Hammad, cirurgião especializado em transplantes no hospital diz que já viu "muitos casos" onde um indivíduo recebe dois ou três transplantes. "Mas Andrew é o primeiro que tratamos que teve a sorte de achar três órgãos compatíveis em sua própria família. É lindo como eles foram capazes de ajudá-lo", acrescentou Hammad.
Ele disse que o sucesso de Andy nas quadras de tênis prova que o transplante de rim pode ajudar ao paciente alcançar seus objetivos e ter uma vida normal.


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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Troca acidental de embriões gera 'caso dramático' e debate jurídico na Itália

Atualizado em  8 de maio, 2014 - 18:32 (Brasília) 21:32 GMT


Hospital em Roma onde ocorreu a troca acidental de embriões (Erika Zidko/BBC Brasil)
Troca acidental de embriões gerou embate entre duas famílias em Roma

Um caso de reprodução assistida com troca acidental de embriões em Roma tem dividido a opinião de juristas, reacendendo a polêmica sobre fecundação artificial na Itália.
No caso, investigado pelo Ministério da Saúde, uma mulher no quinto mês de gestação descobriu que os gêmeos que espera não são seus, mas de um outro casal que fez inseminação no mesmo hospital e cuja gravidez não ocorreu.


Os dois casais declaram, por meio de advogados, que irão lutar pelo direito de ficar com as crianças, um menino e uma menina, que devem nascer em agosto.O implante dos embriões foi realizado no dia 4 de dezembro no hospital Sandro Pertini, na capital italiana. Acredita-se que o erro tenha ocorrido devido a uma semelhança no sobrenome das duas mulheres.

Os principais jornais do país têm publicado reportagens com opinião de especialistas sobre quem serão os legítimos pais dos bebês. Grupos ultraconservadores aproveitaram para criticar a recente decisão da Corte Constitucional, que cancela o veto à fecundação heteróloga (com material genético alheio ao casal) no país.
Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, que não divulgou os nomes do casal, a gestante disse compartilhar da dor da outra mãe pela perda dos embriões.
"Nós também perdemos os nossos. Mas não consigo colocar-me na sua posição, pois sou eu quem traz as crianças dentro", afirmou. O casal disse que não fará outras declarações antes do nascimento dos gêmeos e até lá espera que os pais biológicos renunciem às crianças.

'Situação dramática'

"É uma situação dramática, sem qualquer precedente na jurisprudência italiana", disse à BBC Brasil a advogada Filomena Gallo, professora de bioética na Universidade de Teramo.
"Os dois casais envolvidos haviam dado o consentimento à reprodução assistida homóloga (quando o óvulo e o espermatozoide são do próprio casal) e, por um erro do centro de fertilidade, foram implantados em uma paciente os embriões que pertenciam a terceiros", explicou.
Para a advogada, em caso de disputa judicial as crianças deverão ser entregues ao casal proprietário dos embriões. "Neste momento há pouco a ser feito. É preciso esperar o nascimento dos gêmeos para que os pais biológicos possam requerer que seja aplicada a regra do Código Civil prevista para situações de substituição de recém-nascidos, mesmo que neste caso se trate de substituição de embriões", afirmou.
De acordo com Gallo, esse recurso pode ser utilizado a qualquer momento, por qualquer interessado. "O procedimento poderá ser ativado inclusive quando as crianças forem maiores e puderem requerer que a (paternidade) seja diversa daquela declarada no momento do nascimento", disse.
Mas, para muitos juristas, os filhos pertencem à mãe que dá à luz, conforme estabelecido pelo Código Civil, de 1942.
Um deles é o juiz constitucional Ferdinando Santosuosso, para o qual a mãe biológica "não tem direito algum em reivindicar a maternidade das crianças". "A mulher que está grávida dos gêmeos não corre o risco de perder os filhos, porque são legitimamente seus", afirmou ao jornalCorriere della Sera.
A advogada constitucionalista Marilisa D’Amico, professora da Universidade de Milão, concorda que crianças devam permanecer com o casal que recebeu os embriões.

Outros casos

O caso de Roma é o primeiro na Itália de troca de embriões com disputa pelos bebês.
Mas uma situação semelhante ocorreu na cidade de Modena, em 1996, quando uma mulher branca, casada com um homem branco, deu à luz duas crianças negras.
A descoberta de que o material genético não pertencia ao pai ocorreu depois do nascimento e a família pôde ficar com as crianças sem a oposição do pai biológico.
O Hospital Policlínico de Modena foi condenado a ressarcir o casal que hoje se declara à imprensa italiana "como uma família belíssima".


Há poucos casos de troca de embriões registrados no mundo. Um deles aconteceu nos Estados Unidos em 2011, mas a mãe gestacional decidiu entregar o bebê aos pais biológicos.

No mesmo ano, em Hong Kong, uma mulher descobriu que os gêmeos que esperava não eram seus e optou pelo aborto.
"Do ponto de vista jurídico a situação é clara: a mãe é aquela que dará à luz. Infelizmente, permanece o drama do casal que teve os próprios embriões transferidos a uma outra mulher. Pelo bem das crianças, seria melhor que eles renunciassem aos bebês", disse à BBC Brasil.

'Trauma'

Para a psicóloga Anna Oliveiro Ferraris, da Universidade La Sapienza de Roma, trata-se de uma situação extrema e de grande dificuldade.
"Se a família que não recebeu os embriões aceitasse a situação, as crianças não teriam dificuldade em afeiçoarem-se aos pais que as criam, assim como no caso de filhos adotados, pois os laços afetivos são mais fortes que as relações de sangue. Mas com a disputa entre os casais, surgem grandes problemas", disse à BBC Brasil.
"Do ponto de vista da mãe gestacional, entregar os bebês após o nascimento significaria um trauma enorme. Criar uma criança no próprio útero por nove meses não é uma experiência indiferente, inclusive para o feto, pois o fato de crescer em um útero ou em outro acarreta inclusive diferenças físicas", afirmou.
Mas na opinião da especialista, se o objetivo principal é a saúde psicológica das crianças, a solução menos traumática seria que elas crescessem com os pais biológicos.
"Seria mais fácil para as crianças entenderem o fato de terem estado na barriga de uma outra mulher e, ao momento do nascimento, terem voltado aos pais naturais. Ao contrário, a ideia de serem filhos de uma família devido a um erro, de terem crescido em uma casa por causa uma troca irreversível, é mais difícil de ser aceita", explicou.
"Além disso, as crianças teriam o mesmo patrimônio genético dos pais, as mesmas características físicas, o que evitaria a curiosidade em saber como são a mãe e o pai naturais", disse a psicóloga.


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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Clonagem ajuda a criar células-tronco produtoras de insulina

29/04/2014 08h37 - Atualizado em 29/04/2014 08h37

Clonagem ajuda a criar células-tronco produtoras de insulina

Cientistas superaram busca por células-tronco especiais contra doenças.
Dados foram publicados na revista científica 'Nature'.


Cientistas anunciaram nesta segunda-feira (28) o uso da tecnologia de clonagem para produzir células-tronco embrionárias contendo genes de uma mulher diabética, e transformando-as depois em células beta produtoras de insulina, que podem, um dia, curar a doença.
A equipe de cientistas revelou ter superado um importante obstáculo na busca pela produção de "células-tronco personalizadas" para a utilização no tratamento de doenças. Mas um especialista em bioética advertiu que o avanço também chama atenção para a necessidade de haver uma regulamentação maior para embriões desenvolvidos em laboratório.
"Estamos agora mais perto de conseguir tratar pacientes diabéticos com suas próprias células produtoras de insulina", afirmou Dieter Egli, da Fundação de Células-tronco de Nova York (NYSCF), que conduziu o estudo publicado na revista científica "Nature".
Egli e uma equipe de pesquisadores transplantaram o núcleo das células retiradas da pele da mulher em óvulos humanos para produzir células-tronco, as quais induziram para que se tornassem células beta. A escassez destas causa deficiência de insulina e altos níveis de açúcar no sangue dos diabéticos. Ao fazer o transplante, a equipe confirmou um recurso potencialmente importante para a futura terapia de reposição celular.
Alerta
Este não é o primeiro estudo a criar células-tronco dessa forma, mas foi o primeiro a utilizar células retiradas de uma pessoa adulta com o objetivo de produzir células específicas para tratamento. Insoo Hyun, especialista em bioética da Escola de Medicina da Universidade Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio, disse que a pesquisa, a última a produzir células-tronco embrionárias contendo o genoma de pessoas vivas, fez soar o alerta.

"Esta clonagem repetida de embriões e a geração de células-tronco, agora usando células coletadas de adultos, aumenta a probabilidade de que embriões humanos sejam produzidos para criar tratamentos para um indivíduo específico", escreveu em um comentário também publicado na "Nature". "Estruturas regulatórias precisam ser ativadas para supervisionar isto", afirmou.
As células-tronco embrionárias - células neutras, primitivas, capazes de se desenvolver e dar origem à maior parte das células de tecidos especializados do corpo - são consideradas uma fonte potencial para a reposição de órgãos danificados por doenças ou acidentes.
Mas elas são controversas, uma vez que até recentemente as células-tronco só poderiam ser obtidas a partir de embriões.
Elas podem ser desenvolvidas em laboratório, através da transferência do núcleo de uma célula de um tecido como a pele, que contém o DNA de uma pessoa, para um óvulo, que teve seu núcleo removido anteriormente.
Por meio de um pulso elétrico, o óvulo começa a se dividir até formar um blastocisto, um estágio primitivo do embrião formado por cerca de 150 células contendo o DNA do doador do tecido.
Tecnologia de clonagem

Denominada de transferência nuclear de células somáticas (ou SCNT, na sigla em inglês), a técnica é utilizada na pesquisa terapêutica, mas também é o primeiro passo da clonagem e foi empregada para criar a ovelha Dolly. O método é proibido em muitos países.

Neste novo estudo, cientistas de Estados Unidos e Israel afirmaram ter feito "melhorias técnicas", alterando as substâncias químicas usadas na cultura na qual as células são desenvolvidas.
As células-tronco poderão ser induzidas para dar origem a diferentes tipos de células adultas, inclusive células beta, explicou a equipe. "Ver os resultados de hoje me dá esperanças de podermos, um dia, alcançar a cura para esta doença debilitante", afirmou a diretora-executiva da NYSCF, Susan Solomon.
A mesma equipe tinha, anteriormente, produzido células beta com um método semelhante, mas utilizando óvulos com seus núcleos ainda intactos, resultando em células-tronco com três conjuntos de cromossomos que não poderiam ser usados terapeuticamente.
Com o novo método, as células-tronco originadas contin/ham os habituais pares de cromossomos, escreveram os cientistas. Hyun alertou que um estudo como esse pode alimentar temores de um futuro em que bebês humanos serão clonados ou embriões insensivelmente criados e destruídos em pesquisas, e pediu um fortalecimento das estruturas de supervisão.
Mas Solomon disse que o estudo era "estritamente para fins terapêuticos" e apoiou uma supervisão ética estrita do procedimento. "Em nenhuma circunstância nós, ou qualquer outro grupo científico responsável, temos a intenção de usar esta técnica para a geração de seres humanos, nem isto seria possível', afirmou à AFP.
Segundo os cientistas, as células beta produzidas no estudo não podem ainda ser usadas em terapias de substituição. O sistema imunológico dos diabéticos ataca as células beta e ainda é preciso encontrar formas de protegê-las.
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Pacientes deram primeiros passos e chutes com exoesqueleto, diz Nicolelis

29/04/2014 21h58 - Atualizado em 29/04/2014 22h48

Pacientes deram primeiros passos e chutes com exoesqueleto, diz Nicolelis

Pesquisador promete fazer paraplégico chutar bola na abertura da Copa.
Segundo cientista, três pacientes inauguraram robô nesta segunda (28).

O cientista Miguel Nicolelis disse em sua página do Facebook que, nesta segunda-feira (28), três pacientes que fazem parte do projeto "Andar de Novo" deram seus primeiros passos e chutes  usando o exoesqueleto. Trata-se do equipamento que pretende fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.
Ainda segundo Nicolelis, nesta terça-feira, o exoesqueleto deu seus primeiros passos controlados pela atividade cerebral de um paciente, que também pode experimentar a sensação tátil referente a esses movimentos.
Cerca de cem cientistas americanos, europeus e brasileiros trabalham no "Andar de Novo", liderado por Nicolelis. O projeto é resultado de uma parceria entre a Universidade Duke e instituições de Lausanne (na Suíça), Berlim e Munique (ambas na Alemanha), Natal e São Paulo.
O projeto prevê o desenvolvimento de um exoesqueleto controlado por atividades cerebrais capaz de devolver a mobilidade a pessoas paraplégicas. O paciente controlaria o equipamento como se fosse parte de seu próprio corpo por meio de uma interface cérebro-máquina.
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Imagem do exoesqueleto publicada na página de Facebook de Miguel Nicolelis (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)Imagem do exoesqueleto vestido num boneco publicada na página de Facebook de Miguel Nicolelis (Foto: Reprodução/Facebook/Miguel Nicolelis)



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